Nutrição

Por Yara Guerra


Alguns alimentos são tóxicos a cães e gatos e podem ocasionar vômitos, diarreias, dificuldade respiratória, lesões em órgãos, hemorragias, convulsões e até morte — Foto: Pexels/ MART PRODUCTION/ CreativeCommons
Alguns alimentos são tóxicos a cães e gatos e podem ocasionar vômitos, diarreias, dificuldade respiratória, lesões em órgãos, hemorragias, convulsões e até morte — Foto: Pexels/ MART PRODUCTION/ CreativeCommons

Seja para aqueles cães que fazem uso de dietas naturais ou para aqueles que se alimentam de ração, mas cujos tutores não resistem ao olhar pidão e acabam dividindo o que estão comendo, é preciso tomar cuidado com o que é ofertado.

Isso porque existem alimentos que são tóxicos aos animais e podem desencadear diversas manifestações clínicas, desde vômitos e diarreias a efeitos mais sérios, como dificuldade respiratória, lesões em órgãos, hemorragias, convulsões e até morte.

Pensando nisso, o Vida de Bicho reuniu aqui os 10 alimentos mais perigosos para cachorros. Confira a lista abaixo, endossada pela médica-veterinária Sylvia Angélico, pós-graduada em nutrição animal, e pelo médico-veterinário Marcio Antonio Brunetto, doutor em nutrição clínica:

1. Alho e cebola

Cebola e alho possuem organossulfóxidos em sua composição, que são tóxicos a cães e gatos — Foto: Pexels/ Karolina Grabowska/ CreativeCommons
Cebola e alho possuem organossulfóxidos em sua composição, que são tóxicos a cães e gatos — Foto: Pexels/ Karolina Grabowska/ CreativeCommons

Cães e gatos apresentam alta sensibilidade aos organossulfóxidos, agentes tóxicos presentes na cebola (crua ou cozida, cujo tóxico principal é o n-propil disulfito) e alho.

Segundo Marcio, eles podem causar danos oxidativos na membrana plasmática das hemácias e desnaturação oxidativa irreversível da hemoglobina, provocando quadros de anemia hemolítica com formação dos corpúsculos de Heinz, hemoglobinúria, aumento da bilirrubina sérica e síntese de metahemoglobinemia.

"As principais manifestações são referentes ao quadro de anemia: mucosas pálidas, taquicardia, taquipneia, fraqueza e letargia", diz o especialista. Os sintomas gastrointestinais incluem vômito, diarreia e dor abdominal, e, em casos mais graves, icterícia e insuficiência renal aguda.

Vale também evitar alimentos preparados com cebeola (como fígado acebolado ou arroz) e alimentícios industrializados com o ingrediente em sua composição.

2. Álcool

O etanol presente em bebidas alcóolicas pode causar vários efeitos colaterais como depressão, letargia, descoordenação, salivação, desmaio, entre outros — Foto: Pexels/ Isabella Mendes/ CreativeCommons
O etanol presente em bebidas alcóolicas pode causar vários efeitos colaterais como depressão, letargia, descoordenação, salivação, desmaio, entre outros — Foto: Pexels/ Isabella Mendes/ CreativeCommons

Cães geralmente não são atraídos pelo álcool, mas pode acontecer de ficarem interessados em bebidas adocicadas ou com frutas, como coquetéis e batidas. Por conter etanol – substância para a qual os cachorros apresentam alta taxa metabólica e rápida absorção sistêmica –, estes drinks podem causar efeitos adversos, como nos seres humanos.

"Os efeitos são mais acentuados, principalmente em se tratando de cães pequeninos. Bebidas com maior concentração de álcool e doses elevadas podem causar depressão, letargia, descoordenação, salivação, vômito, desmaio, redução da frequência respiratória, hipotensão e hipotermia", diz Sylvia.

Outras manifestações comuns são: ataxia, diminuição dos reflexos, alterações comportamentais, excitação e bradicardia.

3. Chocolate

O cacau presente em chocolates contém teobromina, que é tóxica aos animais — Foto: Pexels/ Anete Lusina/ CreativeCommons
O cacau presente em chocolates contém teobromina, que é tóxica aos animais — Foto: Pexels/ Anete Lusina/ CreativeCommons

No caso do chocolate, o verdadeiro vilão é o cacau. A fruta contém teobromina, uma substância de conhecido efeito diurético, vasodilatador e estimulante do sistema nervoso central e do coração.

