Dólar fecha a R$ 5,32 e volta ao maior nível em um ano e meio após fala de Haddad

Em reunião com investidores em São Paulo, ministro da Fazenda reviveu temores fiscais ao dizer que pode acontecer de ter contingenciamento se limite do marco fiscal for ultrapassado

Por Valor Investe — São Paulo


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O dólar avançou firme ante o real na sessão desta sexta-feira (7) após fala do ministro da Fazenda Fernando Haddad reviver temores fiscais e a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos, divulgadas pelo relat��rio payroll, avançar mais do que o esperado em maio. No final da sessão a moeda americana avançava 1,29%, a R$ 5,323, voltando a ficar no maior nível em um ano e meio. No dia 5 de janeiro de 2023, chegou a R$ 5,351. Na máxima do dia, atingiu R$ 5,327.

Em reunião com investidores em São Paulo, Haddad disse que pode acontecer de ter contingenciamento [se ultrapassar limite do marco fiscal]. Também disse que a reação à MP do PIS/Cofins tem muito de calor do momento. "Temos de subvencionar quem precisa, e não o andar de cima das cadeias produtivas. A política de campeões nacionais tem de acabar".

Mais cedo, o indicador de emprego oficial dos EUA, o payroll, contrariou a tendência de um enfraquecimento do mercado de trabalho apontada em dados anteriores, como a pesquisa ADP e o relatório Jolts, ambas divulgadas ao longo da semana. Portanto, o payroll joga um balde de água fria na aposta do mercado de que poderiam ser realizados dois cortes de juros no país nesse ano.

Para Claudia Rodrigues, economista do banco C6, os números indicam que a baixa oferta de mão de obra disponível continua puxando os salários para cima. O mercado de trabalho aquecido pressiona ainda mais a inflação de serviços, que já está em nível elevado, o que dificulta uma queda mais rápida da inflação como um todo em direção à meta, exigência para que o banco central americano comece a cortar os juros. "Na nossa visão, aumenta a possibilidade de não haver cortes de juros nos EUA neste ano".

Ontem (6), o dólar registrou queda firme, diminuindo parte dos ganhos expressivos que registrou nas duas últimas sessões, quando encostou em R$ 5,30, maior nível em um ano e meio. A queda ocorreu após o corte dos juros do Banco Central Europeu (BCE) e dados que indicavam um desaquecimento do mercado de trabalho americano.

Dólar chuva de dinhehiro — Foto: Getty Images
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