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Por Organon

Causa número um de morte materna no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e a segunda causa de óbitos de mães no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a hemorragia pós-parto (HPP) é um problema grave de saúde, definido como uma perda de sangue de 500ml ou mais nas 24 horas após dar à luz.

A complicação ocorre devido à atonia uterina, que acontece quando o órgão não se contrai após o nascimento do bebê. “O útero gravídico é como se fosse uma esponja cheia de sangue, concentrando uma quantidade muito grande da circulação. Quando a placenta sai, os vasos ficam abertos, e a contração é o que os ‘fecha’ para dar início à coagulação. Se isso não acontece, o órgão fica amolecido, levando ao sangramento excessivo depois do parto”, explica a médica obstetra Samira El Maerrawi Tebecherane Haddad.

Entre os fatores de risco estão condições médicas como anemia não tratada, pressão alta e já ter tido atonia em outra gravidez. As cicatrizes de uma cesárea anterior também podem dificultar a contração. “Os principais fatores são aqueles que causam uma distensão uterina exacerbada, como a gestação gemelar ou de um bebê grande, muito líquido amniótico, múltiplas gestações e o uso de ocitocina durante o trabalho de parto”, detalha a médica, que é membro da Comissão Nacional Especializada de Urgências Obstétricas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

De acordo com Samira, o acompanhamento pré-natal bem-feito é essencial para balizar os riscos e prevenir quadros mais graves durante o nascimento do bebê. “Ele é muito importante para identificação dos problemas e para instituição de medidas de prevenção e, caso ocorra a hemorragia, a mulher esteja em melhores condições clínicas para que não haja grandes repercussões”, indica a especialista.

Mortes evitáveis

A morte por HPP é, em grande parte, evitável. Principalmente em países de baixa e média rendas, ela ainda ceifa a vida de milhares de mulheres, sendo responsável por mais de 20% de todos os óbitos maternos no mundo anualmente. “Muitos casos de hemorragia pós-parto acontecem em mulheres que não têm nenhum risco detectável na hora do parto. Por isso, é um quadro tão grave e desafiador”, fala a médica.

De acordo com a OMS, estima-se 223 mortes maternas por cem mil nascidos vivos em 2020 no mundo, número muito distante da meta estabelecida nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), de 70 mortes maternas por cem mil nascidos vivos até 2030.

A demora no controle do sangramento é um dos fatores que aumentam o risco de morte na HPP. Para destacar a importância do diagnóstico precoce, foi criado o conceito da Hora de Ouro (ou Golden Hour, em inglês), que recomenda o controle do quadro dentro da primeira hora a partir de seu diagnóstico ou que, pelo menos, se esteja em fase avançada do tratamento ao final dessa hora.

“A primeira coisa que precisamos ter é um bom treinamento de equipe e os serviços de saúde preparados para quando a hemorragia acontecer. Temos diversos protocolos de atendimento, que começam com medidas simples e baratas, como massagem uterina e medicações que promovem a contração do órgão. Se o sangramento não for controlado, pode se chegar à histerectomia, que é a remoção do útero”, explica a especialista.

Entre as medidas simples e a solução mais radical da cirurgia, que impede gestações futuras, o uso de dispositivos médicos que ajudam a conter o sangue é uma alternativa. Já em uso nos Estados Unidos com excelentes resultados, o sistema Jada, da farmacêutica Organon, promete uma resposta rápida à HPP. Ele desembarca no Brasil neste mês, com lançamento no Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, e deve revolucionar o tratamento da condição no país.

Tecnologia a favor da vida

O mecanismo de ação do Jada é inovador¹, uma vez que ele reproduz o mecanismo fisiológico de contração uterina por meio de um sistema de vácuo. O dispositivo faz uma espécie de sucção dentro do útero, criando uma pressão negativa que ajuda o órgão a se contrair de forma mecânica e a conter o sangramento mais rápido.

Um estudo feito nos EUA com 800 gestantes mostrou que o controle da HPP com o uso do Jada ocorreu em até cinco minutos para 73,8% dos partos vaginais e 62,2% das cesáreas e em até um minuto para 45,6% dos partos vaginais e 34,4% das cesáreas. Essa ação mais eficaz reduziria a necessidade de transfusões de sangue e o tempo de internação¹.

Hoje, o balão intrauterino é o dispositivo que está disponível para ser utilizado nos casos de hemorragia pós-parto. Ele deve ser posicionado dentro do útero e preenchido com soro fisiológico para comprimir o útero de dentro para fora e criar uma barreira que impede o sangue de escapar pelos vasos abertos. Nesse sentido, esse novo dispositivo tem uma proposta diferente, criando uma pressão negativa dentro do útero, favorecendo a contração do órgão, o que cessaria o sangramento. Ambos os dispositivos são importantes métodos a serem considerados no tratamento da HPP.

A velocidade com que o sistema Jada age pode contribuir para uma resposta rápida frente à HPP para o controle da hemorragia. No estudo Pearl² que fez parte do dossiê para a aprovação do dispositivo junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Food and Drug Administration (FDA), 98% dos obstetras investigadores do estudo consideraram o dispositivo fácil de usar.

“A HPP acontece em uma frequência de cerca de 10% dos partos, mas a maioria dos casos é revertida com medidas simples. Mas, analisando os casos que evoluíram para o óbito, normalmente houve atraso no diagnóstico ou no tratamento”, destaca Samira.

Um diagnóstico precoce e um tratamento rápido e eficaz da HPP são essenciais para que se tenha sucesso no controle da hemorragia. Existem diversas medidas que são tomadas durante a HPP, e o sistema Jada é um dispositivo que vem para contribuir no tratamento desses casos que são, por muitas vezes, inesperados, e cujo resultado pode ser extremamente doloroso a toda a família e corpo médico.

1.Goffman D, et al. Real-World Utilization of an Intrauterine, Vacuum-Induced, Hemorrhage-Control Device. Obstet Gynecol. 2023 Nov 1;142(5):1006-1016.

2.D'Alton ME et al. Intrauterine Vacuum-Induced Hemorrhage-Control Device for Rapid Treatment of Postpartum Hemorrhage. Obstet Gynecol. 2020 Nov;136(5):882-891

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