Alimentação
 

Por Crescer online


Sementes, ameixas, tofu, aveia, cenoura… Esses alimentos fazem parte da dieta do pequeno Jasper, 1 ano. No que depender de sua mãe, a jornalista Annabel Fenwick Elliott, 36, de Londres, na Inglaterra, ele nunca experimentará um sorvete. Para Annabel, a alimentação do seu filho é perfeitamente saudável e o sorvete, assim como os demais latícinios, é um produto “cruel”.

A mãe disse que nunca vai oferecer sorvete ao filho — Foto: Reprodução/ Daily Mail
A mãe disse que nunca vai oferecer sorvete ao filho — Foto: Reprodução/ Daily Mail

O único leite que o pequeno experimenta é o leite materno. Em entrevista ao Daily Mail, a mãe contou que planeja dar a Jasper a oportunidade que ela não teve quando criança, de crescer se alimentando sem que isso signifique maltrato aos animais. “Ficarei surpresa se ele acabar amando animais e não escolher ser vegano - porque ele será bastante educado sobre esse assunto”, pontua.

Fazer a opção não só de ser vegana, mas também de criar seu filho dessa maneira, é uma convicção, mas tem seus desafios, incluindo preconceito por parte da sociedade e dos médicos e nutricionistas. “Eu sempre espero que os profissionais de saúde levantem uma sobrancelha quando digo que ele é vegano, mas ele é uma criança saudável”, afirma. “Ele nunca ficou doente e atingiu todos os marcos de desenvolvimento, então claramente a dieta está sendo benéfica”, explica.

“Estranhamente, nunca recebi nenhuma crítica por criá-lo como vegano - pelo menos ainda não. Ou não na minha frente”, diz a mãe. Annabel lembra que ela mesma, quando criança, costumava fazer perguntas para saber de onde vinha a carne ou se não era errado matar os animais. As respostas que recebia, porém, eram sempre muito vagas.

“Ninguém nunca disse explicitamente: ‘Somos gentis com os cães porque eles têm sentimentos e não queremos machucá-los. Porcos também têm sentimentos, mas tudo bem machucá-los'. Mas é isso que está nas entrelinhas, se você está alimentando seu filho com salsichas”, argumenta. “Também nunca fui ensinada sobre laticínios. Achei que as vacas só produziam leite o tempo todo e estávamos aproveitando o extra. Mas, não, elas são fertilizadas sistemicamente, apenas para que os bezerros sejam retirados delas, para que possam ser ordenhadas intensivamente, até que parem de produzir o suficiente e, depois disso, serem abatidas”, relata. “Isso me deixa doente, especialmente agora, como mãe. Se meus pais tivessem me contado tudo isso quando eu tinha 5 anos, eu teria me tornado vegana”, acrescenta.

Annabel explica que decidiu fazer a introdução alimentar de Jasper com uma dieta baseada em vegetais, até que ele tenha idade suficiente para que ela possa explicar os motivos. “Depois disso, ele pode fazer suas próprias escolhas sobre o que comer”, afirma.

“Eu sempre amei animais, então, acho inacreditável o quanto demorei para juntar os pontos. Só parei de comer carne em 2011. Mas saber a verdade por trás das fazendas de gado leiteiro, por meio do documentário Earthlings foi o mais chocante. Você não pode ser vegetariano por motivos éticos e ainda comer laticínios. É muito pior do que a indústria da carne. Fiquei tão arrasada por ter de desistir do queijo”, confessa.

Para a jornalista, não faz sentido ensinar as crianças a serem gentis com os animais e fazer com que eles comam produtos originados deles, enquanto sofrem abusos impensáveis. “É preciso muita moderação para não dizer às mães que conheço: ‘Você gostaria que seu cachorro ou gato tivesse a vida de uma vaca de criação industrial? Não? Então não compre sorvete!' Tento não dar sermões nas pessoas sobre isso, a menos que elas perguntem, mas gostaria que essas coisas fossem ensinadas na escola - com imagens horríveis e tudo”, diz.

Annabel aconselhou todos os outros pais que consideram criar seus filhos no veganismo que se eduquem o máximo possível e permitam guloseimas ocasionais. “Você tem que suplementar a vitamina B12, por exemplo. E não os prive de guloseimas! Nuggets de frango falsos e sorvete sem leite são deliciosos e completamente indistinguíveis dos reais. E o mais importante: seja honesto quando eles fizerem perguntas difíceis sobre a origem da comida. Eles nunca são jovens demais para entender os fatos”, recomenda..

