Wellness
Publicidade

Por Olga Penteado


Reboot da mente (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Imagine que seu cérebro é um computador com milhares de programas abertos: muitos funcionando bem e alguns, nem tanto. Os “softwares danificados” – ressentimentos, medos, bloqueios, compulsões e todo o tipo de pensamento negativo – estão atrasando sua vida, causando panes no sistema e precisam ser substituídos urgentemente. Essa é a visão do ThetaHealing, técnica holística e alternativa que, com viés místico, promete cura energética.

Uma sessão de ThetaHealing começa como uma conversa em que se determina quais problemas irão ser trabalhados naquele dia. O mentor (ou thetahealer) conduz o paciente a um estado de relaxamento por meio de meditação guiada, o que leva o cérebro a atingir o seu “estado theta”. Nessa etapa, o especialista repete afirmações positivas com o intuito de “reprogramar” ou “ressignificar” crenças.

O método, ainda sem comprovação científica, foi criado em 1995 por Vianna Stibal, naturopata de Montana, nos Estados Unidos. Na época, ela foi diagnosticada com um câncer avançado no fêmur, que a própria americana diz ter curado através do ThetaHealing. Foi quando Vianna entendeu que a conexão com o chamado estado theta facilitava o acesso ao subconsciente podendo ser uma espécie de porta de entrada ou um primeiro passo de transformação de sentimentos e problemas complexos.

“O termo theta se refere a uma onda cerebral capaz de ser captada pelo eletroencefalograma. Sua frequência varia de 4 a 7 hertz, ou seja, 4 a 7 ciclos por segundo”, explica o neurocirurgião e neurocientista Fernando Gomes. “Essas ondas estão ligadas às memórias mais densas e estados emocionais profundos, bons ou ruins. Quando estamos conscientes e acordados, estamos em frequência beta; relaxados, em alfa; e delta, em sono profundo”, detalha o médico. O estado theta é atingido em meditações intensas ou durante o sono leve.

“Podemos pensar nas ondas cerebrais theta como sendo o estado intermediário entre o consciente e o inconsciente, que guarda lembranças e sensações”, explica Giti Bondi, terapeuta pioneira da técnica no País e diretora do Portal Healing Brasil. Segundo ela, são crescentes as evidências que pensamentos negativos podem causar doenças físicas e mentais. “Daí a necessidade de liberar ressentimentos, tristezas antigas, culpas e medos profundos. Muitas pessoas procuram nossos cursos para autocura, mas acabam se especializando na técnica”, diz Giti, que também coordena aulas sobre o método.

Mari Nahas, coach e terapeuta integrativa de São Paulo, se dedica há anos ao estudo das terapias quânticas (que partem do princípio de que não há separação entre corpo físico e energético): “O ThetaHealing trabalha diretamente no universo vibracional do sentir, intuir e transformar o que é negativo em positivo e, consequentemente, o que é enfermidade em saúde”.

Os adeptos veem na técnica uma ferramenta para superar dificuldades, como aconteceu com a psicóloga e ex-Casseta e Planeta Maria Paula. “Me embrenhei nos mistérios das crenças para entender o que nos move e nos emperra. O treino do ThetaHealing, que revela onde está o pensamento limitante, aquilo que nos empaca, fez toda a diferença para mim”, conta. Vale lembrar que o método não dispensa ou anula a medicina tradicional, que deve estar sempre envolvida na cura e no tratamento dos sintomas mencionados aqui.

Mais do vogue