Tesouro Direto

Por Cris Almeida, Valor Investe — Rio


O Tesouro Direto lançou, no começo do ano passado, o Tesouro RendA+, uma aplicação de longo prazo que funciona como complemento à previdência social. A ideia é que, a partir de aportes mensais, o investimento acumule uma renda que será recebida por 20 anos a partir da data de conversão. Atualmente, mais de 73 mil investidores aderiram à modalidade, segundo dados do próprio Tesouro.

Mas como é possível garantir até R$ 5 mil por 20 anos nesse formato do Tesouro RendA+?

Se o objetivo do investidor é complementar a aposentadoria com R$ 1,5 mil por 20 anos, ele pode optar pelo vencimento mais curto (ou seja, 2030, poupando por seis anos). Para isso, será preciso comprar 1,23 título por mês até a aposentadoria. Hoje, para comprar essa quantidade de papel, o investidor terá de desembolsar R$ 2.249,90 por mês. Mas, se ele tiver mais tempo de acumulação, esse valor mensal cai.

Quem quer ganhar o dobro, ou seja, R$ 3 mil por mês durante 20 anos, precisa poupar R$ 4.499,81 por mês durante seis anos, o equivalente a 2,46 títulos do Tesouro RendA+ por mês, um total de 169,2 no período de acumulação. No caso de o prazo de acumulação ser de 20 anos, ao invés de seis, o valor do investimento mensal cai para R$ 519,94.

A título de comparação, numa previdência tradicional o investidor precisaria investir mais de R$ 5 mil ao mês por 10 anos para receber a mesma quantia de aposentadoria, durante 30 anos.

Agora, quem busca ganhar R$ 5 mil por 20 anos a partir de 2030 precisa investir R$ 6.538,90 por mês até lá. Assim como os demais prazos de conversão, se o investidor tiver mais tempo de acumulação, o valor cai proporcionalmente.

O que preciso saber antes de investir?

Na opinião do analista de renda fixa da Suno Research, Vinícius Romano, o investidor precisa avaliar, antes de tudo, a disposição e capacidade de manter um título de tão longo prazo até o vencimento.

“Por característica, esses ativos oscilam diariamente, e podem não agradar muito os mais conservadores. Por outro lado, por serem baseados em renda fixa, em caso de manutenção do título até o vencimento, a taxa de compra é garantida”, afirma.

Também é importante lembrar que há outras opções de ativos para diversificar seus investimentos e alcançar essa mesma quantia mensal. Dentro da própria renda fixa existem diversas alternativas que geram renda extra, assim como os próprios fundos de previdência e outros títulos do Tesouro Direto.

“Os investidores contam com títulos pós-fixados, prefixados e indexados à inflação, além de terem a possibilidade de escolher emissores públicos ou privados. O cardápio é bem grande e vale uma reflexão sobre diversificação, perfil de risco, e outros fatores”, destaca Romano.

Tributação

A taxa de custódia é zerada para quem recebe o equivalente a até 6 salários mínimos no fluxo de pagamentos mensais futuros. Para quem passa desse valor, é cobrada uma taxa de 0,10% ao ano sobre o excedente. Em contrapartida o investidor paga taxa de custódia mais elevada se vender antecipadamente o título. Nesse caso, a taxa é decrescente de acordo com o tempo investido.

A cobrança de imposto de renda é decrescente, assim como nos demais títulos do Tesouro. Ou seja, 22,5% para resgate de até 180 dias; de 20% para prazos de 181 a 360 dias; de 17,5% para prazos de 361 a 720 dias; e após 720 dias é cobrada 15% de alíquota. Importante destacar que o investidor precisa esperar pelo menos 60 dias de carência para vendas antecipadas, diferentemente dos outros títulos do Tesouro.

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