Paisagismo

Por Texto Stéphanie Durante


Plantas alimentícias não convencionais (Foto Casa e Jardim) — Foto: Casa e Jardim
Plantas alimentícias não convencionais (Foto Casa e Jardim) — Foto: Casa e Jardim

Você já ouviu falar de feijão-borboleta, erva-jabuti ou beldroega? Consideradas “daninhas” em diversas regiões do país, essas espécies fazem parte de uma seleção ainda pouco difundida, mas com um enorme potencial nutritivo: as PANCs. O termo criado pelo biólogo Valdely Kinupp diz respeito às plantas comestíveis que surgem de forma espontânea em quintais, terrenos baldios e canteiros, mas que não são consumidas por falta de costume ou de conhecimento.

“Estima-se que existam 10 mil espécies com potencial alimentício no país, mas, ao analisarmos nosso cardápio, praticamente tudo o que comemos é exótico. Tomate, alface e pimentão são muito explorados, mas nenhum deles é daqui. Ao valorizar espécies nativas, nós podemos causar uma revolução gastronômica”, conta Valdely, coautor do livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil (Editora Plantarum, 2014).

Mesmo que ainda pareçam estranhas para grande parte da população, as PANC já caíram nas graças de chefs consagrados, como Alex Atala, Helena Rizzo e Ivan Ralston, que utiliza mais de 350 variedades em seu restaurante premiado com uma estrela Michelin, o Tuju. “Sabendo que determinada planta é comestível, você não a verá mais como mato. A verdade é que tudo foi PANC um dia. A alface, por exemplo, era conhecida como planta medicinal. Só depois de muitos anos que passaram a utilizá-la na salada, como espécie comestível”, afirma Valdely.

Outro ponto a favor é que, por serem locais, elas são mais resistentes, dispensando assim o uso de agrotóxicos. “Mas a poluição é muito prejudicial, então não consuma plantas que estão em canteiros de ruas muito movimentadas. Nesses casos, corte um ramo com flor e deixe na água até que ela solte sementes. Daí é só plantar em um vaso ou no quintal”, ensina a herborista Sabrina Jeha, que comanda com a irmã, Silvia, o viveiro Sabor de Fazenda. O espaço oferece cursos sobre o tema.

“Aprender a reconhecer e saber como consumir é fundamental. Na dúvida, não coma”, explica ela. “Da próxima vez que você for à feira, compre ou encomende uma PANC. Com isso, você aumenta a renda do agricultor familiar e ainda amplia seu repertório alimentar. É um convite para novas sensações”, completa Sabrina.

Conheça a seguir 15 espécies de PANCs:

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Saião (Foto Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Saião (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Saião (Foto Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Saião (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

1. Saião
Bryophyllum pinnatum
Suas folhas são muito usadas na medicina popular para tratar úlceras e gastrites. Pode ser consumida crua, como salada, ou batida com água e limão, formando um suco verde.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Tagete (Foto Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Tagete (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Tagete (Foto Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Tagete (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

2. Tagete
Tagetes filifolia
Aromática, apresenta um leve odor de anis. As folhas podem ser usadas para chás ou como condimentos em sopas e carnes assadas. Já a flor pode ser consumida em saladas.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Tansagem (Foto Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Tansagem (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Tansagem (Foto Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Tansagem (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

3. Tansagem
Plantago major
As sementes podem ser usadas na cobertura de pães, substituindo o gergelim. Já as folhas, de gosto parecido com o do espinafre, podem ser cozidas, refogadas, empanadas ou branqueadas (cozinhar e, em seguida, jogar água fria).

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Ora-pró-nobis (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Ora-pro-nóbis (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Ora-pró-nobis (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Ora-pro-nóbis (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

4. Ora-pro-nóbis
Pereskia aculeata
Muito comum nos quintais mineiros, a espécie é rica em proteína vegetal (25%). Suas folhas, flores e frutos podem ser consumidos crus ou cozidos.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Peixinho (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Peixinho (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Peixinho (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Peixinho (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

5. Peixinho
Stachys byzantina
Quando empanadas e fritas, suas folhas ficam crocantes e lembram o gosto de peixe, por isso ganhou esse nome popular.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: amor-perfeito (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Amor-perfeito (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: amor-perfeito (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Amor-perfeito (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

6. Amor-perfeito
Viola x wittrockiana
Muito comum em canteiros pelo Brasil todo, é possível comer tanto as folhas quanto as flores desta espécie. Ela pode ser utilizada – crua ou cozida – em saladas, sopas, bebidas e geleias.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: dente-de-leão (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Dente-de-leão (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: dente-de-leão (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Dente-de-leão (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

7. Dente-de-leão
Taraxacum officinale
De fácil propagação, surge em solos agrícolas e terrenos baldios. Quando jovens, suas folhas podem ser consumidas cruas, cozidas, salteadas ou empanadas. É uma ótima fonte de cálcio e vitamina C.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Major-gomes (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Major-gomes (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Major-gomes (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Major-gomes (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

8. Major-gomes
Talinum paniculatum
Nativa em quase todo o território brasileiro, é considerada planta “daninha”. Suas folhas são consumidas cruas ou cozidas, e as sementes podem ser usadas em pães ou para empanar. Apresenta alto teor de cálcio e potássio.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Erva-jabuti (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Erva-jabuti (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Erva-jabuti (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Erva-jabuti (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

9. Erva-jabuti
Peperomia pellucida
Surge espontaneamente em áreas úmidas de meia-sombra, como pomares e estufas. Pode ser consumida crua, cozida ou como chá. É uma boa fonte de ferro e indicada para o controle de colesterol e hipertensão.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Beldroega (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Beldroega (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Beldroega (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Beldroega (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

10. Beldroega
Portulaca oleracea
Considerada planta “daninha” em hortas, pomares e jardins, é rica em ômega 3 e tem alto poder antioxidante. Pode ser consumida crua ou cozida.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Taioba (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Taioba (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Taioba (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Taioba (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

11. Taioba
Xanthosoma taioba
Suas folhas devem ser consumidas sempre cozidas, fritas ou refogadas, mas nunca cruas. A espécie deve ser cultivada em locais de meia-sombra.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Rabo-de-galo (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Rabo-de-galo (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Rabo-de-galo (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Rabo-de-galo (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

12. Rabo-de-galo
Celosia argentea
Suas folhas, ramos e talos podem ser consumidos após branqueamento. Apresenta alta concentração de cálcio.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Feijão-borboleta (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Feijão-borboleta (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Feijão-borboleta (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Feijão-borboleta (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

13. Feijão-borboleta
Clitoria ternatea
Esta trepadeira apresenta flores e folhas comestíveis, ótimas para o consumo em saladas, sucos ou ainda como corante alimentício natural, tingindo comidas com um intenso tom de azul.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Capuchinha (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Capuchinha (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Capuchinha (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Capuchinha (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

14. Capuchinha
Tropaeolum majus
Esta espécie é totalmente comestível: suas flores, folhas, sementes e ramos podem ser consumidos crus ou cozidos e apresentam sabor similar à rúcula e ao agrião. Além disso, tem potencial antioxidante e antiinflamatório.

Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Azedinha (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Azedinha (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)
Conheça as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais: Azedinha (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo) — Foto: Azedinha (Foto: Evelyn Müller / Editora Globo)

15. Azedinha
Rumex acetosa
Como o nome indica, tem sabor bem característico. Pode ser consumida crua, em saladas ou sucos; ou refogada, em molhos e omeletes.

Fotos realizadas no viveiro Sabor de Fazenda.

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