Gastronomia
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 20/06/2024 - 03:31

Menu asiático inovador no Mäska

O novo menu do restaurante Mäska, comandado pelo chef Danilo Parah, apresenta uma pegada asiática que surpreende. Pratos como sashimi, guiozas e bao são destaque, trazendo sabores inovadores e bem executados. A cozinha do chef recebe elogios, mas os doces também chamam atenção, com combinações criativas e saborosas. A experiência gastronômica é classificada com três garfinhos (bom).

O registro é do chef Olivier Cozan (do antigo Allons Enfants), de volta ao Rio após mais de uma década vivendo na Bretanha: os restaurantes franceses escassearam por aqui. É fato, especialmente se lembrarmos que o Rio foi a porta de entrada da gastronomia francesa no país, com a vinda de Paul Bocuse para comandar a cozinha do hotel Le Méridien, na Av. Atlântica.

Estamos lá no final dos anos 70, quando uma leva de discípulos de Bocuse aportou no Brasil. Alguns ficaram e seguem em cena: Laurent Suaudeau, em São Paulo, Claude Troisgros, no Rio. De lá para cá, muitos “franceses” abriram e sumiram. Hoje, afora o Signature, no Le Cordon Bleu, vejo poucas cozinhas francesas de raiz. Didier, restaurante do chef francês Didier Labbé, é um dos raros praticantes da gastronomia bleu, blanc et rouge tradicional por aqui.

Labbé tem estrada, foi da Fondation Cartier e do L’Arpège, os dois em Paris, e por anos trabalhou em Los Angeles e Nova York. Mudou-se para o Rio para ficar perto das filhas e aqui por dez anos dividiu as panelas com Claude Troisgros. Em 2020, já solo, ganhou o Bib Gourmand Michelin (selo de boa cozinha, mas sem estrela) com o Didier, o seu “bistronomique” em Ipanema, bem aos moldes franceses. Merecidamente, o Bib segue firme na parede.

É daquelas casas que tem escargots (R$ 80) a qualquer hora do dia, da noite e do ano. Com manteiga de ervas perfeita e toque de alho. O foie gras torchon é do chef, servido com chutney de frutas e torradinhas. As ostras in natura chegam com vinagrete de cebola roxa e cubinhos de manga (R$ 53, meia dúzia), e as moules et frites me lembraram as belgas: carnudas, com molho velouté e baldinho de fritas quentinhas (R$ 72).

Meus amigos se dividiram entre o steak tartare (R$ 63) e o magret de canard, rosado por dentro e selado por fora, com aipim rösti e molho agridoce coroando o prato mais caro da rodada: R$ 108.

Mas o ápice do almoço foi a île flottante entre as sobremesas, uma “ilha” de espuma flutuando no creme inglês irretocável, servida com sorvete de caramelo salgado (R$ 29). Me transportei para o La Fontaine de Mars, bistrô nada de mais da Rue Saint-Dominique, em Paris, que ficou famoso depois que Obama almoçou ali e pediu ... île flottante. Fizemos o mesmo, minha mãe e eu, na nossa derradeira viagem juntas. Mergulhamos na espuma e tomamos baldes de creme inglês.

Repeti a dose agora no Didier (uma emoção) e fiquei me perguntando onde mais se encontra o doce do Obama e da minha mãe na cidade. É das doces lembranças que eu gosto de ter.

Cotação: quatro garfinhos (muito bom)

Serviço: M. R

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