Uma quantidade pequena de 100 a 150 gramas já é suficiente para intoxicar o animal gravemente e capaz de fazê-lo apresentar, de 6 a 12 horas após a sua ingestão, sintomas como: diurese, taquicardia, agitação, distensão abdominal, dificuldade respiratória, espasmo e fraqueza muscular, vômitos, diarreia, aumento no consumo de água e da temperatura, tremores, arritmia cardíaca, convulsões e coma.

Absorvida rapidamente após a ingestão, a teobromina logo começa a estimular o cérebro e o coração do cachorro, podendo desencadear arritmias cardíacas. Além disso, o pâncreas também é afetado e tende a sofrer com o alto teor de gorduras do alimento.

4. Café, chás e outros compostos com cafeína

Cafés e chás são proibidos aos pets devido à presença da cafeína, capaz de causar intoxicação — Foto: Pexels/ Engin Akyurt/ CreativeCommons
Cafés e chás são proibidos aos pets devido à presença da cafeína, capaz de causar intoxicação — Foto: Pexels/ Engin Akyurt/ CreativeCommons

Semelhante à teobromina presente no chocolate, a cafeína presente em cafés e chás é capaz de intoxicar o pet – portanto, nada de oferecer estas bebidas a ele. A substância é uma uma metilxantina estimulante, à qual cães e gatos são bem mais sensíveis do que nós.

"Além do coração e do sistema nervoso central, a cafeína também acomete rins e pulmão, desencadeando sintomas clínicos de vômito, dor abdominal, dificuldade respiratória, fraqueza, ataxia, taquicardia, tremores musculares, convulsões e coma", diz Marcio.

Os sintomas costumam aparecer de 1 a 2 horas após a ingestão. Soma-se à lista diarreia, respiração ofegante, diurese excessiva, sede aumentada e tremores.

5. Adoçante artificial (xilitol)

O xilitol pode desencadear alterações no fígado e aumento da liberação de insulina em cães — Foto: Pexels/ TUBARONES PHOTOGRAPHY/ CreativeCommons
O xilitol pode desencadear alterações no fígado e aumento da liberação de insulina em cães — Foto: Pexels/ TUBARONES PHOTOGRAPHY/ CreativeCommons

O xilitol é um tipo de adoçante presente em balas, chicletes, cereais, pães, sobremesas fitness e pasta de dente, por exemplo. Alimentos com alto teor dessa substância podem desencadear alterações no fígado (insuficiência hepática) e aumento da liberação de insulina em cães.

Alguns dos sintomas comuns da intoxicação por xilitol são letargia, hipoglicemia, convulsões, vômito, falta de coordenação motora, fraqueza, icterícia, hemorragias gastrointestinais, desmaios, convulsões e até morte, dependendo da dose ingerida.

Nos cães, o xilitol é completamente absorvido em 30 minutos após a ingestão e acarreta um violento pico de insulina e, consequentemente, uma súbita depressão da taxa de glicose no sangue.

"Existem evidências científicas de que a ingestão de xilitol também possa causar falência hepática em cães, dependendo da dose ingerida. Os animais citados nesse estudo não manifestaram sintomas de hipoglicemia antes ou por 12 a 24 horas após a ingestão, mas, depois disso, entraram em falência hepática", diz Sylvia.

6. Macadâmia

A ingestão de macadâmia pode trazer desconforto e mal-estar ao animal, mas os sintomas costumam passar sozinhos após 12 a 48 horas — Foto: Flickr/ Forest and Kim Starr/ CreativeCommons
A ingestão de macadâmia pode trazer desconforto e mal-estar ao animal, mas os sintomas costumam passar sozinhos após 12 a 48 horas — Foto: Flickr/ Forest and Kim Starr/ CreativeCommons

O princípio tóxico responsável pela intoxicação por macadâmia ainda não foi descoberto, no entanto, algumas espécies apresentam concentrações tóxicas de glicosídeos cianogênicos (proteacina e durina) nas sementes.

O mecanismo de ação permanece desconhecido, mas, até 12 horas após a ingestão, cães e gatos podem apresentar fraqueza, depressão, vômitos, hipertermia, ataxia, paresia, dor e edema nos membros traseiros. Além disso, podem ser observados tremores, dor abdominal, claudicação, rigidez das articulações e mucosas hipocoradas.

