Tesouro Direto: taxas de títulos de inflação pisam no freio; o que esperar nesta semana?

Vale a lembrança que, nas últimas semanas, os dados de inflação nos Estados Unidos acima das expectativas do mercado mais as incertezas na situação fiscal no Brasil resultaram no aumento das taxas (recuo dos preços) dos títulos de renda fixa brasileiros.

"O aumento das taxas futuras de juros traz maior volatilidade para o mercado, fazendo com que os investidores optem por ativos mais seguros, já que oferecem uma remuneração maior com baixo risco (títulos americanos pagando 5% ao ano, por exemplo). No entanto, em momentos de maior incerteza, alguns títulos de renda fixa ficam mais atrativos, como é o caso dos papéis indexados à inflação no Brasil", explica o especialista de renda fixa na Suno Research, Vinícius Romano.

Para os próximos dias, as decisões de política monetária tanto nos EUA como no Brasil seguem no radar. Lá fora, a tendência é de manutenção dos juros. Hoje, o primeiro corte precificado pelo mercado aconteceria somente na reunião de setembro, bastante adiado em comparação com a expectativa no início de 2024.

No Brasil, o mercado espera um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, enquanto o próprio Comitê de Política Monetária (Copom) anteviu um corte de 0,5 ponto percentual.

A expectativa dos analistas é que as taxas voltem a disparar novamente ao longo da semana.

Perto das 15h30, além do Tesouro IPCA+ 2029, os papéis com vencimento mais longos também recuavam. O Tesouro IPCA+ 2055 pagava 6,06% ao ano, após atingir os 6,10% na semana passada.

Como se sabe, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento —, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.