Um adulto diagnosticado com sarampo morreu em um hospital irlandês, de acordo com o executivo do serviço de saúde do país, o HSE. O caso foi o primeiro confirmado neste ano, na Irlanda. Segundo o The Mirror, a pessoa faleceu em um hospital na região de Dublin e Midlands e reforçou o alerta para o aumento das infecções na Europa.
O Ministro da Saúde irlandês, Stephen Donnely, afirmou que o país corre um risco elevado de surto de sarampo.
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Em West Midlands, na Inglaterra, foram identificados mais de 170 casos de sarampo somente entre dezembro de 2023 e meados de janeiro de 2024, embora todas as regiões britânicas tenham notificações. Na Irlanda, houve quatro casos notificados de sarampo em 2023 e dois em 2022. Embora nenhum caso tenha sido notificado em 2021, cinco foram registados em 2020, conforme dados do HSE. Não houve notificação de morte ao longo desses anos.
“As equipes de saúde pública do HSE, juntamente com a equipe nacional de gestão de incidentes de sarampo (IMT) do HSE, estão tomando todas as ações de saúde pública necessárias em relação ao caso”, anunciou o HSE na quarta-feira. "O IMT do sarampo do HSE foi criado em resposta a um recente aumento nos casos de sarampo no Reino Unido e na Europa", diz o comunicado.
O HSE garantiu que vai manter o público atualizado sobre novas medidas e aconselhou qualquer pessoa que tenha alguma dúvida ou preocupação a entrar em contato com um profissional de saúde.
A diretora médica da Irlanda, Breda Smyth, expressou a sua preocupação com o risco de o país enfrentar um surto de sarampo, devido às baixas taxas de vacinação. Segundo os especialistas a taxa de vacinação mínima para evitar a propagação do vírus seria de 95%, mas a Irlanda está atualmente em 89,2%. Em algumas áreas, fica abaixo de 80%.
O Ministro da Saúde informou o Gabinete na terça-feira (6) sobre o risco potencial de um surto de sarampo. Ele destacou que aproximadamente um em cada cinco jovens entre 19 e 21 anos na Irlanda não está vacinado. Acredita-se que a desinformação teve impacto no número de crianças que receberam a vacina MMR, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
Para resolver a questão, a Irlanda lançou em novembro de 2023 um programa de recuperação da MMR por meio dos médicos de família. A iniciativa incentiva aqueles que não estão vacinados ou parcialmente vacinados a atualizarem sua imunização. A vacina está disponível gratuitamente para crianças de até 10 anos na Irlanda.
Por que o sarampo preocupa tanto?
O sarampo é altamente transmissível e se propaga no ar por meio de gotículas expelidas por pessoas infectadas ao tossir, espirrar ou falar. O vírus não morre imediatamente ao deixar o organismo e é capaz de permanecer no ar ou em alguma superfície por um tempo, o que possibilita a transmissão da doença mesmo quando não há contato direto entre os indivíduos.
Além disso, o vírus tem uma janela relativamente longa de transmissão. Uma pessoa infectada começa a transmitir a doença entre quatro e cinco dias antes do início dos sintomas e para de transmitir, em média, entre quatro e cinco dias depois do aparecimento das manchas no corpo. Estima-se que uma pessoa com sarampo passe o vírus para outras 16 em populações não vacinadas. Comparando com a covid-19, por exemplo, o sarampo é muito mais transmissível
Os principais sintomas são:
- febre acompanhada de tosse;
- irritação nos olhos;
- nariz escorrendo ou entupido;
- mal-estar intenso;
- manchas vermelhas pelo corpo.
Ela causa mais complicações nas crianças menores de 5 anos, e é ainda mais perigosa para os bebês com menos de 1 ano. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 1 em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, 1 em 10 pode ter otite média aguda e 1 a cada mil pode ter encefalite aguda por causa do vírus, uma complicação grave capaz de deixar sequelas, como cegueira e transtornos neurológicos e respiratórios. Uma a cada mil crianças com sarampo vem a óbito.
