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Por Redação Galileu

As estimativas atuais de gelo aprisionado na Lua são altas demais para o que realmente deve haver de água por lá. É o que descobriram dois cientistas em um estudo publicado em 13 de setembro na revista Science Advances.

Norbert Schörghofer, do Instituto de Ciência Planetária, e Raluca Rufu, do Instituto Southwest Research, ambos nos Estados Unidos, calcularam que a maioria das regiões permanentemente sombreadas (PSRs, na sigla em inglês) da Lua tem, no máximo, 3,4 bilhões de anos. Elas podem conter depósitos relativamente jovens de gelo, sugerindo que há menos água congelada atualmente do que se imaginava.

As PSRs são sombras criadas nos polos lunares pela inclinação do eixo de rotação da Lua, combinada com sua inclinação orbital (o ângulo em relação ao plano orbital da Terra). Essas regiões são alguns dos pontos mais frios do Sistema Solar, o que as permite ter gelo. Em outras áreas lunares, esse gelo se transformaria imediatamente em gás sob a luz do sol forte e sem ar.

Para descobrir como foi a evolução das PSRs, os cientistas calcularam primeiro a inclinação axial da Lua ao longo do tempo utilizando o AstroGeo22, uma nova ferramenta de simulação da evolução Terra-Lua. Então, eles combinaram os resultados com dados da altura da superfície lunar, coletados pelo instrumento Lunar Orbital Altimeter Laser (LOLA), a bordo da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa.

As manchas coloridas mostram a extensão das regiões lunares permanentemente sombreadas (PSRs) de 3,3 bilhões de anos atrás (vermelho), 2,1 bilhões de anos atrás (verde) e próximo ao presente (azul) com a topografia atual — Foto: Schörghofer/Rufu
As manchas coloridas mostram a extensão das regiões lunares permanentemente sombreadas (PSRs) de 3,3 bilhões de anos atrás (vermelho), 2,1 bilhões de anos atrás (verde) e próximo ao presente (azul) com a topografia atual — Foto: Schörghofer/Rufu

Os autores da nova pesquisa acreditam que o sistema Terra-Lua se originou após um impacto gigantesco entre a Terra primitiva e outro protoplaneta. O choque gerou um disco de detritos que formou a Lua, segundo Rufu.

"Há cerca de 4,1 bilhões de anos, a Lua passou por uma grande reorientação do eixo de rotação, quando sua inclinação atingiu ângulos elevados antes de ser amortecida para a configuração que vemos hoje", explica o pesquisador. "À medida que a inclinação axial diminuía, as PSRs apareciam nos polos e cresciam com o tempo."

Os cientistas supõem que a cratera lunar Cabeus seja uma PSR formada há 1 bilhão de anos. Essa região foi atingida em 2009 pelo corpo do foguete Atlas Centaur, da Nasa. Com duas toneladas, ele era parte do Satélite de Observação e Sensoriamento de Crateras Lunares (LCROSS).

Conforme conta Schörghofer, o impacto do aparelho com a cratera acabou criando uma pluma de detritos, que revelou elementos químicos voláteis sugestivos de aprisionamento de gelo em tempos relativamente recentes.

Segundo o cientista, as informações sobre a abundância de gelo nas PSRs são particularmente importantes para o planejamento das próximas missões à Lua em busca de água. "A idade dos PSRs determina, em grande parte, a quantidade de gelo de água que poderia ser aprisionada nas regiões polares lunares", ele diz.

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