Planejando a gravidez
 

Por Amanda Moraes


A progesterona é um hormônio produzido no ovário que cumpre uma função essencial no organismo, principalmente no sistema reprodutivo. Para quem está planejando engravidar, entender a importância da progesterona e como ela pode afetar o seu corpo pode ajudar a ter uma gravidez saudável. Afinal, se não estiver em níveis adequados, pode interferir na fertilidade. Além disso, esse conhecimento também pode ser muito útil para compreender sintomas relacionados ao ciclo menstrual e identificar sinais de que algo não vai bem com o seu corpo.

A progesterona é produzida no ovário — Foto: Freepik
A progesterona é produzida no ovário — Foto: Freepik

Para esclarecer todas as dúvidas sobre a progesterona, conversamos com especialistas em obstetrícia e ginecologia, que explicaram o que é este hormônio, para que ele serve e o que significa quando há alguma variação nos níveis. Confira!

O que é a progesterona?

“É o hormônio produzido pelo corpo lúteo, o cisto onde é liberado o óvulo. Ele sofre um processo de transformação e passa a produzir a progesterona, predominantemente na segunda fase do ciclo menstrual”, explica Carolina Ambrogini, ginecologista, obstetra, sexóloga e colunista da CRESCER.

A progesterona é fundamental para a fertilidade. “Como o próprio nome diz é 'pró-gestação', é o hormônio da gravidez”, afirma a especialista. “Se o óvulo for fecundado, ela vai continuar sendo produzida pelo corpo lúteo até as 12 semanas, até o fim do primeiro trimestre, quando a placenta assume a produção de progesterona”, diz Ambrogini.

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Para que serve?

Segundo Braulio Zorzella, ginecologista, obstetra e colunista da CRESCER, a progesterona tem basicamente três funções. “A primeira é o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários quando a menina se torna mulher, isto é, quando ela entra na puberdade. A outra é na segunda fase do ciclo menstrual, para preparar o endométrio para receber uma gestação, que é o tecido interno do útero”, afirma.

O terceiro papel é a manutenção da gravidez. “Ela é responsável por manter a fixação da gestação, sendo produzida primeiramente pelo corpo lúteo nessa segunda fase do ciclo, e depois pela placenta até o dia que o bebê vai nascer”, explica Zorzella.

Importância para a fertilidade e a gestação

“A progesterona prepara o útero para receber a gestação. Em outras palavras, é como em um jardim em que se planta flores, ela prepara o terreno para que uma semente possa se fixar. Ela mantém o solo fértil”, destaca Zorzella.

Durante a gravidez, ela possui um papel fundamental. “Ela mantém o endométrio espessado para que a placenta possa se enraizar adequadamente e, assim, obter as trocas necessárias maternas e fetais. Essas trocas são compostas por água, comida e oxigênio. Então, a progesterona é responsável pela manutenção desse tecido fértil espessado e com boas características para que a placenta se implante e se mantenha até o dia do parto, diz o ginecologista. “Além disso, ela também ajuda na preparação de glândulas mamárias para a amamentação”, completa.

Variação da progesterona durante o ciclo menstrual

“Os níveis de progesterona variam durante as fases do ciclo menstrual justamente para que haja a descamação do endométrio no final do ciclo e ocorra a menstruação”, afirma Braulio Zorzella. Vale lembrar que o ciclo menstrual é composto por quatro fases:

  1. Primeira: menstruação;
  2. Segunda: fase folicular;
  3. Terceira: período fértil e ovulação;
  4. Quarta: fase lútea.

“A progesterona passa a ser produzida a partir da segunda fase e tem um pico durante a ovulação para que ocorra a gravidez. Quando a gravidez não ocorre, ela cai abruptamente e essa queda brusca da progesterona faz com que o endométrio descame para a mulher menstruar”, explica o especialista.

Como saber se os níveis estão normais?

Os níveis de progesterona podem variar muito de mulher para mulher e podem variar ao longo do ciclo, por isso, é difícil determinar se estão “normais” — é preciso avaliar caso a caso. “Os números não importam tanto. O importante é saber se o funcionamento do ciclo menstrual está normal. A melhor maneira de a gente saber se tá tudo bem com a progesterona é saber se a mulher está menstruando regularmente, quantos dias ela fica menstruada e quanto dura o ciclo total dela”, afirma Braulio Zorzella.

