Retardar o envelhecimento da mente é possível através de estímulos como o exercício físico e a leitura, assim como o hábito saudável de sono. Mas, da mesma forma que ocorre com o resto do corpo, a alimentação também é uma aliada no processo de manter o cérebro forte e saudável. Daí a validade de métodos como a Dieta MIND.
Introduzida em 2015 pela Dra. Martha Clare Morris e colegas da Rush University Medical Center, em Illinois, e da Harvard Chan School of Public Health, em Massachusetts, a Dieta MIND combina preceitos de duas outras dietas: a Mediterrânea, já popular entre adeptos da boa forma, e a DASH. Ambas já são associadas a uma melhora das funções cognitivas, provavelmente por seus impactos positivos na saúde vascular.
Vale lembrar, quanto mais saudável o cérebro, mais forte a memória, o raciocínio e a capacidade de aprender, importantes para todo o decorrer da vida.
O que comer na Dieta MIND
Em comum com a Dieta Mediterrânea, esta também valoriza alimentos vegetais, limita proteína animal e também alimentos com alta taxa de gordura saturada. No geral, a ideia é incluir vitaminas, carotenoides e flavonoides que ajudem a diminuir o stress oxidativo e processos inflamatórios. A indicação oficial é a seguinte:
- 3 porções diárias de grãos integrais (como arroz integral, centeio, grão-de-bico, cevada, lentilha e quinoa)
- 1 porção diária de vegetais (excetuando folhas verdes)
- 6 porções por semana de folhas verdes
- 5 porções por semana de nozes, sementes e castanhas
- 4 refeições por semana que contenham feijão
- 2 porções por semana de frutos silvestres
- 2 refeições por semana que contenham aves
- 1 refeição por semana que contenha peixe
- Prefira usar azeite de oliva nos preparos
O que diminuir da rotina
- Menos que 5 porções por semana de doces e confeitaria
- Menos que 4 porções por semana de carne vermelha (incluindo bovina, suína, caprina e embutidos)
- Menos que 1 porção por semana de queijo e frituras
- Menos que uma colher de sopa por dia de manteiga ou margarina
É possível consumir álcool na Dieta MIND?
Segundo revisão recente de estudos envolvendo a dieta, publicada pela Harvard Chan School of Public Health, o vinho era originalmente parte dos ingredientes do método, mas pesquisas a respeito do assunto excluíram a bebida por motivos de segurança. Por isso é difícil precisar seu impacto.
"O efeito do álcool sobre um indivíduo é complexo, de modo que não são possíveis recomendações gerais. Com base na história pessoal e familiar de cada pessoa, ele oferece um espectro diferente de benefícios e riscos", diz a análise. É sabido, no entanto, que álcool em excesso e o fumo podem ser danosos para a saúde cerebral.
No que mais ficar de olho?
A Dieta MIND é um plano alimentar mais solto e genérico que algumas outras dietas, exigindo que o interessado monte sua própria rotina com a comida. Além disso não inclui recomendações relacionadas a exercícios físicos, essenciais também para a saúde do cérebro (vale salientar ainda que outro hábitos além do que vai ao prato, como vida ativa e comunitária, explicam o sucesso de adeptos da dieta mediterrânea).
Por fim, mesmo que sua adoção possa estar relacionada a melhor função cognitiva, melhores notas em testes de memórias e menor risco de demência, cientistas ainda estão para descobrir se os efeitos positivos da MIND sobre o envelhecimento da mente podem perdurar no longo prazo.