Quais são as fases do sono do bebê?

O sono REM (sigla para Rapid Eyes Movement, ou movimento rápido dos olhos, em tradução livre) é mais leve e as ondas cerebrais se parecem com aquelas de quando o pequeno está acordado. Como o próprio nome diz, é caracterizado pelos rápidos movimento oculares, como se o bebê estivesse observando muitas coisas por debaixo das pálpebras. "Neste momento, a respiração e os batimentos cardíacos se tornam mais irregulares, o que é totalmente fisiológico e normal. Por isso, os pais não precisam se preocupar", assegura Gustavo Moreira.

Este também é o momento em que o bebê sonha. Embora muitos não saibam, os pequenos têm a capacidade de sonhar desde o nascimento e o conteúdo está de acordo com informações que captam do ambiente. Ou seja, inicialmente, o bebê sonharia com cores, depois, com rostos dos familiares, e assim por diante. "Dessa forma, o sono REM ajuda a consolidar a memória. Ao longo do dia, o bebê tem aprendizados, como aprender a localizar a comida e a pedir colo, por exemplo. É neste momento [de descanso] que ele irá consolidar tudo que aprendeu", afirma o especialista.

A fase não REM é um sono mais profundo. "A respiração é mais regular e esse aspecto respiratório ajuda a estabilizar o sono, assim como a atividade do cérebro", explica Moreira. Este é o momento em que o bebê cresce. "Os hormônios do crescimento são secretados durante o sono não REM. Isso também acontece com os adultos, porém, os hormônios não agem para eles crescerem de tamanho, eles atuam na reparação das células que foram consumidas durante o dia", esclarece o diretor do Instituto do Sono.

• Tudo sobre o cérebro do bebê

É o estado em que os critérios para sono REM e não REM não são totalmente preenchidos. "Conforme a criança cresce, por volta dos dois meses de vida, o sono transicional desaparece e conseguimos dividir o sono não REM em três fases, N1, N2 e N3, que é a mesma classificação adotada para os adultos", esclarece o especialista.

"O bebê tem uma necessidade maior de dormir do que uma pessoa adulta, pois nos primeiros meses de vida, a criança está passando por um desenvolvimento neural muito intenso, que ocorre enquanto ela está dormindo", diz. Além disso, como o aparelho neurológico do bebê é imaturo, ele ainda não produz melatonina de forma estável, o que torna os momentos de sono imprevisíveis. Por isso, ele acorda quando está com fome ou sente algum desconforto, como frio, calor ou fralda suja.

É fundamental respeitar o ritmo do bebê e deixá-lo dormir a quantidade de horas necessária. Confira quanto tempo de sono as crianças precisam em cada idade, de acordo com a National Sleep Foundation, dos Estados Unidos:

• Recém-nascido (0 a 3 meses): 14 a 17 horas por dia
• Bebê (4 a 11 meses): 12 a 15 horas por dia
• Criança (1 a 2 anos): 11 a 14 horas por dia
• Criança em idade pré-escolar (3 a 5 anos): 10 a 13 horas por dia
• Criança em idade escolar (6 a 13 anos): 9 a 11 horas por dia
• Adolescente (14 a 17 anos): 8 a 10 horas por dia

O sono dos bebês não acontece em uma tacada só, por isso, as sonecas durante o dia são fundamentais para que eles possam dormir a quantidade de horas necessária. "Um bebê com os seis primeiros meses de vida dorme a mesma quantidade de horas de dia e de noite", afirma Gustavo Moreira. Dessa forma, não se trata de um descanso extra, as sonecas compõem, junto com o sono noturno, a necessidade total do sono do bebê. Elas são fundamentais para o desenvolvimento, o aprendizado, a construção das memórias, a organização das emoções, o crescimento físico e a imunidade.

"À medida que ele cresce, vai diminuindo a quantidade de sono diurno e acumula mais sono à noite. Com 1 ano, geralmente os bebês tiram duas sonecas longas: uma de manhã e outra à tarde. Já por volta do final do segundo ano de vida, eles perdem a soneca da manhã e tiram uma só de tarde. Isso é variável de cultura para cultura, mas as crianças tendem a perder a soneca entre 3 e 6 anos", finaliza Gustavo Moreira.