Explorada desde o século 18, a cidade de Pompeia, na Itália, é um dos maiores sítios arqueológicos a céu aberto do mundo. Com milhares de vestígios que garantem importantes informações sobre a República Romana, o local ainda guarda riquezas inexploradas.
Na última sexta-feira (7), pesquisadores do Parque Arqueológico de Pompeia revelaram o achado de uma nova sala, no centro da cidade. O cômodo é nada mais do que um santuário religioso destinado a rituais e ao armazenamento de objetos sagrados. O recinto tem paredes pintadas de uma rara tonalidade de azul e figuras femininas representadas nas laterais dos nichos centrais.
Foram encontrados no santuário móveis domésticos, 15 vasos conhecidos como ânforas, dois jarros de bronze e duas lâmpadas de bronze em seu interior. O local, que possui cerca de 8 m², também detém materiais de construção, provavelmente utilizados para reformas, e uma pilha de conchas de ostras vazias, que podem ter sido guardadas para serem trituradas e adicionadas à argamassa e ao gesso.
A cor das paredes chamou a atenção dos pesquisadores por ser raramente utilizada nos afrescos achados na cidade. O azul era mais utilizado em salas de decoração elaborada — diferente da agora descoberta.
A técnica de pintura, utilizada pelos romanos, consiste em aplicar tinta no gesso ainda úmido para garantir a durabilidade. As paredes ainda contam com representações femininas, que simbolizam as quatro estações do ano, e alguns desenhos que fazem alusão à agricultura e à criação de ovinos.
De acordo com os arqueólogos, a sala compõe uma estrutura que inclui uma casa de banho, que ainda está em escavação, e uma grande sala de recepção com paredes pretas e vista para um pátio com uma escada que conduz ao primeiro andar do complexo.
Essas novas escavações são fruto de um projeto que visa melhorar a infraestrutura do sítio arqueológico, que conta com mais de 13 mil cômodos em 1.070 unidades residenciais.
Pompeia foi devastada por uma erupção do vulcão Vesúvio, localizado próximo à cidade, no ano de 62 a.C. A tragédia resultou na preservação de muitos artefatos e estruturas que ficaram cobertas por camadas de material vulcânico, descobertas no século 16.
Desde então, os pesquisadores tentam mensurar todo o patrimônio arqueológico de Pompeia. Em 1997, a cidade foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, e hoje é um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo.