Espaço

Por Redação Galileu

Em um relatório de 36 páginas divulgado hoje (14), um painel independente de 16 especialistas encomendado pela Nasa confirmou que não há evidências de origem extraterrestre em uma enorme amostra avaliada de avistamentos de óvnis.

A maioria desses eventos já foi explicada, mas um pequeno número não pôde ser imediatamente identificado como fruto de fenômenos naturais ou de origem humana já conhecidos pela ciência. Por isso, essas ocorrências são chamadas pela agência espacial norte-americana de "fenômenos anômalos não identificados" (Unidentified Anomalous Phenomena, UAPs, na sigla em inglês). Eles também são popularmente conhecidos como objetos voadores não identificados (Óvnis).

O novo relatório, divulgado durante uma coletiva de imprensa transmitida online, diz que, “até o momento, não há razão para concluir que os relatos de UAPs existentes tenham uma origem extraterrestre”.

A conclusão é um avanço das deliberações apresentadas por uma reunião pública da Nasa em maio, na qual a agência divulgou a análise de pelo menos 800 óvnis pelo painel especializado. Na época, o diretor do Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios (AARO), Sean Kirkpatrick, já havia declarado que, dessas centenas de avistamentos, a porcentagem de casos que incluíam sinais de "anomalias" era entre 2% a 5%, apenas.

O painel de especialistas ressalta a importância da pesquisa, considerando que, “na busca por vida além da Terra, a vida extraterrestre em si deve ser a hipótese de último recurso" — uma resposta à qual se deve recorrer somente após todas as outras possibilidades científicas puderem ser descartadas.

O relatório também destaca que, se fosse o caso de algum UAP apresentar origem extraterrestre, esse objeto teria provavelmente viajado pelo nosso próprio sistema até chegar aqui. “Assim como a galáxia não termina nos arredores do Sistema Solar, o Sistema Solar também inclui a Terra e seus arredores”, diz o texto. Por causa disso, o documento considera que há um "continuum intelectual" entre outras hipóteses sobre vida inteligente fora da Terra, como a das tecnoassinaturas extra-solares (sinais de tecnologia em um exoplaneta) ou a de potenciais tecnologias alienígenas desconhecidas operando na atmosfera do nosso mundo. "Se reconhecermos a plausibilidade de qualquer uma [dessas ideias], então deveríamos reconhecer que todas são pelo menos plausíveis", destaca o relatório.

Além disso, os especialistas advertem que a percepção negativa em torno dos UAPs é um obstáculo à coleta de dados. O envolvimento da própria agência “desempenhará um papel fundamental na redução do estigma associado aos relatórios de UAP”, segundo o texto.

Há outra dificuldade na análise desses fenômenos aéreos: a de ordem tecnológica. “Atualmente, a análise dos dados de UAPs é prejudicada pela má calibração de sensores, pela falta de medições múltiplas, pela falta de metadados de sensores e pela falta de dados de linha de base", diz o documento.

Conforme comunicado, a Nasa se comprometeu a promover relatórios de ciência cidadã, envolvendo-se também com pilotos de governos ou de voos comerciais, para construir um conjunto de dados de óvnis mais amplo e confiável.

O administrador da agência, Bill Nelson, disse ainda que vai nomear um novo diretor de pesquisa de UAPs seguindo recomendações do painel de estudo dos óvnis formado por 16 especialistas. “Na Nasa, está no nosso DNA explorar – e perguntar por que as coisas são como são”, disse Nelson, que em seguida agradeceu à equipe independente pelos novos dados.

Mas e as supostas múmias extraterrestres?

Outra notícia que repercutiu na internet nesta semana foi o anúncio de duas múmias que, supostamente, seriam de "extraterrestres". Elas foram apresentadas durante uma audiência pública nesta terça-feira (12) no Congresso do México.

Segundo divulgou o site The New York Times, as múmias foram levadas pelo "ufólogo autoproclamado" Jaime Maussan. Os dois espécimes, que ele disse terem sido encontrados no Peru em 2017, eram pequenos em estatura e de cor calcária. Cada um tinha mãos com três dedos e o que pareciam ser cabeças encolhidas ou dessecadas.

Múmias supostamente extraterrestres anunciadas no México — Foto: Reprodução/Câmara de Deputados do México
Múmias supostamente extraterrestres anunciadas no México — Foto: Reprodução/Câmara de Deputados do México

Maussan, que mora no México e é conhecido por se envolver com pseudociência na televisão e no YouTube, alegou que as "múmias extraterrestres" foram estudadas por cientistas da Universidade Nacional Autônoma do México. Segundo ele, uma datação por radiocarbono havia demonstrado que os supostos restos mortais têm cerca de mil anos.

Após a repercussão das imagens das "múmias", o Instituto de Física da Universidade Nacional Autônoma do México divulgou uma declaração explicando que seus pesquisadores nunca haviam examinado os espécimes. Eles apenas haviam feito testes de carbono em amostras de pele fornecidas por um cliente em 2017.

Até o momento, não se sabe a verdadeira origem das "múmias" apresentadas por Maussan, assim como não foi confirmado se elas realmente são restos mortais de algum ser vivo ou apenas objetos manufaturados para parecerem uma criatura humanoide.

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