Lifestyle

Por Luiza Brasil

Sábado de manhã, véspera de uma viagem longa e importante. Decido ir a um shopping de alto padrão para resolver aquelas pendências de última hora. Entre um ajuste de roupa aqui e comprinhas na farmácia ali, me sobra um tempo para um café. Por estar acompanhada de uma pessoa conhecedora e apaixonada pela arte barista, paramos em uma cafeteria dessas com grãos premiados e extrações especiais. Mas o que era para ser uma experiência gourmet trivial nos gerou um sentimento de incômodo e desgaste por conta da hostilidade no atendimento e tentativas repetidas do time de subestimar o conhecimento do “coffee lover” que estava comigo, que, assim como eu, também era uma pessoa negra.

Mas por que eu trouxe esse recorte racial para cá e por que debater essa pauta (ainda) é algo tão importante quando falamos em experiências premium e de alto luxo?

Assim como eu, posso afirmar que grande parte dos amigos que tem a sua negritude estampada na pele também colecionam alguns relatos traumatizantes ao vivenciarem serviços do que era para ser chamado de “alto nível”. Dentre as queixas, a má vontade das equipes de atendimento em servir, a tentativa insistente de empurrar o que é o mais barato e, sobretudo, os olhares que intimidam e visam constranger, como se 54,6% da população brasileira não tivesse o direito de acessar esses espaços de privilégio, não pelo viés do empregado, mas pelo do cliente.

Copacabana Palace — Foto: Gustavo Jacome/Cortesia Luiza Brasil
Copacabana Palace — Foto: Gustavo Jacome/Cortesia Luiza Brasil

Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, a comunidade negra movimenta R$1,7 trilhão no Brasil. E esse dado só corrobora o fato: sem invalidar as inúmeras desigualdades do nosso país, a barreira da negritude de acessar espaços de poder e prestígio é muito mais social e menos financeira. E, sem dúvidas, essa representação dos símbolos do que e quem é bem sucedido ainda colhem os frutos da nossa forte herança escravocrata.

É triste e lamentável ver que nem todos os players do mercado premium brasileiro estejam preparados para lidar com a pluralidade de seus consumidores e lucrarem ainda mais. Por outro lado, eu enxergo nitidamente empresas dispostas a promoverem atendimentos mais acolhedores e empáticos com as dores de quem passou por anos despercebido pelo mercado, principalmente o do luxo.

Neriage e Misci — Foto: Cortesia Luiza Brasil
Neriage e Misci — Foto: Cortesia Luiza Brasil

Entre os exemplos made in Brazil que posso citar, destaco a nossa hotelaria. Do glorioso e centenário Copacabana Palace, que tem feito um cuidadoso movimento de rejuvenescer o seu público, sem deixar de preservar a sua tradição, passando pelo charmoso Fera em Salvador, com um time super preparado e hospitaleiro, até o Fasano, com suas experiências gastronômicas impecáveis nas principais capitais do país. Quem também exerceu olhares atentos para a inclusão e, consequentemente, para a expansão de sua cartela de clientes são as marcas de novos designers brasileiros. Nomes como Neriage, Misci e Haight constroem diálogos naturalíssimos com a diversidade a partir das construções de seus times, o que as ajuda a ampliar e a fortalecer as suas comunidades.

Enxergar o consumidor brasileiro pelo prisma da pluralidade não é um ato filantrópico, é estratégia e inovação. Afinal de contas, a diversidade é um fato (e um caminho sem volta), a inclusão é ação e pertencimento é consequência e evolução.

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