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Por Malu Pinheiro (@mariluisapp)

Nesta semana, chegou à Netflix a série ‘O Problema dos 3 Corpos’, uma ficção científica criada por David Benioff e D.B. Weiss – mesmos criadores ‘Game of Thrones’. A produção adapta o primeiro livro da aclamada trilogia do escritor chinês Cixin Liu, vencedor dos prêmios Yinhe (nove vezes), maior prêmio de ficção científica da China.

A séria aborda as consequências após uma fatídica decisão de uma jovem na China dos anos 1960, que reverbera pelo espaço e pelo tempo até os dias de hoje. Conforme as leis da natureza se desfazem diante de seus olhos, um grupo de cientistas se une a um detetive para enfrentar uma grande ameaça.

Uma dessas cientistas, considerada a gênia da nanotecnologia é Auggie Salazar, interpretada pela atriz mexicana Eiza González. Para ela, inclusive, essa personagem é mais difícil que já interpretei em sua carreira. "Ela é incrivelmente inteligente e intuitiva, mas também é muito sombria e tem muita história", disse em entrevista à Glamour.

‘O Problema dos 3 Corpos’ — Foto: Divulgação/Netflix
‘O Problema dos 3 Corpos’ — Foto: Divulgação/Netflix

Auggie sofre de estresse pós-traumático e esse foi um dos pontos em que Eiza mais se dedicou em sua preparação. "Foi muito importante sentir que estava representando de forma autêntica uma pessoa que enfrenta esse nível de ansiedade e depressão. Quando vejo a jornada da Auggie, sinto que todos podemos nos identificar com ela, mesmo sem ter experiências tão radicais", contou.

Confira a entrevista com Eiza González na íntegra:

Você pode contar um pouco mais sobre a história da Auggie nesta temporada?

Quando aparece pela primeira vez, a Auggie está passando por um momento de luto. Então, descobrimos que ela é uma excelente cientista, é dona de um laboratório de pesquisa com uma empresa e está desenvolvendo um tipo inédito de nanotecnologia. É lindo porque, em meio a essa confusão pela qual ela passa, acompanhamos o nascimento do projeto mais ambicioso dela. Ela tem uma trajetória muito intensa desde o início, é emotiva, triste, apavorante e arrebatadora, mas com muitos momentos bons também porque é um ser humano em todo seu esplendor. É algo muito real, o nascimento de várias emoções novas que não costumamos ver nos personagens no início das séries. Enquanto acompanhamos a Jin e outros personagens no mundo de realidade virtual, que é mais de fantasia, a Auggie está do outro lado, dando mais realismo ao núcleo emocional da história. Ela ajuda o público a entender que a humanidade corre perigo, que a vida é algo muito delicado, que pode desaparecer em um instante. A Auggie é uma pessoa encantadora, que se importa muito com as pessoas que ama. Ela se importa muito com a Jin, com a humanidade, e está disposta a se sacrificar para que o mundo seja um lugar melhor.

E como foram os testes e como você foi selecionada para o papel de Auggie?

Nunca tinha passado por um processo assim. Quando conheci os produtores, estava muito curiosa para ver como seria a adaptação e o processo. Eles me deixaram ler os oito episódios, e eu me apaixonei pela Auggie e pela história. Era comovente e exatamente o tipo de história que eu queria fazer. É uma série desconcertante, que desafia o público. Adoro assistir a filmes e séries que me fazem pensar no que a humanidade está causando e criando e no que somos capazes de fazer. O desafio de interpretar a Auggie era inegável, assim como o crescimento como atriz que esse papel teria. Então, eu disse que sim na hora.

Eiza González, de ‘O Problema dos 3 Corpos’ — Foto: Divulgação/Netflix
Eiza González, de ‘O Problema dos 3 Corpos’ — Foto: Divulgação/Netflix

Como atriz, com quais características da Auggie você se identificou?

A Auggie é tão complexa que é a personagem mais difícil que eu já interpretei em toda a minha carreira. Ela é incrivelmente inteligente e intuitiva, mas também é muito sombria e tem muita história. Quando aparece pela primeira vez, ela está acelerada, mais do que os outros personagens, e passando por uma situação também. Isso é muito legal. Também adorei as possibilidades infinitas e o espaço de expansão que eu tinha com a Auggie. Com certeza, eu cresci muito com ela.

Você já tinha lido a trilogia dos livros antes de conseguir o papel ou a leitura foi uma forma de se preparar para a série?

Eu já tinha lido o primeiro livro, mas resolvi ler os outros dois para decidir se queria ou não participar da série. Senti que precisava conhecer a narrativa toda para saber qual poderia ser o caminho da personagem. Dessa forma, eu poderia fazer perguntas lógicas aos criadores. Então, quando me reuni com eles para falar sobre a parte criativa, pude dar minha opinião sobre como a Auggie poderia crescer exponencialmente ao longo dos episódios. Depois de conseguir o papel, realmente mergulhei no segundo e no terceiro livros, que também são incríveis, e fiquei muito empolgada. Então, ficou claro que eu tinha tomado a decisão certa, e foi ótimo pesquisar e aprender sobre a cultura chinesa no geral. Adoro que a série também é educativa, não só sobre ciência, mas também sobre a importância da cultura chinesa ao longo da história.

Além de ler os livros, como você se preparou para o papel?

A preparação para interpretar a Auggie foi intensa, pois ela sofre de estresse pós-traumático. Para mim, foi muito importante sentir que estava representando de forma autêntica uma pessoa que enfrenta esse nível de ansiedade e depressão. Quando vejo a jornada da Auggie, sinto que todos podemos nos identificar com ela, mesmo sem ter experiências tão radicais. Todo mundo tem momentos de ansiedade, e ela está em um período de descobertas pessoais, mas, ao mesmo tempo, sentindo que sua saúde mental não vai muito bem. Então, foi muito importante estudar bastante sobre o assunto. Queria que o público sentisse a ansiedade que ela sentia, pois isso eleva o nível da história e da expectativa sobre o que vai acontecer com ela.

‘O Problema dos 3 Corpos’ já está disponível na Netflix.

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