A mãe é tão contra a indústria de laticínios que fez um vídeo no TikTok sobre para contar por que ela nunca dará sorvete a Jasper - um alimento que a “enfurece”. “Todas essas crianças estão comendo algo que vem de um lugar tão cruel e escuro e eles não têm ideia, geralmente porque seus pais também não sabem”, defende.

A jornalista explicou que, quando o filho for mais velha, terá a opção de comer carne, se quiser. “Talvez ele não se importe e, então, estarei totalmente bem com isso. Talvez ele seja um caçador (tenho um enorme respeito pelos caçadores - eles pegam na natureza e consomem a carne e não vejo nada de errado nisso). Tudo o que eu quero é que as pessoas tenham todas as informações. Se você mesmo não conseguiu fazer essas coisas com esses animais, não pague a outra pessoa para fazer isso por você. Essa é a mensagem que quero incutir em meu filho”, explica

Criança pode ser vegana?

Quase 5 milhões de brasileiros que praticam o veganismo - que, é importante destacar, não se limita à alimentação: “Ser vegano significa não consumir nenhum produto de origem animal ou testado em animais, desde alimentos até roupas, cosméticos, acessórios”, esclarece a nutricionista americana especializada em nutrição vegana e vegetariana Reed Mangels, professora do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública e Ciências da Saúde da Universidade de Massachusetts. O que significa que, da mesma forma que a carne, leite e ovos estão banidos da lista de supermercado, aquela malha de lã ou bolsa de couro também não têm espaço no guarda-roupa. “A dieta tem sido mais abordada, principalmente nos últimos cinco anos. Além de um crescente interesse pelo bem-estar dos animais, a população está envelhecendo e convivendo mais com doenças crônicas e, por isso, busca uma alimentação mais saudável”, diz a nutróloga Andrea Pereira, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).

Mas a polêmica acende quando o assunto é veganismo e alimentação infantil. Por mais que algumas pessoas ainda tenham um pé atrás, por acreditar que a dieta leva à desnutrição, cada vez mais estudos apontam para os benefícios da dieta. Em artigo científico publicado em dezembro de 2016, a Academia de Nutrição e Dietética endossa a dieta vegana para pessoas de qualquer idade, inclusive crianças e gestantes, afirmando que é saudável, nutricionalmente adequada e que pode proporcionar benefícios na prevenção e tratamento de certas doenças, como diabetes, doenças cardíacas, hipertensão arterial, obesidade e alguns tipos de câncer.

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Sim, os benefícios existem! Mas não dá para negar que, por não aceitar qualquer alimento de origem animal, a dieta se torna altamente restritiva e, se não for feita de forma correta, pode trazer problemas à saúde. Afinal, a falta de leite e derivados pode aumentar a deficiência de cálcio, enquanto a ausência das carnes brancas e vermelhas prejudica o consumo adequado de ferro, proteínas e vitaminas B12 e D. Por esse motivo, a Sociedade Brasileira de Pediatria faz ressalvas sobre o veganismo.

Para Virgínia Weffort, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças que seguem uma alimentação tão restritiva podem ter seu desenvolvimento comprometido: “Como a criança não tem discernimento para saber o que é bom e ruim para a sua alimentação, os pais precisam estar cientes da importância de identificar boas fontes de cálcio, ferro, zinco, ômega 3, vitamina B12 e vitamina D, que são perdidos com essa dieta, e fazer um trabalho conjunto com o pediatra e nutricionista a toda hora”. Em alguns casos, quando a suplementação não é suficiente, a criança pode desenvolver anemia, crescer menos e ter seu sistema imunológico prejudicado. “Diante da impossibilidade de atingir as necessidades nutricionais específicas para cada faixa etária, a suplementação com cápsulas e comprimidos será necessária. E o natural e mais saudável é consumir o alimento como fonte de vitamina, não remédios”, completa Virginia.

Mas então, é ou não recomendável para as crianças? “Desde que seja feito um controle anual das taxas de nutrientes no sangue e um acompanhamento regular com pediatras e nutricionistas, a dieta vegana traz, sim, benefícios como a prevenç��o de doenças crônicas e pode ser adotada em qualquer faixa etária”, diz a nutróloga Andrea.

Assista ao vídeo abaixo (se não conseguir visualizar, clique aqui):

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