Maio chegou e com ele alguns convites para comandar papos, rodas de mãe e palcos sobre maternidade. Será mesmo? Joga a vergonha para o lado, e essa mãe que já trocou 6.900 fraldas por filho, portanto tem voz de fala para subir nesses palcos e aceitar cada um desses convites carinhosos.
Dentre eles um bem especial na Reversa, empresa que atuo como voz de marca. É aquele momento que jogam no meu peito e falam: vai lá mãe de 3, arrasa nesses conteúdos e seja a tal aldeia que tanto conversamos por aí, enfatizando a importância da comunidade, do apoio mútuo e da colaboração em todos os sentidos.
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Minha missão era simples e desafiadora ao mesmo tempo: coletar perguntas para uma conversa bem orgânica com a Dra. Vivi Monteiro e mais mulheres bem legais, mas a ideia é que as perguntas fossem de verdade, feitas por mães e futuras mamães cheias de apreensões e dúvidas.
Fechei meus olhos, e pensei naquela Anny sem nenhum filho, caramba eu tinha tantas dúvidas. Vocês também? Confesso que até hoje ainda tenho e claro que não ia perder a oportunidade.
E bora lá abrir a caixinha de perguntas no Instagram. Em 5, 4,3,2,1 fui inundada por uma enxurrada de perguntas e inquietações de mulheres grávidas, tentantes e até maridos!
No começo eu achei graça, mas depois bateu uma melancolia, misturada com um desconforto de estarmos em 2024 e as dúvidas continuam as mesmas.
As questões que recebi são as mesmas desde que o mundo é mundo, temores que acompanham a gravidez, esse momento delicado e cheio de incertezas, e a internet, com seu excesso de informações, muitas vezes mais confunde do que ajuda.
"Grávida pode comer comida japonesa?".
"Grávida pode praticar esportes?" Bem forte tá Anny! Pergunta assim para a Dra.
"Posso viajar de avião durante a gravidez?".
"Como lidar com os enjôos?" Não aguento maaaaaais.
"Quais cremes são seguros para usar na pele?" Não abro mão o meu cheirinho bom.
“Pode usar produto químico no cabelo?” Cabelo branco eu não quero.
Mas as perguntas não pararam por aí. Mães já com filhos também participaram ativamente, mostrando que, apesar das fases diferentes, as incertezas permanecem.
"Como dar conta do trabalho e da maternidade?" Como você consegue Anny. Já respondendo, eu não consigo.
"Qual o tempo de tela adequado para as crianças?" Ipad no restaurante vale?
"Como responder perguntas difíceis das crianças?" Meus filhos me matam de vergonha.
"Como lidar com birras?" E com as pequenas mentirinhas?
E tinha a do pai, lembram, minha mulher não quer mais ter relações... poxa vida, e veio parar na minha caixinha.
Como mãe de três, tive três gestações completamente diferentes, cada uma com seus próprios desafios e se tem uma coisa que aprendi é que cada uma de nós tem uma dor, uma dúvida, e claro um monte de questões.
Falem sobre elas, divida, se permitam e saboreiem o processo. Não esperem a minha caixinha não.
Sim, segunda a Dra Vivi, Somos aquela metamorfose ambulante. Cada dia uma dúvida nova. Com perguntas sem respostas, hormônios em ebulição e frases que se repetem, mas sentidas de maneira diferente. A maternidade é uma jornada repleta de descobertas.
Cada dúvida que surgiu no papo, foi uma oportunidade e uma chance de crescimento. Quando compartilhamos nossas dúvidas, ainda que em uma caixinha de Instagram, o que queremos mesmo é o apoio umas nas outras, encontramos a força para seguir em frente, sabendo que não estamos sozinhas nesse caminho.
Mães são seres complexos, carregando a missão de educar, colocar no mundo e dar amor a novos seres humanos, TUDO AO MESMO TEMPO. Que maravilha né? Não é uma tarefa fácil, e não deve ser romantizada.
Foi um momento enriquecedor onde dúvidas foram levantadas sem qualquer vergonha mesmo, criando um ambiente de acolhimento e empatia.
E sim, apesar de vivermos em uma era digital onde todas as respostas parecem estar a um clique de distância no Google e as perguntas foram enviadas pela minha caixinha do Instagram, o que nos encantou foi que este encontro destacou a importância insubstituível da interação humana.
Ali, no conforto do olho no olho, que cada mulher teve a oportunidade de compartilhar suas experiências e ouvir as histórias das outras. Descobrimos que muitas das dúvidas de uma mãe eram, na verdade, respostas valiosas para outra que já havia passado por situações semelhantes. Fiquei profundamente comovida ao ver essa troca genuína de conhecimento e apoio.
Ver as pessoas se conectando, rindo, e, às vezes, até se emocionando, reforçou a ideia de que, por mais avançada que seja a tecnologia, nada substitui o calor humano e o apoio que uma comunidade pode oferecer. A tal aldeia lembram?
Este encontro foi um lembrete tão importante de que não estamos sozinhas na jornada da maternidade. Nossa caixinha rendeu e eu fiquei feliz, de ter colocado a vergonha no bolso e me doado. De clichê e previsibilidade, a maternidade não tem absolutamente nada.
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