Alergia emocional: tudo sobre a lesão de pele causada pelo estresse e ansiedade

Segundo a médica, as causas desse tipo de lesão ainda são um pouco desconhecidas; mas, como ela nos contou em entrevista, geralmente está relacionada a um episódio de pico de estresse ou ansiedade - e há até quem a chame de “alergia de estresse”. Ou seja, se você percebeu algo diferente na pele, sem ter comido, bebido ou usado algo fora do usual, analise também o seu estado emocional dos últimos tempos. “Suas causas ainda não são bem conhecidas, mas pode estar relacionada com situações de depressão, ansiedade e estresse no geral”.

Como o próprio nome já diz, a alergia emocional está diretamente ligada ao psicológico, motivo este que faz com que ela tenha crescido muito durante o período da quarentena. Para nos ajudar a entender melhor sobre a condição, entrevistamos duas especialistas e elencamos as principais dúvidas e tudo o que você precisa saber sobre o assunto.

“É um tipo de reação relacionada a alguma doença psicossomática, que configura uma doença psicológica refletida em sintomas no corpo”, diz a dermatologista especializada em alergias, Fernanda Nichelle. Segundo a médica, existem pacientes que têm a tendência genética de desenvolver alterações devido ao estresse. Deste modo, as emoções podem desencadear uma reação ou ainda piorar doenças preexistentes, como dermatite atópica e psoríase.

Como comentamos anteriormente, as causas não são bem definidas. De acordo com Fernanda, quando a pessoa passa por uma situação com abalo psicológico, ocorre a liberação de catecolaminas, o que faz a pele ficar ruborizada, com vermelhidão e sensação de coceira. “Estes quadros emocionais aumentam a produção dessas substâncias que levam ao aumento da liberação de cortisol (hormônio do estresse), causando uma reação inflamatória no corpo”, completa Sônia.

Geralmente essa alergia se manifesta na pele, com coceira e vermelhidão. “A pele possui terminações nervosas que se conectam diretamente ao nosso emocional”, Sônia explica. Vale ressaltar que os sintomas da alergia emocional podem variar de acordo com a causa e intensidade.

E apesar de ser o mais comum, não existe um padrão para todos os casos. "Na pele, geralmente ela se apresenta com coceira e vermelhidão, mas pode também se manifestar com suor excessivo e insônia", explica Fernanda. Ou seja, os sintomas podem incluir: vermelhidão na pele, coceira, irritação na pele, falta de ar, insônia, suor em excesso, bolhas/bolinhas brancas ou vermelhas.

De acordo com as especialistas, uma boa entrevista durante a consulta já pode identificar fatores emocionais por trás da lesão, como perda de emprego, separação, morte na família e outros traumas. “Mas, o diagnóstico também pode ser feito baseado na história clínica e no exame físico. Em alguns pacientes, pode ser feita uma biópsia no local”, diz Sônia.

Se você recebeu o diagnóstico de alergia emocional, uma das principais partes do tratamento é procurar pela a ajuda de um psicólogo, em terapia. Agora, falando sobre a parte dermatológica, geralmente prescreve-se anti-histamínicos (antialérgicos), corticóides e, quando necessário, o uso de anti-inflamatórios esteroides tópicos.

“Quando a alergia emocional é identificada, geralmente, é indicado o tratamento multidisciplinar, incluindo acompanhamento com médicos especialistas como alergologistas e, dependendo dos sintomas, dermatologista ou pneumologista, além do psicólogo e/ou o psiquiatra. Podem ser prescritos remédios orais e pomadas para a pele, além dos medicamentos citados anteriormente”, completa Sônia. Ah, vale lembrar que não é contagiosa, e que o acompanhamento psíquico é muito importante, senão os sintomas poderão voltar ou persistir - já que a causa do distúrbio.

Além da dica da especialista sobre a limpeza da pele com sabonete específico, apostar em técnicas de relaxamento, como yoga, mindfulness e meditação, podem ajudar. “Essas práticas podem ser úteis e atuar como adjuvantes do tratamento”, diz Sônia.

As nossas dicas são: faça terapia, em primeiro lugar. Um bom psicólogo te ajudará a lidar melhor com seus conflitos e emoções. Outras dicas são: sempre que sentir que está em uma rotina ou período pesados (acontece, a gente sabe), tire um tempo - entre 5 e 10 minutos - para relaxar, dar uma volta com seu pet, tomar um café ou ouvir uma música, mas alguma coisa que te faça bem e que pause os sentimentos ruins que podem estar acometendo sua mente. Ter um hobby e momentos de qualidade com quem você ama nos dias de descanso também farão toda a diferença!

Fontes consultados para esta matéria: Dra. Sônia Palma, psiquiatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Fernanda Nichelle, dermatologista especializada em alergias.

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