Ciência

Por Redação Galileu

Na quarta-feira (3), cientistas da Academia Chinesa de Ciências (NIGPAS) anunciaram uma descoberta tão rara quanto desinibida: insetos aquáticos preservados em âmbar realizando uma "orgia" há 100 milhões de anos. Os artrópodes de nome científico Burmogerris rarus gen. e sp. nov. pertencem à ordem Gerromorpha.

O estudo foi liderado pelo professor Huang Diying do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing da NIGPAS. A equipe dele estudou nos últimos anos fósseis de insetos aquáticos de cerca de 100 milhões de anos atrás vindos da água do Cretáceo médio do norte de Mianmar, na Ásia.

Agora, foi possível apresentar o primeiro registro fóssil desse grupo de artrópodes em relação sexual. Conforme os pesquisadores, os casos de cópula em insetos fósseis são raros, especialmente em espécies aquáticas.

Fotomicrografias de Burmogerris rarus. — Foto: Academia Chinesa de Ciências (NIGPAS)
Fotomicrografias de Burmogerris rarus. — Foto: Academia Chinesa de Ciências (NIGPAS)

Os cientistas relataram sete insetos em âmbar: há dois pares em situação de acasalamento, com machos menores montados nas costas das fêmeas; e, na mesma camada, perto da superfície superior da resina fóssil, há mais uma dupla e um único macho.

Segundo conta o pesquisador do grupo, Fu Yanzhe, em comunicado, a equipe especula que os machos de pequeno porte possam não ser territoriais, embora esta espécie mantenha uma alta densidade populacional na floresta de âmbar de Mianmar.

Usando microscopia confocal a laser e microscopia de fluorescência, os pesquisadores revelaram dimorfismo sexual nas protíbias dos machos (parte inicial da tíbia, que é um dos segmentos da perna dos insetos). Neles, essas estruturas são mais curvas, enquanto são retas nas fêmeas.

Além disso, as protíbias nos machos têm 15 a 17 aglomerados descontínuos de pinos ao longo da borda mais interna, o que forma uma estrutura semelhante a um pente que está ausente nas fêmeas.“Ao comparar os pentes protibiais do macho com espécies da família Veliidae, sugerimos que o pente protibial especializado dos novos fósseis funciona como um aparelho de preensão, provavelmente representando uma adaptação para superar a resistência feminina durante as lutas”, explica Diying.

Os fósseis emparelhados, representam, portanto, um estágio de luta pré-copulatória ou de proteção de contato após a copulação. Essa última é utilizada por machos para prolongar o acasalamento e, assim, evitar competição espermática. Isso pode ter aumentado a probabilidade dos insetos ficarem presos pela resina durante o acasalamento.

Reconstrução ecológica — Foto: Academia Chinesa de Ciências (NIGPAS)
Reconstrução ecológica — Foto: Academia Chinesa de Ciências (NIGPAS)
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