Comportamento

Por Redação Galileu

Ter uma imagem mais positiva do próprio corpo está fortemente associado ao bem-estar psicológico e à satisfação com a vida, segundo um estudo publicado na edição de setembro do periódico Body Image.

Liderada por especialistas da Universidade de Anglia Ruskin (ARU), na Inglaterra, a pesquisa é uma das maiores já realizadas sobre o tema: ela envolveu 56.968 participantes de 65 países, incluindo territórios das Américas, Europa, Oceania, África e Ásia. Além de virem de contextos socioculturais diversos, os voluntários também pertenciam a diferentes faixas etárias e identidades de gênero.

Para suas análises, os especialistas definiram a apreciação corporal como o comportamento de “aceitar, manter opiniões favoráveis do corpo e respeitá-lo, ao mesmo tempo que se rejeita os ideais de aparência promovidos pela mídia como a única forma de beleza humana”.

Com isso em mente, eles pediram para os participantes responderem ao questionário da Escala de Apreciação Corporal-2 (BAS-2). Bastante usada por estudos de imagem corporal, a medida avalia a aceitação que um indivíduo tem da sua própria aparência a partir das respostas que ele dá para 10 itens, incluindo "eu respeito meu corpo" e "eu aprecio as características diferentes e únicas do meu corpo”. Para cada afirmação, o respondente deve escolher uma nota de 1 a 5, sendo que 1 é "nunca" e 5 é "sempre".

Os pesquisadores observaram que, em todos os países avaliados, uma maior apreciação corporal estava significativamente associada a um maior bem-estar psicológico, conforme foi examinado a partir de uma medida de satisfação com a vida. Além disso, o estudo revelou que a valorização do corpo era maior nos participantes solteiros (em comparação com os casados ou aqueles em um relacionamento sério) e naqueles que viviam em zonas rurais.

“As pessoas que vivem em áreas urbanas podem sentir uma pressão mais forte para se encaixar nos ideais corporais promovidos pela sociedade ocidental. E é também notável que as pessoas de países considerados culturalmente diferentes dos Estados Unidos parecem ter uma apreciação corporal amplamente maior”, observa Viren Swami, professor de psicologia social na ARU e primeiro autor do estudo, em nota divulgada em 5 de setembro.

Outra descoberta foi que os países apresentavam pontuações de apreciação corporal muito diferentes entre si. As notas mais baixas foram registradas para participantes da Austrália, Índia e Reino Unido; já Malta obteve a pontuação mais alta, com Taiwan e Bangladesh vindo em seguida.

O Brasil foi representado na pesquisa – e ficou na 56ª posição do ranking de apreciação corporal (veja abaixo).

Estudo com participantes de 65 países avaliou a apreciação corporal em diferentes faixas etárias, identidades de gênero e contextos socioculturais — Foto: 10.1016/j.bodyim.2023.07.010
Estudo com participantes de 65 países avaliou a apreciação corporal em diferentes faixas etárias, identidades de gênero e contextos socioculturais — Foto: 10.1016/j.bodyim.2023.07.010

“A nossa descoberta de que uma maior apreciação corporal está associada a um maior bem-estar psicológico destaca a importância de se desenvolver novas formas de promover uma imagem corporal mais positiva a nível global”, analisa Swami.

“Esta pesquisa também destaca o que pode ser alcançado quando cientistas de todo o mundo se unem para alcançar um objetivo comum", acrescenta o pesquisador.

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