Beleza
Publicidade

Por Olga Penteado


(Foto: Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue

Falar de melatonina é pensar em sono, já que produzimos o hormônio enquanto dormimos. Não mais. Regulador natural do nosso ciclo de repouso-vigília, agora ela surge como ativo-estrela em fórmulas de skincare. São tantos os benefícios que já há quem aposte que a substância deve ser o próximo óleo de CBD, extraído do canabidiol, queridinho da beleza nos Estados Unidos.

“Estudos científicos provam o quanto a melatonina é poderosa: aumenta a densidade capilar, dá espessura e impulsiona o número de fios em fase de crescimento e melhora a dermatite seborreica”, enumera Kédima Nassif, dermatologista e tricologista de São Paulo, que indica o ativo em aplicações tópicas.

Se o seu problema é a queda capilar, vale saber que a substância apresenta dupla ação segundo Marcela Buchaim, farmacêutica bioquímica e tricologista à frente do Studio Tez Spa do Cabelo, em São Paulo. “Ela inibe a morte das células que produzem a queratina (91% do cabelo é constituído pela proteína) e é antagonista do hormônio que estimula a perda.” Enquanto isso, lá fora, produtos para cabelo à base de melatonina, como o Melatonin Clinical Hair Growth Serum, da Nutra M (US$ 40), e o Hair Growth Spray da, Natur Créme (US$ 26), já lotam as prateleiras das drogarias.

No skincare, além de prevenir os sinaisdaidade, já existem estudos em fase de pesquisa indicando a eficiência da melatonina no tratamento do câncer de pele. A dermatologista carioca Karla Assed é uma entusiasta do ativo. “Ele penetra facilmente na epiderme devido ao seu baixo peso molecular e, além de retardar o envelhecimento celular, ajuda a combater os radicais livres. Isso reforça a capacidade de regeneração da pele e a resistência contra os danos causados pela radiação UV.”

Flavo-C Melatonin, Isdin (R$ 199, 10 ampolas). Com melatonina, bakuchiol e vitamina C, previne e corrige sinais da idade (Foto: Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue

De tão poderosa, promete ajudar até no combate à obesidade – segundo estudos ainda em fase de conclusão. “O efeito metabólico da substância produzida pela glândula pineal [glândula endócrina no cérebro] começou a ser estudado há pouco, mas trabalhos preliminares sugerem que há uma relação entre melatonina e produção de gordura marrom”, conta o endocrinologista Bruno Halpern, que, em conjunto com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), publicou recentemente um estudo sobre o tema na revista Diabetes, da American Diabetes Association.

A gordura marrom é aquela que faz com que queimemos mais calorias para produzir calor – ou seja, amplia o nosso gasto energético. “A endocrinologia busca estratégias de tratamento para aumentar a quantidade da gordura marrom no nosso corpo e, assim, garantir o emagrecimento. A melatonina pode ajudar nisso”, diz o médico.

Mas vale um alerta antes que você voe até a farmácia: especialmente por se tratar de uma substância recente, é recomendável consultar um dermatologista para entender os resultados da melatonina sobre a sua pele e cabelo. “O que se sabe é que ela é estável, potencializada pela vitamina C e compatível com a vitamina E”, completa a doutora Kédima Nassif. “Como acontece com os outros antioxidantes, os resultados começam a aparecer depois de um mês de uso.”

Improve Night Repair, Dermage (R$ 208). Sérum noturno e power antioxidante que combina retinol, melatonina e vitamina C (Foto: Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue

Quer produzir mais melatonina? Procure dormir cedo, de preferência sempre no mesmo horário, e use a nutrição a seu favor. “Alimentos ricos em triptofano, aminoácido precursor da substância, como banana, aveia, abacate e amêndoa, podem auxiliar na produção do hormônio”, indica Gabriela Ghedini, nutricionista de São Paulo. Já a prática regular de atividade física auxilia na produção de serotonina que, no período noturno, é convertida em melatonina.

Mais do vogue