"Felizmente, os sintomas costumam passar sozinhos e duram de 12 a 48 horas. Mas o quadro assusta e traz muito desconforto e mal-estar ao animal. Outras castanhas, como a do Pará, nozes, amêndoas e amendoim não são tóxicas, mas devem ser oferecidas com moderação por serem bastante gordurosas", alerta Sylvia.

7. Sementes e caroços de frutas

Sementes de maçãs e peras têm glicosídeo cianogênico, substância tóxica para cachorros — Foto: Pexels/ Skylar Kang/ CreativeCommons
Sementes de maçãs e peras têm glicosídeo cianogênico, substância tóxica para cachorros — Foto: Pexels/ Skylar Kang/ CreativeCommons

De acordo com a especialista em nutrição, caroços de frutas como pêssego, ameixa, manga, abacate e avocado com frequência causam obstrução gastrintestinal se ingeridos.

"Nesses casos é necessário cirurgia para remover. Os principais sinais clínicos são dor abdominal, prostração, falta de apetite e vômitos", diz.

Além disso, as sementes de maçãs e peras apresentam glicosídeo cianogênico, agente tóxico para cães. No organismo, a substância entra em contato com as enzimas β-glucosidases e é hidrolisada, causando a liberação de ácido cianídrico na forma de gás, que se acopla à hemoglobina e impede o carreamento e liberação de oxigênio pela célula.

"Este quadro é denominado de anóxia celular. A absorção do ácido cianídrico é rápida e as manifestações clínicas podem surgir logo após a ingestão das sementes. Elas se caracterizam por dificuldade respiratória, taquicardia, mucosas pálidas, salivação excessiva, tremores musculares e fraqueza", diz Marcio.

8. Uva e uva passa

Qualquer tipo de uva pode subitamente danificar os rins do animal, por isso não é indicado ofertar o alimento — Foto: Pexels/ Kai-Chieh Chan/ CreativeCommons
Qualquer tipo de uva pode subitamente danificar os rins do animal, por isso não é indicado ofertar o alimento — Foto: Pexels/ Kai-Chieh Chan/ CreativeCommons

Todos os tipos de uva podem causar danos à saúde dos cachorros, apesar do seu mecanismo de ação permanecer desconhecido até hoje e não se saber ao certo a toxina ou fator responsável por sua toxicidade.

"A teoria mais aceita é a presença em quantidades variáveis de duas substâncias conhecidas como ácido tartárico e bitartarato de potássio, às quais os cães são sensíveis", diz Sylvia.

"Os relatos indicam o surgimento de manifestações clínicas de 6 a 24 horas após ingestão do fruto", acrescenta Marcio.

Os sintomas comuns à intoxicação são diarreia, anorexia, dor abdominal, fraqueza, desidratação, tremores e letargia. Já os sintomas renais incluem oligúria, evoluindo para anúria e proteinúria, glicosúria, hematúria e cristalúria, que caracterizam o desenvolvimento de lesão renal e insuficiência renal aguda. Em muitos casos, a ingestão de uva é letal.

"Qualquer tipo de uva ou passa, mesmo orgânicas, seja com ou sem casca ou sementes, pode subitamente danificar os rins. Acredita-se que elas também sejam prejudiciais aos gatos. Na dúvida, é melhor evitar", orienta a médica-veterinária.

9. Leite e derivados

Cachorros e gatos não produzem lactase e por isso não conseguem quebrar a lactose, podendo apresentar diarreia e desidratação como consequência — Foto: Pexels/ Pixabay/ CreativeCommons
Cachorros e gatos não produzem lactase e por isso não conseguem quebrar a lactose, podendo apresentar diarreia e desidratação como consequência — Foto: Pexels/ Pixabay/ CreativeCommons

Segundo Marcio, o leite e seus derivados não apresentam um mecanismo de ação ou composto tóxico em sua composição para os cães. O que se observa é que os pets adultos são desprovidos de lactase, enzima responsável pela degradação da lactose, presente apenas nesses animais quando filhotes.

"Desta maneira, diarreia e, consequentemente, desidratação secundária são os principais sintomas apresentados por estes animais", diz.