A progesterona é detectada através de um exame de sangue, no entanto, nem sempre é necessário realizá-lo para saber os níveis exatos do hormônio. “O exame passa a ser necessário em caso de suspeita de insuficiência de progesterona”, esclarece o ginecologista.

Como saber se a progesterona está baixa?

Em alguns casos, o corpo lúteo não produz progesterona adequadamente, o que pode ser chamado de insuficiência da fase lútea ou defeito da fase lútea. Quando isso ocorre, o organismo não consegue manter o funcionamento normal do endométrio e dar suporte à implantação do embrião e à continuação de uma gravidez inicial. “Os sintomas de baixa progesterona são, geralmente, sangramentos que parecem borra e acontecem antes da menstruação. Casos de infertilidade também podem estar relacionados à falta do hormônio”, afirma Carolina Ambrogini.

Nessas situações, pode ser necessário repor a progesterona. “A dosagem de progesterona só é feita no 21º dia do ciclo, quando é possível ver, através do exame de sangue, se o corpo lúteo está funcionando de forma adequada para a produção de progesterona daquele ciclo. Não é indicado dosar progesterona em mais nenhuma etapa, porque o resultado não é fidedigno”, alerta a especialista.

Como repor a progesterona?

A dosagem de progesterona deve ser realizada apenas com indicação médica. “A reposição é feita nos 14 dias depois da ovulação, com a progesterona natural micronizada, que é a forma mais natural possível do hormônio, adquirida apenas em comprimidos que podem ser por via oral ou por via vaginal”, explica Carolina Ambrogini. “Não existe progesterona em alimentos, não existe outra forma de reposição de progesterona a não ser com estes comprimidos”, reforça a especialista.

Quando é indicado realizar a reposição?

A reposição de progesterona é recomendada para mulheres em tratamento para infertilidade, que estejam passando por uma fertilização in vitro (FIV) ou caso haja sangramentos sem causa aparente fora do período da menstruação. “Ela também pode ser preconizada no final da gravidez para gestantes de alto risco para evitar o parto prematuro”, afirma a ginecologista.

Pode ser usada para evitar aborto espontâneo?

O baixo nível de progesterona pode ser um sintoma de uma gravidez que não é viável ou uma causa de aborto espontâneo. Por isso, em alguns casos, quando há sangramentos indeterminados no início da gravidez, a reposição do hormônio pode ser recomendada a fim de se evitar uma possível perda gestacional.

Existem alguns estudos que relacionam a progesterona como uma forma de prevenir abortos de repetição, no entanto, segundo Ambrogini isso não é um consenso entre a comunidade médica. “A medicina ainda é inconclusiva para determinar se a reposição de progesterona no primeiro trimestre vai evitar algum tipo de abortamento”, afirma.

Isso porque os motivos dos abortos podem variar e, infelizmente, muitas vezes é impossível evitar a perda. “Grande parte dos abortamentos são por malformações genéticas, ou seja, por causa cromossômica. Nesses casos, a progesterona não vai conseguir resolver”, diz Ambrogini.

Mas quando há algum sangramento indeterminado na gravidez, a dosagem do hormônio é feita como protocolo, explica a especialista. “Por precaução, é feita essa reposição até as 12 semanas”, destaca. “Ou, nos casos em que a paciente já vinha tratando por deficiência no corpo lúteo, ela mantém durante a gravidez. Nos casos de fertilização in vitro também há uma reposição até o fim do primeiro trimestre”, acrescenta.

O que causa o excesso de progesterona?

Existem várias explicações para a alta do hormônio no organismo. “A mais comum é a fertilização in vitro, porque a mulher está recebendo a progesterona em comprimidos e produzindo também”, diz Carolina Ambrogini. Mas é possível que cistos no ovário, mola hidatiforme — crescimento de um óvulo fertilizado anômalo ou um crescimento excessivo de tecido da placenta que pode evoluir para um tumor maligno — e outros tumores ovarianos também causem o aumento do nível de progesterona.

Alguns efeitos colaterais podem ajudar a identificar este quadro. “Os sintomas do excesso do hormônio são: sono, retenção de líquido — causando inchaço em certas regiões do corpo — e dor de cabeça”, afirma a especialista.

Existem contraindicações?

“Não existe contraindicação para o uso da progesterona. Se for dosada em casos em que não há real necessidade, não faz mal, mas também pode não ajudar em nada”, assegura Carolina Ambrogini.

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