O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, neste sábado (15). Lula afirmou que “enquanto estiver no cargo, Haddad jamais ficará enfraquecido".
A declaração foi feita após o presidente ser questionado sobre a situação do ministro e a intenção de cortar gastos. Lula ainda reforçou que Haddad foi escolhido por ele e mantido por ele.
Para quem não se lembra, ao longo da semana, cresceram as incertezas do mercado a respeito da questão fiscal do país. Haddad, por sua vez, tentou acalmar os ânimos e afirmou que a equipe econômica vai intensificar a agenda de trabalho em relação aos gastos públicos. O ministro disse que nas próximas semanas, o foco será em fazer uma revisão "ampla, geral e irrestrita" das despesas.
O presidente, por sua vez, afirmou que não fará ajuste de contas "em cima dos pobres”, uma vez que existem pressões para que o governo modifique regras que tratam dos investimentos mínimos em saúde e educação.
Por que o fiscal é importante?
As contas públicas estão no radar do mercado porque um governo com as contas públicas em dia atrai mais investidores. O arcabouço fiscal, conjunto de normas estipuladas pelo próprio governo para manter as contas públicas em dia, prevê que o governo atinja a meta de zerar o déficit neste ano. Ou seja: equiparar a arrecadação com os gastos.
Portanto, o cumprimento dessa meta seria um sinal positivo a investidores de que a saúde financeira do país está em dia. Assim, diminuiria a percepção de risco do país e, portanto, os prêmios exigidos para se investir no Brasil.
Trocando em miúdos: contas públicas saudáveis reduzem a percepção de risco sobre o governo, ou seja, diminuem a possibilidade que o mercado mede de um calote. Esse ambiente atrai investidores para o país, pessoas dispostas a emprestar dinheiro para esse governo e a colocar dinheiro nesse mercado.