No último domingo (2), o Sol emitiu uma labareda solar tão intensa que afetou as transmissões de rádio na parte ocidental dos Estados Unidos. O Observatório de Dinâmica Solar da Nasa fez registros do acontecimento.
Labaredas solares são fortes explosões de energia que, assim como erupções, podem impactar as transmissões de rádio, redes de eletricidade, sinais de navegação, além de serem perigosas para naves e astronautas.
De acordo com a agência espacial americana, às 20h14 (no horário de Brasília) de domingo, uma região do Sol chamada AR 3354 soltou uma labareda solar X1.0. A categoria X é usada para classificar as labaredas mais intensas de que a estrela é capaz, enquanto o número dá informações sobre a força delas. Em termos de comparação, a labareda mais intensa já registrada antes foi da classe X28, há cerca de 20 anos.
Ao passar pela ionosfera, a camada superior da atmosfera terrestre, a labareda X1.0 interferiu nas altas frequências de sinais de rádio no lado do planeta que estava virado na direção do Sol naquele momento.
O impacto poderia ser pior, já que, neste caso, a labareda cessou sem maiores incidentes. Não foram identificados sinais de ejeção da massa coronal — erupções de gás ionizado em alta temperatura vindas da coroa solar —, que geralmente aparecem em eventos do tipo.
Erupção solar
A erupção foi consistente com a trajetória do ciclo solar, o que significa que os próximos meses serão turbulentos. O Sol passa por altos e baixos de atividade, chamados máximo e mínimo solar, a cada 11 anos. O campo magnético solar controla a atividade da estrela.
Segundo o Observatório Real da Bélgica, os registros de manchas solares são os mais altos em 21 anos. Elas são regiões temporárias onde os campos magnéticos são fortes. A média de junho, por exemplo, foi de 163 manchas por dia.
O site Science Alert explica que tanto as labaredas solares quanto as ejeções de massa são produzidas por linhas do campo magnético estalando e se reconectando, geralmente nas manchas solares. Isso produz uma explosão de energia que aparece como uma erupção solar. Quanto mais manchas solares o Sol tiver, maior a frequência dessas explosões.
A expectativa é que, a partir do monitoramento dessas atividades, a ciência possa descobrir mais sobre o Sol.