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Por Da Redação


Meditar diminui a pressão, o estresse e a ansiedade. Ainda melhora a memória e combate a insônia (Foto: Jaan-Eric Fischer / Folio-id.com e Divulgação) — Foto: Vogue

Você pega seu celular para fazer algo simples, como olhar as horas. Mas há vários chats aguardando sua leitura no WhatsApp, depois você aproveita e entra no Instagram, confere os likes da última foto que postou,dá uma olhada no feed, se lembra de mandar um e-mail, responde outros três que apareceram, clica para verumanotificação do Facebook, acaba perdendo um tempinho se atualizando na vida dos amigos e, finalmente, larga o celular, uns 15 minutos depois. E sem olhar as horas, porque no meio do caminho esqueceu que era isso que queria saber.

Fazer mil coisas ao mesmo tempo éum hábito muito atual e, embora o multitasking costume ser motivo de orgulho, tem se tornado quase impossível focar em uma coisa só e viver o momento sem ceder aos muitos estímulos externos – mesmo que você queira. Não é surpresa que ansiedade crônica e estresse estejam entre as grandes doenças do nosso tempo, independente da profissão ou da idade.

É aí que a meditação ganha força e surge modernizada para atender aos anseios e ao modus operandi da nova geração. Técnica milenar para acalmar a mente e atingir a consciência plena, ela está de roupa nova: sai o papo newage, entra embasamento científico; sai misticismo, entra praticidade. A meditação vem se libertando de tabus, tornando-se mais simples de ser incorporada à rotina, sem ser preciso fugir para um retiro para aproveitar seus ganhos – e eles são muitos: estudos recentes mostram que meditar diminui a pressão, melhora o sistema imunológico e a memória, acaba com a insônia, além, claro, de diminuir o estresse e a ansiedade. É comprovado que a estrutura do cérebro efetivamente muda com a prática, então os benefícios são cumulativos.



O aplicativo Headspace é um ótimo exemplo dessa “meditação 2.0”. Seu idealizador, o inglês Andy Puddicombe, fez sua primeira sessão de meditação aos 11 anos e,após passar por uma fase difícil, largou a faculdade e se mudou para o Himalaia para virar monge budista. Hoje morando em Los Angeles, lançou o app para guiar não iniciados (e alguns céticos) em busca de mais “espaço na mente” – as sessões duram apenas dez minutos e são “um momento de parar e não fazer nada, um exercício diário para aprender a estar presente e conquistar uma mente mais saudável”, em suas próprias palavras.“Meditar não é se livrar de pensamentos ou controlar a mente,é o oposto: deixá-la livre, olhar os pensamentos com perspectiva e chegar em um estado de calma e foco”, ensina.

Seduzida pela praticidade e em busca de uma mente menos ansiosa, baixei o app para experimentar. Iniciantes ganham dez sessões para se familiarizar com o método e como approach “vida real” que Andy propõe, e sua narração suave de ensinamentos simples tornam o momento bem agradável. Confesso que, apesar do pouquíssimo tempo de dedicação exigido, com a correria da rotina tive dificuldade para fazer as sessões seguidas, mas mesmo assim consegui aproveitar e aprendi a apreciar aquele momento de pausa e a sensação de clareza quevemdepois. Foi especialmente útil entender que durante a meditação é normal se distrair e desviar o foco, o importante é perceber e retomar – com o tempo, você vai aprendendo a ter esse controle, como um músculo que está sendo exercitado.

Amigos que já meditam também foram ótimos incentivadores. O cabeleireiro Marcos Proença, que começou a praticar meditação transcendental há quatro anos em uma fase de muito estresse, contou que uma vez por dia se fecha em uma sala de seu movimentado salão em São Paulo e fica 20 minutos pensando em seu mantra (na meditação transcendental, cada pessoa ganha um mantra e ele deve ser secreto). “Me esqueço davida, é uma experiência de relaxamento e tranquilidade, como um ansiolítico natural. Demorei dois meses para conseguir desligar, mas hoje é fácil”,conta. A princesa multitalentosa Paola de Orleans e Bragança, ansiosa assumida, é adepta da meditação transcendental há mais de um ano e, recentemente, experimentou a vipassana (que também busca o autoconhecimento e ajuda a “ver as coisas como elas são”), em um retiro de dez dias no interior de São Paulo onde não
era permitido nem falar. “É uma experiência dura, mas muito reveladora e prazerosa no fim. Você fica conectado com seu corpo, com suas sensações, para se livrar de traumas e medos.”
E na rotina, como fica? “Tirar apenas 20 minutos para fechar os olhos e limpar a mente dá impulso e disposição para levar o dia”, garante Paola. (VICTORIA CERIDONO)

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