Arqueologia

Por Redação Galileu

Arqueólogos marítimos da Universidade de Bournemouth (BU), no Reino Unido, recuperaram duas lápides medievais que repousavam no fundo da baía de Studland há quase 800 anos. Esculpidas em mármore, as pedras foram encontradas junto da carga do naufrágio mais antigo da Inglaterra, que afundou em Dorset no século 13.

O naufrágio foi descoberto originalmente em 1982, mas foi considerado apenas uma pilha de entulho no fundo do mar. Seu valor científico só foi percebido em 2019, quando a equipe da BU, liderada pelo professor Tom Cousins, mergulhou no local por sugestão do capitão local Trevor Small e descobriram os segredos escondidos sob a areia.

Análise das descobertas

Depois de uma operação de duas horas conduzidas no dia 4 de junho, as lápides foram trazidas para a superfície. Ambas apresentam esculturas de cruzes cristãs. Uma está imaculadamente preservada, mede 1,5m e pesa cerca de 70kg; a outra é bem maior e está dividida em duas peças, que, combinadas, têm 2m e 200kg.

As pedras serão agora dessalinizadas e conservadas, permitindo que a equipe de Bournemouth continue suas análises do material. Preliminarmente, acredita-se que os objetos sejam tampas de caixões ou monumentos de criptas para indivíduos de alto status no clero.

“O naufrágio ocorreu no auge da indústria da pedra de Purbeck e as lápides que temos aqui eram um monumento muito popular para bispos e arcebispos em todas as catedrais e mosteiros da Inglaterra da época”, explica Tom Cousi, em comunicado publicado pela BU. “Exemplares similares foram encontrados na Abadia de Westminster, na Catedral de Canterbury e na Catedral de Salisbury”.

Para o investigador, o estudo permitirá aprender mais sobre a vida no século 13, em especial, o ofício da alvenaria. Ainda há dúvidas, por exemplo, sobre o local onde o mármore era esculpido.

O objetivo futuro da equipe é que os destroços possam ser expostos ao público junto aos outros artefatos recuperados na nova Galeria do Naufrágio quando o Museu Poole reabrir no próximo ano. Segundo os investigadores, mais detalhes da descoberta serão publicados em breve na revista científica Antiquity.

Até lá, a equipe continuará a explorar a região do navio naufragado e espera registrar as estruturas de madeira de seu casco, que estão bem preservadas na areia. Cousi também está planejando usar isso como uma oportunidade de treinamento para seus alunos na universidade:

“Já começamos a ensinar os nossos alunos do segundo ano a mergulhar e, à medida que chegam ao terceiro ano, vamos levá-los para o mar. Queremos capacitar essa nova geração de pesquisadores para se tornarem também arqueólogos marítimos”, aponta.

O vídeo abaixo mostra mais detalhes sobre a descoberta das lápides no naufrágio:

Mais recente Próxima Escultura de dragão da Dinastia Ming é encontrada na Muralha da China
Mais de Galileu

Com o avanço da robótica biohíbrida, robôs do futuro poderão ficar cada vez mais parecidos com humanos. Mas, para isso, eles precisam primeiro ter um sorriso mais convincente

Cientistas japoneses criam pele artificial mais realista para fazer robôs sorrirem

Garimpo ilegal nas terras indígenas Munduruku e Yanomami colaborou para aumento de 108% nos casos de malária entre 2018 e 2021

Garimpo ilegal provoca aumento nos casos de malária na Amazônia em quatro anos, afirma estudo

Arqueólogos encontraram mais de 70 rebites de ferro no local, usados para prender tábuas de madeira na embarcação. Túmulo pode pertencer a rei viking

Detector de metais revela navio viking enterrado em fazenda na Noruega

Pesquisadores estimam que insetos conseguiram voar, sem paradas, por pelo menos cinco dias seguidos, usando correntes de vento. Entenda

Borboletas da Europa viajaram 4200 km pelo Atlântico até a América do Sul

Doença potencialmente fatal despertou o alerta das autoridades no país.

Bactéria comedora de carne já infectou mais de mil pessoas este ano no Japão

Pesquisa identificou áreas-chave para proteger espécies da extinção; maior parte delas se concentra em regiões tropicais, incluindo o Brasil

Proteger só 1,2% da área da Terra poderia evitar sexta extinção em massa de espécies

Análise do solo e de amostras de rocha podem trazer informações sobre a história de formação e o desenvolvimento da Terra e Lua, além de outros vizinhos do Sistema Solar

Sonda Chang'e-6 retorna à Terra com amostras do lado escuro da Lua

De acordo com análises de pesquisadores da USP, manter o corpo fisicamente ativo favorece o controle da doença, mesmo entre sedentários

Andar ao menos 7.500 passos por dia ajuda a reduzir sintomas de asma

Dogue alemão Kevin, de 4 anos, tinha pouco menos de um metro de altura apoiado sobre as quatro patas, e ultrapassava os dois metros quando estava de pé; veja

Cachorro mais alto do mundo morre dias após ter recorde confirmado pelo Guinness

A tempestade tropical Alberto marca o início da da temporada de ciclones de 2024, que já tem 21 eventos climáticos nomeados. Conheça a lista

Como cientistas escolhem nomes de furacões – e quais são os 20 reservados para 2024