Os contratos de juros futuros registram forte alta na tarde desta sexta--feira (7). Já operavam em alta o dia todo, mas acirraram o rali no fim da tarde. A deterioração foi simultânea a um encontro entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e figuras de relevo do mercado financeiro nacional. Em pauta na conversa, a situação fiscal brasileira.
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Ao final dos negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 passou de 10,445%, do ajuste anterior, para 10,605%; a do DI para janeiro de 2026 subiu de 10,855% para 11,225, após chegar a 11,395%.
A taxa do DI para janeiro de 2027 saltou de 11,165% para 11,600%, após atingir 11,780%; e a do DI para janeiro de 2029 avançou de 11,585%, para 11,960%.
Pela manhã, a divulgação dos dados de empregos nos Estados Unidos superaram muito as estimativas do mercado, voltando a esfriar as apostas de cortes de juros na maior economia do mundo em setembro, que vinham ganhando força.
Os Estados Unidos criaram 272 mil vagas de empregos em maio, resultado que ficou bem acima do número revisado de 165 mil vagas abertas em abril e também bem acima das expectativas.
Nesse contexto, agentes reduziram as apostas para os cortes de juros nos Estados Unidos em julho e também passaram a colocar em dúvida a possibilidade de o Fed iniciar o afrouxamento monetário em setembro. Segundo o CME, a probabilidade implícita de um corte em julho caiu de 21% ontem para 8,8%, enquanto a de um corte em setembro recuou de 68,7% para 54,5%.
O reflexo de possível corte de juros no Brasil também acaba por se dissipar. A probabilidade de manutenção da Selic, segundo o mercado de opções digitais de Copom, sobe de 85% para 90%, enquanto a de um corte de 0,25 ponto recua de 14% para 10%.
Pela manhã, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que, após a pandemia de covid-19, houve um pico de inflação, que inicialmente se achou que seria temporária. "Um aprendizado foi que, a partir de um nível de difusão de inflação, ela se torna muito mais permanente, de forma geral", disse, durante apresentação em evento promovido pela corretora Monte Bravo, em São Paulo.
Há pouco, em entrevista coletiva sobre a Medida Provisória que restringe o uso de créditos do PIS/Cofins, o ministro da Fazenda Fernando Haddad disse que "temos de controlar a despesa por um lado e recuperar a receita perdida", ao longo de dez anos em virtude de "uma série de expedientes que foram incluídos na legislação".
O ministro declarou que, se as despesas ultrapassarem o limite do marco fiscal, "pode acontecer de ter contingenciamento".