A equipe de arqueólogos encontrou duas moedas romanas nas Ilhas do Canal, ao largo da costa da França. Uma retrata um césar que foi "eliminado" na adolescência e a outra um imperador romano morto pelos godos invasores, que eram um povo germânico originário da região da Europa Setentrional.
Uma das moedas foi encontrada na escavação em um prédio da era romana, incluindo três quartos, um pátio e um depósito de lixo. Nesse último cômodo, os pesquisadores avistaram o objeto de prata, conhecido como "antoniniano", que data de 255 d.C. que valia dois denários e mostrando o busto de Valeriano II, neto do imperador romano Valeriano.
A moeda de Valeriano II não é de prata sólida, de acordo com Jason Monaghan, arqueólogo responsável pela escavação e secretário da Dig Alderney, uma instituição de caridade para arqueologia na ilha, ao Live Science. Ele explica que naquela época no Império Romano houve muita inflação e eles estavam "diluindo sua moeda".
O pesquisador diz que o tamanho do item é um pouco maior que a unha do seu polegar e se trata de uma estrutura fina. "Tem a cabeça do césar, que era como um imperador assistente, e ele era adolescência na época. Ele foi eliminado alguns anos depois”, complementa ele.
A outra moeda foi encontrada nas camadas posteriores do prédio, feita de bronze do coimperador romano Valente datado entre 364 e 367 d.C. Ele foi morto pelos godos invasores na Batalha de Adrianópolis, onde se localiza hoje a Turquia.
"Ela é uma moeda de baixo valor do final do Império Romano no Ocidente", afirma Monaghan. "Elas são bastante sujas, esses bronzes, não são muito bem cunhados”.
Além desses itens de baixo valor também foi descoberto restos de um forte, que sugerem a presença de romanos na pequena ilha de Alderney, a mais ao norte das Ilhas do Canal, no Mediterrâneo, possivelmente para proteger a rota comercial contra piratas. "Estamos começando a pensar que os romanos estavam aqui para vigiar aquele pequeno trecho de água entre aqui e a França", conta o responsável da escavação.
"Os navios que vinham do Mediterrâneo carregando cargas, óleo, vinho e coisas do tipo teriam que passar por Alderney, então os romanos provavelmente colocaram um forte lá para vigiar essa rota comercial e impedir piratas e coisas do tipo”, complementa ele.
O pesquisador complementa definindo a região "como uma mini Pompeia lá embaixo”, devido os achados fazerem parte de uma escavação desde 2008 em Alderney. Ele relembra, em 2017, quando trabalhadores elétricos descobriram estruturas romanas anteriores e túmulos da Idade do Ferro, indicando uma ocupação humana por milhares de anos.