O Comando Central Militar dos Estados Unidos informou, nesta terça-feira, que partes de mísseis e ogivas fabricadas no Irã foram apreendidas durante a operação de abordagem a um pequeno navio na costa da Somália, na semana passada, em que dois militares das forças especiais da Marinha americana caíram no mar. Os militares continuam desaparecidos.
Os oficiais participavam de uma operação de revista a veleiros no Golfo de Áden, em busca de mercadorias ilegais, quando um deles aparentemente escorregou e caiu no mar, segundo o relato de autoridades militares americanas na segunda-feira. Um segundo fuzileiro pulou para resgatar o primeiro, como manda o protocolo, e ambos desapareceram na escuridão.
Em um comunicado nesta terça, o Comando Central militar dos Estados Unidos (USCENTCOM) indicou que “componentes de mísseis balísticos e de cruzeiro” foram confiscados em um navio que viajava pelo Mar da Arábia. Os armamentos, ainda de acordo com os militares americanos, seriam entregues aos rebeldes houthis, do Iêmen.
“Esta é a primeira apreensão de armas convencionais avançadas letais fornecidas pelo Irã aos houthis desde o início dos ataques a navios mercantes”, disse o comando.
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Os armamentos são compatíveis com aqueles que estão sendo utilizados pelos houthis para atacar navios mercantes no Mar Vermelho. Apesar da ação americana, apoiada por uma coalizão internacional, para assegurar a estabilidade na região, as ações ofensivas do grupo rebelde continuam.
Uma embarcação de transporte de grãos grega, que navegava com bandeira de Malta pela rota comercial em direção ao Canal de Suéz, foi bombardeada nesta terça, a noroeste do porto iemenita de Saleef. Ontem, uma navio de propriedade norte-americana, com bandeira das Ilhas Marshall, foi atingido perto da Costa de Áden. O impacto gerou um incêndio a bordo, mas não provocou nenhum dano estrutural comprometedor ao navio e nem à tripulação.
A identidade dos soldados americanos que se perderam no mar não foi revelada pelas autoridades. Navios e aeronaves da Marinha foram imediatamente enviados ao local, onde os esforços de busca e salvamento entram no 5º dia.
As operações de busca e salvamento ocorrem nas águas quentes do golfo, onde as fortes ondas e a exaustão são mais preocupantes do que a hipotermia, já que os comandantes mantêm a esperança de que os dois fuzileiros sejam encontrados com vida, disseram as autoridades.
"Para fins de segurança operacional, não divulgaremos informações adicionais até que a operação de recuperação do pessoal seja concluída", disse uma declaração do Comando Central dos EUA, que supervisiona as forças armadas no Oriente Médio e em partes da Ásia, no fim de semana. "Por respeito às famílias afetadas, não divulgaremos mais informações sobre o pessoal desaparecido neste momento."
Operação de risco
A interdição de embarcações suspeitas ou adversárias, conhecida como operação de visita, abordagem, busca e apreensão, ou VBSS (na sigla em inglês), é uma das missões mais difíceis e perigosas realizadas por tropas altamente treinadas. Essas operações normalmente incluem a aproximação da embarcação suspeita em barcos menores e o uso de escadas e ferramentas de escalada para subir a bordo, o que pode ser complicado por ondas violentas e membros hostis da tripulação.
As forças de Operações Especiais americanas destacadas na região já enfrentaram outras missões desafiadoras. Em novembro, cinco membros de uma unidade de aviação de elite foram mortos durante um acidente de reabastecimento aéreo na costa do Chipre. (Com AFP)