Saúde

Por Yara Guerra


A uveíte é comum em cães e gatos e não tem predisposição racial, portanto pode acometer pets de qualquer raça — Foto: Unsplash/ Izabelly Marques/ CreativeCommons
A uveíte é comum em cães e gatos e não tem predisposição racial, portanto pode acometer pets de qualquer raça — Foto: Unsplash/ Izabelly Marques/ CreativeCommons

Nos olhos dos animais existem três estruturas: a íris, o corpo ciliar e o coroide. Juntas, eles formam a úvea — uma das camadas internas do olho que, quando inflamada, causa a uveíte.

“A uveíte é uma inflamação intraocular que geralmente provoca dor ou desconforto”, define Mirela Miranda Palos, médica-veterinária mestre em cirurgia oftalmológica.

Frequente em cães e gatos, esta alteração pode estar relacionada a traumas oculares e muitas doenças que afetam os bichos, como leptospirose, leishmaniose, piometra, doença do carrapato, neoplasia intraocular e úlcera de córnea.

“Também são causas as doenças parasitárias, metabólicas, autoimunes e até mesmo câncer”, complementa Mirela.

Algumas das doenças felinas relacionadas à uveíte são FIV e FeLV, toxoplasmose, micoplasmose e neoplasias — Foto: Unsplash/ Antonio Lapa/ CreativeCommons
Algumas das doenças felinas relacionadas à uveíte são FIV e FeLV, toxoplasmose, micoplasmose e neoplasias — Foto: Unsplash/ Antonio Lapa/ CreativeCommons

Em gatos, as causas são inúmeras, mas Daniela Pereira, médica-veterinária especializada em oftalmologia clínica e cirúrgica e microcirurgia ocular, lista as principais: “toxoplasmose, micoplasmose, síndrome da imunodeficiência felina (FIV), leucemia felina (FeLV), neoplasias e outras doenças”.

Sintomas da uveíte

Os sinais clínicos da uveíte são diversos e inespecíficos, variando conforme a causa. Alguns deles são a mudança na coloração dos olhos, o piscar frequente das pálpebras ou olho fechado, a pupila contraída, o lacrimejamento e a secreção ocular.

“Pode haver até mesmo mudanças no comportamento, como apatia, são reflexos do desconforto. Ou seja, um 'simples' olho vermelho pode ser o único sinal de que algo grave está acontecendo com aquele animal”, afirma Mirela sobre a inflamação que pode, inclusive, levar à cegueira.

Diagnóstico e tratamento

O animal com uveíte pode ter a cor de seu olho alterada e apresentar apatia devido ao desconforto e à dor — Foto: Unsplash/ Marek Piwnicki/ CreativeCommons
O animal com uveíte pode ter a cor de seu olho alterada e apresentar apatia devido ao desconforto e à dor — Foto: Unsplash/ Marek Piwnicki/ CreativeCommons

Para fechar o diagnóstico de uveíte, o médico-veterinário pode precisar realizar exames de sangue, além dos testes oftálmicos específicos para avaliação das estruturas internas do olho e detecção dos sinais da inflamação; mensuração da pressão intraocular; exame de fundo de olho; mapeamento da retina; ultrassonografia ocular, entre outros.

“Existe tratamento e, normalmente, ele é medicamentoso. O objetivo é aliviar a dor, controlar a inflamação, minimizar sequelas, preservar a visão e, principalmente, tratar a causa-base”, explica Mirela.

“No olho, o tratamento inclui o uso de colírios ou de medicamentos anti-inflamatórios de via oral”, completa Daniela.

Prevenção

O tutor deve fazer check-ups periódicos em seu animal e levá-lo ao especialista no primeiro sinal de uveíte, pois um diagnóstico precoce interfere positivamente no tratamento e prognóstico — Foto: Unsplash/ Eduardo Goody/ CreativeCommons
O tutor deve fazer check-ups periódicos em seu animal e levá-lo ao especialista no primeiro sinal de uveíte, pois um diagnóstico precoce interfere positivamente no tratamento e prognóstico — Foto: Unsplash/ Eduardo Goody/ CreativeCommons

Apesar de não haver prevenção direta contra uveíte, o tutor deve se atentar para a importância do animal ser acompanhado de perto por um veterinário apto a identificar a inflamação ou alterações secundárias que ela pode causar — como o glaucoma, por exemplo. Assim, pode-se tentar controlar as manifestações brevemente para evitar danos permanentes, inclusive a cegueira.

“A observação diária do pet em casa também ajuda a identificar qualquer alteração. Além disso, é importante buscar socorro imediato com médico veterinário para uma boa investigação com realização de exames e acompanhamentos até a resolução do quadro”, comenta Mirela.

Ou seja, vale realizar check-ups periódicos para realizar um diagnóstico precoce, o que interfere bastante no tratamento e prognóstico da uveíte.

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