Espaço

Por Redação Galileu

Uma equipe de pesquisadores, liderada por Shuai Li, cientista da Universidade do Havaí (UH), descobriu que os elétrons de alta energia que compõe a camada de plasma da Terra estão contribuindo para processos de intemperismo na superfície da Lua e, mais importante, podem ter ajudado na formação de água na superfície lunar.

O estudo foi publicado na Nature Astronomy e chama atenção pois compreender as concentrações e distribuições de água na Lua é fundamental para entender a sua formação, evolução e capacidade de fornecer recursos hídricos para futura exploração humana. A nova descoberta também pode ajudar a explicar a origem do gelo de água anteriormente identificado nas regiões lunares permanentemente sombreadas.

Devido ao magnetismo da Terra, existe um campo de força ao redor do planeta, conhecido como magnetosfera, que protege a Terra das intempéries espaciais e da radiação prejudicial do Sol. O vento solar empurra essa magnetosfera e a remodela, formando uma longa cauda no lado noturno da Terra. A folha de plasma dentro desta cauda magnética é a região que consiste em elétrons e íons de alta energia.

Até agora, o vento solar, que também é composto de partículas de alta energia, como prótons, é considerado uma das principais formas de formação de água na Lua. No entanto, com base em seu trabalho anterior, que mostrou que o oxigênio na cauda magnética da Terra é o ferro enferrujado nas regiões polares da Lua, Li, ficou interessado em investigar as mudanças no intemperismo da superfície lunar, à medida que a Lua passa pela cauda magnética da Terra, uma área que protege quase completamente o satélite do vento solar, mas não dos fótons de luz do Sol.

Mapa do conteúdo de água na superfície da Lua — Foto: Divulgação: Li, et al., 2023
Mapa do conteúdo de água na superfície da Lua — Foto: Divulgação: Li, et al., 2023

“Quando a Lua está fora da cauda magnética, a superfície lunar é bombardeada com vento solar. Dentro da cauda magnética, quase não há prótons do vento solar e espera-se que a formação de água caia para quase zero.” , explicou o cientista. No entanto, para a sua surpresa as observações de sensoriamento remoto mostraram que a formação de água na cauda magnética da Terra é quase idêntica à época em que a Lua estava fora da cauda magnética da Terra.

“Isso indica que, na cauda magnética, podem ocorrer processos de formação adicionais ou novas fontes de água não diretamente associadas à implantação de prótons do vento solar. Em particular, a radiação de elétrons de alta energia exibe efeitos semelhantes aos dos prótons do vento solar.”, resume Li, que ainda completa: “Em conjunto, esta descoberta e as minhas descobertas anteriores de pólos lunares enferrujados indicam que a mãe Terra está fortemente ligada à sua Lua em muitos aspectos não reconhecidos”.

Em pesquisas futuras, o cientista pretende trabalhar em uma missão lunar por meio dos programas Artemis da NASA para monitorar o ambiente de plasma e o conteúdo de água na superfície polar lunar quando a Lua está em diferentes fases durante a travessia da cauda magnética da Terra.

Neste primeiro levantamento, Li e os coautores do estudo analisaram dados de sensoriamento remoto coletados pelo instrumento Moon Mineralogy Mapper, a bordo da missão Chandrayaan 1 da Índia entre 2008 e 2009.

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