Jolts: vagas em aberto nos EUA caem para o menor nível desde fevereiro de 2021. E daí?

Em dois meses, o número de vagas em aberto caiu em 700 mil. O número é bem menor do que os 12,2 milhões de vagas na máxima da série, registrada em março de 2022. Tanto o volumes de contratações como o de demissões subiram em abril. As contratações ficaram em 5,6 milhões, de 5,5 milhões em março. Já as demissões totalizaram 5,4 milhões em abril, de 5,2 milhões anteriormente.

O relatório Jolts é o primeiro de três dados relevantes sobre o mercado de trabalho americano nesta semana. Nesta quarta-feira (5), às 9h15, saem números de emprego do setor privado de maio em relatório produzido pela Automatic Data Processing (ADP). Esses dados são considerados uma prévia do que será conhecido na sexta (7), às 9h30, com a divulgação de números completos do mercado de trabalho americano (payroll).

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Sinais de enfraquecimento ou força do mercado de trabalho sugerem se há ou não a necessidade de estímulos do banco central americano (Federal Reserve, o Fed). Em outras palavras, se existe espaço para cortes de juros.

Nesse sentido, um passo em falso pode implicar mais inflação. Menos juros podem turbinar ainda mais o consumo dos trabalhadores e, consequentemente, o custo de vida. E, no momento, o Fed vai encontrando dificuldades para alcançar a meta inflacionária de 2% ao ano.

A redução da procura de mão-de-obra aponta para um crescimento salarial mais lento, conclui Nancy Vanden Houten, economista para os EUA da Oxford Economics. "O relatório mostrou que a demanda por trabalhadores continuou a diminuir, o que aponta para um ritmo mais lento de contratações nos próximos meses. No entanto, as demissões permanecem baixas, e o crescimento líquido do emprego deverá continuar a ser positivo".

Para a analista, o banco central americano acolherá com satisfação os sinais de condições mais frias no mercado de trabalho, mas os dados não alteram a visão de que o Fed se contentará em manter as taxas de juro nos níveis atuais até setembro.

"O mercado de trabalho permanece suficientemente saudável para permitir que as decisões sobre juros do Fed sejam guiadas principalmente pelas leituras da inflação. Os dados de abril sobre a inflação foram encorajadores, mas o Fed precisa de mais de um mês de bons dados antes de reduzir as taxas de juros".