Arqueologia

Por Redação Galileu

Até recentemente, cientistas não conheciam fósseis de vespas-joia (Chalcidoidea) de antes de 100 milhões de anos atrás. Mas a descoberta de uma nova família desses insetos preservados em âmbar no Líbano supera essa marca: as criaturas datam cerca de 130 milhões de anos.

A descoberta impressionante foi registrada em 23 de outubro no periódico Journal of Hymenoptera Research. Pesquisadores do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart (SMNS), na Alemanha, e da Universidade Libanesa descreveram a nova família de vespas do Cretáceo junto de 10 novas espécies.

As vespas-joias (Chalcidoidea) são um dos grupos de insetos mais diversos, com mais de 120 mil espécies descritas e uma estimativa de quase 1 milhão de espécies reais. Essas criaturas são parasitas que atacam outros insetos para botar seus ovos e se desenvolverem dentro do hospedeiro.

Pesquisas moleculares e fósseis estimaram que o grupo se originou no final do período Jurássico, cerca de 162 milhões de anos atrás. Agora, a nova família descrita, Protoidae, fornece o primeiro vislumbre de como eram essas vespas nas primeiras fases de sua evolução.

A descoberta ocorreu quando um dos coautores da pesquisa, Lars Krogmann, pesquisador do SMNS, notou um fóssil incomum durante uma visita ao Museu de História Natural de Paris, na França. O espécime embutido em âmbar tinha uma estrutura semelhante a uma cauda cobrindo seu ovipositor (órgão que deposita ovos).

"Anteriormente, foi descrito como um tipo completamente diferente de vespa; no entanto, os autores rapidamente reconheceram que era, de fato, um Chalcidoidea antigo", explica em comunicado Jonah Ulmer, primeiro autor do estudo.

O especialista conta que, apesar de Chalcidoidea estar no registro fóssil, nenhum pesquisador havia registrado uma dessas vespas no Líbano e nenhuma era conhecida por ser tão antiga.

Os pesquisadores logo perceberam que tinham identificado uma nova e muito antiga família de vespas-joia. A característica mais marcante dessa família é uma longa estrutura em forma de pá, que se estende desde o final do abdômen.

Apesar de espécie atual apresentar uma estrutura tão pronunciada, os cientistas supõem que esta parte do corpo tenha auxiliado na postura de ovos e oviposição, ou talvez na busca por hospedeiros entre a folhagem solta.

Foram encontrados múltiplos espécimes semelhantes em âmbar e a família agora contém dois gêneros, Protoita e Cretaxenomerus. Os autores acreditam existir outras famílias igualmente antigas de Chalcidoidea esperando para serem descobertas, seja no solo ou em antigos gabinetes de museus.

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