Lá nos primórdios dos restaurantes japoneses no Rio, quando os chineses reinavam soberanos com os seus rolinhos primavera, yakisobas pesados e a onipresente banana caramelada (todo mundo queimava a língua!), surgiram Marina Tasakhi e seu Kotobuki (um mercadinho em Laranjeiras que virou uma rede), e Yasuto Tanaka, grande nome da culinária japonesa por aqui, com seu o Tanaka. O Azumi já existia em Copacabana, mas era para os iniciados e para a turma do consulado. Quem, de fato, ensinou uma geração a mexer os pauzinhos por aqui foi Tanaka.
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Há 20, 30 anos, ele abriu o japa mais bonito do Rio, na Lagoa, um projeto moderno, inédito. Por anos foi o meu programa predileto. E espalhou filias pela cidade. Conto isso porque semana passada revistei a casa onde funcionou uma delas, o Tanaka Centro, num sobrado centenário, que se esconde (só com GPS) na Travessa do Paço e onde fui nem sei quantas vezes. Há tempos virou Hachiko (Tanaka sumiu do mapa, e eu nunca mais voltei ali), mas segue como um japonês, talvez mais para um bistrô asiático, com outro dono (Mauricio Eskinasi) e a chef Ana Zambelli dando seus toques brasileiros modernos.
O Hachiko, além desse “retrogosto” das antigas, é um japonês de perfil diferente do Centro. Não tem rodízio, por exemplo, só à la carte ou menu degustação, uma sequência de 13 pratos (R$ 159). E o que está no à la carte entra na roda da degustação. Outra curiosidade é que a casa tem seu pico de movimento no jantar, coisa atípica por aqueles CEPs.
Chegamos tarde para os padrões de almoço downtown: passava, e bem, das 15h. Salão cheio. Pela nossa mesa, teve barriga de porco cozida no missô com abóbora em duas texturas, um purê com gengibre e assada (R$ 64); uma posta alta de pescada fresca apoiada no aipim crocante (a chef brinca com as texturas), gel caipirinha, um pesto brasileiro (cebolinha, coentro e kiwi) e tartar de banana-da-terra (R$ 71). Dividimos o arroz thai de lulas com chutney manga (R$ 84) e, o melhor de todos, o pato (R$ 84), que chegou em fatias rosadas por dentro (com casquinha crocante) com maçã, um missô docinho contrastando com a acelga e o repolho fermentados. Bem interessante, coroado com molho de tamarindo e couve crocante. Pedimos individuais, bem servidos, mas todos poderiam aparecer no menu degustação em porções bem menores.
Bons saquês, entradinhas curiosas como atum com ganache de gorgonzola, e clássicos japas também. Ao contrário do velho Tanaka, passamos todo o tempo de garfo e faca em punho. Ali agora é assim.
Cotação: três garfinhos (bom)
Serviço:
Hachiko. Travessa do Paço 10, Centro (3819-3293). Seg a sáb, das 11h30 às 23h.
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