Mesmo sendo um gênero que sempre abriu espaço para a diversidade, a música eletrônica sempre foi, majoritariamente, dominada por homens. Ainda assim, as mulheres aos poucos ocuparam seu espaço e, hoje, a cena do techno e house não existiria sem elas. Aqui no Brasil não é diferente e duas DJs vêm mostrando a potência das mulheres à frente de uma pick-up.
Uma delas é a veterana Eli Iwasa, uma das DJs mais conhecidas de quem curte o ritmo. A outra é Due, projeto de Patrícia Vasconcelos, representante da nova geração de DJs brasileiros. Juntas, as duas já comandaram um palco do BOMA, importante festival do gênero eletrônico.
Eli Iwasa é um dos principais nomes da cena eletrônica brasileira. Sua trajetória começou no fim dos anos 1990, como promoter, quando comandou, por sete anos, a noite Technova, na pista do lendário clube paulistano Lov.e, que trouxe alguns dos grandes ídolos do gênero, entre eles Laurent Garnier, Ricardo Villalobos e Ritchie Hawkins, entre outros.
![Due e Eli Iwasa — Foto: @amelibre](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/YpMUCHRVKg05GE0yFyDwBvyF_dA=/0x0:2446x1631/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2024/E/e/1NHEpzRYuDArDErnBH5A/img-4088.jpg)
Empresária e modelo, Eli deu seus primeiros passos como DJ em 2001. Dois anos depois, já fazia sua estreia internacional, no Rex Club, em Paris. Até hoje, Eli segue tocando nas pistas de Norte a Sul do país, tendo sua reputação solidificada em revistas especializadas e se apresentando em países como Inglaterra, Alemanha, Espanha e Holanda, sempre se mantendo à frente do tempo e deixando clara suas raízes fundamentadas no techno.
Como empreendedora, ela está à frente da criação de três estabelecimentos, todos em Campinas: o Gate 22, casa de shows que já recebeu nomes como Ludmilla, Racionais MC’s e Pabllo Vittar; o Písta 2002, que mistura música, esportes, cultura street e gastronomia, e a Galerìa 1212, espaço dedicado à arte, música, moda e entretenimento.
Patrícia Vasconcellos está na estrada desde 2018, quando começou a tocar despretensiosamente para os amigos. Meses depois, fez sua grande estreia profissional, na Virada Cultural.
Mas é nas pistas que ela brilha: sua extensa pesquisa e versatilidade na hora de tocar deixam claro que ela tem um gosto e conhecimento musical bem eclético. “Minha maior influência é a música preta, amo tudo o que vem dela. Kerri Chandler, Omar S, Kevin Saunderson, Ron Trent e a perfeita Jayda G", conta. "Fora da música eletrônica, eu sou do jazz, da MPB, do rap, hip hop e R&B”, completa a DJ, que já sonhou, inclusive, em ser rainha de escola de samba.
Due conheceu o trabalho de Eli no festival Time Warp Brasil, em 2019, e até hoje se lembra o quão impactante foi ver uma mulher brasileira naquele palco. A primeira parceria das duas juntas foi em 2022, na festa BOMA, quando fizeram um back to back (uma espécie de batalha) de house e techno.
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Em outubro último, as duas se apresentaram no #VogueCelebra, festa que lançou o 'InVogue', primeiro livro da Vogue Brasil que apresenta a história de 52 mulheres brasileiras e a relação com a moda. A dupla fechou a noite com sucessos da música internacional e brasileira. "A Eli me inspira como artista e como mulher, é uma verdadeira referência. É um privilégio aprender e dividir tantos momentos com ela”, festeja Patricia.