Teddy Lichten acabou de completar 5 anos, mas esta foi a primeira festa de aniversário da sua vida. O menino só conseguiu essa alegria, depois que toda a comunidade, onde ele vive, se uniu para garantir que tudo desse certo. Ele passou boa parte da vida lutando contra um câncer infantil agressivo, conhecido como neuroblastoma. O diagnóstico veio em julho de 2022, mas antes disso, já não havia festas por conta da pandemia de covid-19. “Eu o levava ao médico desde março daquele ano, primeiro com escapes de xixi e depois com infecções contínuas”, explicou sua mãe, Katherine Lichten, 35, em entrevista ao The Mirror. “Depois, disseram que as infecções poderiam estar relacionado ao fato de ele ter começado a frequentar a pré-escola. Porém, os problemas não melhoravam”, afirma.
![Finalmente, aos 5 anos, Teddy pode comerar sua primeira festa de aniversário — Foto: Reprodução/ The Mirror](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/KSNzz-nOi0EWLVDa0cJd0X498Do=/0x0:600x433/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2024/C/l/zqRxi9Ql6VJQTRMYXkLg/teddy-cancer-02.jpg)
Em junho, a família estava com o garoto em um parquinho, quando ele reclamou de dor, chorando. “Tive um instinto de que algo estava realmente errado”, conta a mãe. Alistair, 35, seu pai, o levou ao pronto-socorro, mas os médicos não conseguiram detectar nada e o mandaram para casa com antibióticos. “Os medicamentos, no entanto, não funcionaram e eu tiver que voltar com ele no hospital”, diz a mãe. “Eles queriam dar alta novamente quando, felizmente, um médico passou no momento em que ele estava fazendo xixi e chorava porque estava doendo. O médico concordou que aquilo não estava certo e o encaminhou para uma ultrassonografia. Naquele momento, fiquei preocupada que pudesse ser uma apendicite ou uma infecção renal”, continua.
O exame revelou que havia uma massa no abdômen de Teddy e, depois de saírem os resultados dos exames de sangue e de uma ressonância magnética, os pais receberam a notícia devastadora de que o menino tinha um neuroblastoma em estágio quatro.
“Isso virou nosso mundo de cabeça para baixo. Não tínhamos ideia de que poderia ser algo tão grave quanto o câncer”, lembra a mãe. Os médicos explicaram que a probabilidade de sobrevivência do menino, mesmo com o tratamento, era de apenas 40. “Ficamos em choque total, simplesmente não podíamos pensar em perdê-lo”, recorda-se.
O corajoso garotinho fez um tratamento com quimioterapia, além de três transplantes de células-tronco para tentar vencer a doença, além de radioterapia e seis meses de imunoterapia. “Foi uma batalha muito difícil para ele porque o tratamento é muito agressivo”, diz a mãe. “Ele teve 18 meses de tratamento até que, finalmente, os exames mostraram que estava tudo bem. Ficamos muito felizes com essa notícia”, relata.
Mas o cenário não era tão animados assim. A taxa de recaída do neuroblastoma é de até 40% e, se o câncer voltar, a taxa de sobrevivência é inferior a 5%.
A melhor chance de sobrevivência de Teddy é fazer um tratamento medicamentoso pioneiro nos Estados Unidos, com uma droga conhecida como DFMO, para ajudar a prevenir recaídas. “Teddy correria um risco maior de o tumor voltar, pois ele não poderia fazer a cirurgia por causa da localização de seu tumor. Apenas algumas células perdidas daquele tumor poderiam ter causado seu retorno”, diz Katherine.
![Katherine com os dois filhos — Foto: Reprodução/ The Mirror](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/Yip4Hb16JnBEvqMD3LepwO1YNr4=/0x0:1200x675/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2024/E/q/58MAKfTdAZzAYA6LhniA/teddy-cancer-01.jpg)
O custo do tratamento era de £ 250 mil - pouco mais de R$ 1.700.000. Quando os vizinhos de Hassocks, onde o menino vive, na Inglaterra, souberam disso, eles decidiram se unir para conseguir isso para Teddy, de qualquer jeito. A comunidade começou a organizar uma série de eventos de arrecadação de fundos, incluindo vendas de bolos e noites de quiz no pub local. Em dez meses, eles conquistaram o objetivo.
“Foi notável. Há 8 mil pessoas em nossa aldeia. Teddy é bem conhecido de todos e todos queriam ajudar. Foi fantástico o apoio que ele recebeu. Não poderíamos ter arrecadado o dinheiro sem eles”, agradece a mãe. “Foi tão emocionante que toda a aldeia se manifestou assim para salvá-lo”, afirma.
Teddy iniciou o tratamento medicamentoso em fevereiro deste ano e continuará por dois anos. A família vai aos Estados Unidos a cada três meses para buscar a medicação, que ele toma por via oral todos os dias. “Isso nos deu a chance de um futuro com Teddy. Quando ele foi diagnosticado pela primeira vez, nem imaginávamos chegar a este ponto.
Graças a isso, ele ficou bem o suficiente para ter sua primeira festa de aniversário, no último domingo, aos 5 anos. “Tivemos um dia incrível no domingo, pois ter Teddy conosco comemorando seu aniversário era algo com que só podíamos sonhar”, conta a mãe, radiante. “Foi a primeira festa de aniversário que ele teve – por causa de covid e depois, por causa de sua batalha contra o câncer – então foi muito especial para todos nós. Não podemos agradecer o suficiente às pessoas que ajudaram a pagar pelo seu tratamento”, acrescenta.
O pequeno começou a estudar em setembro passado e saiu de férias com a família pela primeira vez, em abril. “Ele também é louco por trens, e nós o levamos na Bluebell Railway e ele sentou-se na cabine de um maquinista no trem de Brighton, que ele adorou”, comemora a mulher.
“Ele começou a correr agora, embora tenha quebrado a perna há seis semanas, o que o interrompeu temporariamente, mas ele está cheio de energia, como antes”, diz ela.
“Vê-lo comemorando sua primeira festa de aniversário foi muito emocionante. Ele é bastante próximo de seu irmão mais novo, Rupert. Eles passam o dia todo juntos”, explica Katherine.
E, em meio a tudo isso, houve mais uma notícia boa: Teddy descobriu que foi indicado ao prêmio Pride of Britain. “Estamos entusiasmados com a indicação de Teddy e esperamos que isso destaque a situação de todas as crianças que passam por este terrível câncer”, diz a mãe, orgulhosa.