10. Abacate

O abacate possui persina, uma substância tóxica para cães que causa alterações gastrointestinais — Foto: Pexels/ Taryn Elliott/ CreativeCommons
O abacate possui persina, uma substância tóxica para cães que causa alterações gastrointestinais — Foto: Pexels/ Taryn Elliott/ CreativeCommons

Apesar dos diversos benefícios do abacate na alimentação humana, para cães, ele é considerado um alimento tóxico e até mesmo fatal. A fruta, semente, folhas e cascas do abacateiro, quando ingeridos em grandes quantidades, podem apresentar perigo aos animais devido à presença da substância persina, uma toxina fungicida que causa alterações gastrointestinais.

"O mecanismo de ação da persina no organismo dos cães ainda é desconhecido, mas seus efeitos estão relacionados ao acúmulo de líquido em diferentes órgãos, necrose e pancreatite", diz o médico-veterinário.

Segundo ele, os cães intoxicados pelo consumo exagerado nas primeiras 24 horas podem apresentar sintomas como vômito, diarreia e letargia, podendo evoluir para dificuldade respiratória, acúmulo de líquido abdominal, em torno dos pulmões e no pericárdico (saco que envolve o coração) e inchaço generalizado.

11. Ossos cozidos

Ossos cozidos são rígidos e podem perfurar o sistema gastrointestinal dos bichos — Foto: Pexels/ Geraud pfeiffer/ CreativeCommons
Ossos cozidos são rígidos e podem perfurar o sistema gastrointestinal dos bichos — Foto: Pexels/ Geraud pfeiffer/ CreativeCommons

Apesar de pertencer a alguns tipos de dietas naturais, os ossos cozidos não devem ser oferecidos, pois o cozimento altera a estrutura molecular do colágeno do osso, tornando-o mais rígido ao ser partido.

"Com isso, o risco de perfuração gastrintestinal é real. O tratamento por calor também torna esse alimento mais difícil de digerir, favorecendo obstruções. Ossos devem ser oferecidos sempre em seu estado natural, crus, como os que todos os canídeos e felinos consomem na natureza", orienta Sylvia.

12. Espiga de milho

A ingestão da espiga de milho pode causar obstrução esofágica ou gastrintestinal — Foto: Pexels/ Engin Akyurt/ CreativeCommons
A ingestão da espiga de milho pode causar obstrução esofágica ou gastrintestinal — Foto: Pexels/ Engin Akyurt/ CreativeCommons

Há um risco elevado de obstrução esofágica ou gastrintestinal por ingestão de espiga de milho, requerendo cirurgia. Os cães mastigam e engolem os pedaços de espiga, mas elas não são passíveis de digestão e ainda são abrasivas, ferindo a mucosa.

"Ofereça um pouco de milho cozido, se quiser, mas jamais na espiga", alerta Sylvia.

O que fazer se o cachorro comer algum alimento tóxico ou contraindicado?

Em caso de ingestão dos alimentos desta lista, o tutor deve contatar imediatamente o médico-veterinário de sua confiança. Dependendo do contexto, ele recomendará uma consulta com urgência e exames para avaliar se houve algum prejuízo à saúde do cão.

"No caso de ingestão há menos de 30 minutos de uvas, alimentos contendo xilitol e de cebola em grande quantidade, pode ser recomendável induzir o vômito com água oxigenada (2 ml por kg de peso do cão até um máximo de 45 ml). Use uma seringa sem agulha para administrar o líquido diretamente na boca dele. O vômito deve ocorrer em cerca de 15 minutos. Em seguida, leve-o ao veterinário", diz a especialista.

Se flagrar o cão comendo alimentos tóxicos ou contraindicados, o tutor deve procurar o veterinário e também pode induzir o vômito do animal ou administrar carvão ativado — Foto: Pexels/ MART PRODUCTION/ CreativeCommons
Se flagrar o cão comendo alimentos tóxicos ou contraindicados, o tutor deve procurar o veterinário e também pode induzir o vômito do animal ou administrar carvão ativado — Foto: Pexels/ MART PRODUCTION/ CreativeCommons

"Também pode ser administrado pelo tutor como o detergente de louça: 10 ml/kg via oral (diluição de 45 ml em 250 ml de água)", completa Marcio.

Contudo a indução do vômito não deve ser feita se o animal estiver inconsciente, muito deprimido ou não responsivo, apresentando convulsões ou caso tenha ingerido em conjunto algum material corrosivo ou cáustico.

Segundo o médico-veterinário, o carvão ativado também pode ser administrado nessas situações (dosagem de 2 a 5 g/kg em suspensão aquosa – 1 g em 5 ml de água), pois irá diminuir a absorção pelo organismo e auxiliar na eliminação do agente tóxico.

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