Paula Pires - Saúde no Prato

Por Paula Pires

Especialista em Endocrinologia, membro da Endocrine Society, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da ABESO. CRM 138809

 


Não sou contra dar doces pontualmente para as crianças, longe disso, acho que uma boa relação com a comida parte do princípio que não devemos vilanizar e nem adorar excessivamente nenhum alimento e que honrar a saúde, praticando uma nutrição gentil, fazendo as pazes com a comida e honrando a fome e os fatores de satisfação, realmente são sabedorias que devem ser ensinadas para nossas crianças o mais cedo possível.

Criança comendo sobremesa — Foto: Freepik
Criança comendo sobremesa — Foto: Freepik

Porém, acredito que não precisamos desenvolver em casa a cultura da sobremesa. Essa cultura é presente em muitas casas brasileiras, e é aquele hábito de sempre oferecer um doce depois da refeição terminada e de associar doce a recompensa de algo. Vejo muitas famílias fazendo isso automaticamente, muitas vezes sem perceber ou sem refletir.

Segue abaixo alguns argumentos do porquê não se deve fazer isso:

1. Para se ter uma boa relação com a comida, a criança precisa aprender a comer até ficar satisfeita e parar. Se ela faz isso e depois sempre tem a sobremesa, ela aprende a sempre comer mais e associar o comer a comidas calóricas e doces.

2. A criança não deve associar o “comer tudo” à sobremesa como prêmio. Pois assim, o doce terá esse peso compensatório. E aí, a relação com doce passa a ser de merecimento e assim a criança passa a ver o doce como algo a ser buscado e que tem imenso valor e peso e da idade adulta pode desenvolver o comer emocional por isso.

3. O corpo pode aprender a associar sempre o salgado com o doce, se condicionando a buscar esse alimento como hábito. E com o tempo pode virar até uma espécie de vício.

4. O paladar pode realmente ficar mais viciado em alimentos muito doces e calóricos, passando a achar doces mais saudáveis sem graça, como as frutas.

Para tentar não entrar nessa onda da sobremesa eu sugiro que os pais tentem não associar doce a comida como sobremesa ou recompensa. Mas, isso deve sempre ser feito de forma gentil e delicada, sem vilanizar ou proibir os doces. Uma sugestão é tentar ir substituindo a sobremesa por brincadeiras e presença e fazer combinados com a criança como alguns dias da semana terá algum doce, mas sem associar a algo específico.

Outra recomendação crucial: nada de manter um estoque de guloseimas nos armários de casa, nem mesmo se você for comer chocolate escondido na área de serviço (outra péssima ideia)! A família é o exemplo da casa!

Doces fazem parte da nossa cultura, não estou falando que precisamos proibi-los. O bom senso e a dieta equilibrada como um todo pode com certeza dar ao doce o seu devido lugar. E tentar não associar a sobremesa a algo cotidiano pode realmente ajudar no controle da obesidade infantil.

Receita

Bolo integral de iogurte com banana e linhaça dourada

  • 4 ovos
  • 1 copo de iogurte natural desnatado
  • ½ xícara (chá) de óleo vegetal
  • 1 xícara (chá) de açúcar mascavo
  • 2 xícaras (chá) de farinha de aveia
  • 1 colher de sopa de fermento em pó
  • 2 bananas nanicas maduras
  • 2 colheres (sopa) de linhaça dourada

Bata os ovos, o iogurte, o óleo, o açúcar e a farinha de aveia no liquidificador ou na batedeira. Transfira essa mistura a uma vasilha e adicione o fermento (peneirado) e a banana picada. Coloque a mistura em uma forma untada e salpique a linhaça dourada. Leve ao forno médio (180º C) pré-aquecido por cerca de 30 minutos ou até que colocando um palito ele saia seco.

Receita: Juliana Watanabe, nutricionista

Paula Pires é especialista em Endocrinologia, membro da Endocrine Society, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Também é idealizadora do projeto "Médicos na Cozinha" e editora do livro "Médicos na Cozinha"  — Foto: Arquivo pessoal
Paula Pires é especialista em Endocrinologia, membro da Endocrine Society, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Também é idealizadora do projeto "Médicos na Cozinha" e editora do livro "Médicos na Cozinha" — Foto: Arquivo pessoal

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