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Por O Globo — Sanaã

Forças dos EUA e do Reino Unido bombardearam o Iêmen na madrugada de sexta-feira (noite de quinta no Brasil), após semanas de ataques perturbadores à livre navegação no Mar Vermelho conduzidos pelos rebeldes houthis, que controlam a maior parte do país árabe desde a guerra civil em 2014. Apoiado pelo Irã, o grupo armado faz parte do chamado “eixo da resistência”, composto por movimentos armados e regimes do Oriente Médio que se opõem à influência do Ocidente na região e ao Estado de Israel. A aliança informal diz agir em solidariedade a Gaza e prometeu retaliação.

Saiba quais são os grupos que compõem o "eixo da resistência", como eles se articulam e qual a sua importância no Oriente Médio.

O que é o “eixo da resistência”?

A influência iraniana foi reforçada nos últimos anos por meio de uma rede de aliados em vários países vizinhos, no chamado “eixo da resistência”. Marcadamente antiamericano e anti-Israel, o grupo é originalmente composto pelo Irã, Síria e o Hezbollah, no Líbano. Mais recentemente também passou a incluir a milícia xiita Forças de Mobilização Popular no Iraque, Afeganistão e Paquistão; o Movimento Houthi no Iêmen; e grupos militantes nos territórios palestinos.

Embora o denominador comum destes grupos seja o fato de serem xiitas, tal como a maioria da população do Irã, o eixo também inclui um grupo sunita: o Hamas, que governa a Faixa de Gaza e desde o dia 7 de outubro trava uma sangrenta batalha contra Israel.

Segundo especialistas, o Irã oferece apoio logístico, econômico e ideológico aos integrantes do “eixo da resistência”, uma aliança informal de defesa contra inimigos comuns: Israel, Estados Unidos, Arábia Saudita, aliados do Golfo e os grupos salafistas-jihadistas que o eixo alega que esses inimigos apoiam.

Mapa do eixo da resistência — Foto: Editoria de arte
Mapa do eixo da resistência — Foto: Editoria de arte

Como o grupo se articula?

O arquiteto do “eixo da resistência” foi o general Qasem Soleimani, ex-comandante do grupo de elite Quds, da Guarda Revolucionária Iraniana, morto em 2020 em um ataque de drone dos Estados Unidos. A organização é responsável pelas ações militares secretas do Irã no exterior, principalmente no Oriente Médio. É por meio dela que o Teerã se articula com grupos e milícias em outros países.

Segundo um relatório de 2018 do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS, na sigla original), com sede em Washington, nos EUA, “o Irã começou com objetivos primordialmente defensivos, com o intuito de proteger os aliados e preservar o eixo”, mas logo em seguida “fez a transição para objetivos ofensivos contra Israel, os Estados Unidos e a Arábia Saudita”.

“Esses grupos veem Teerã e os demais integrantes como parceiros no campo de batalha, aliados ideológicos e flancos separados em uma frente regional comum”, afirma o documento. “Como o eixo da resistência se fortaleceu e evoluiu, o mesmo aconteceu com as ligações com Teerã.”

Houthis divulgaram em novembro vídeo que mostraria rebeldes tomando controle de navio

Houthis divulgaram em novembro vídeo que mostraria rebeldes tomando controle de navio

De acordo com CSIS, os grupos afiliados ao “eixo da resistência” apresentam dinâmicas diversas em suas relações com o Irã, que variam de aliados a representantes em uma guerra por procuração. O que determina o papel de cada membro são suas capacidades militares, histórico e influência com Teerã, afirma o relatório.

“Atualmente, o eixo da resistência opera menos como uma relação "líder-representante" e mais como uma aliança liderada pelo Irã, centrada na segurança coletiva e na dissuasão estendida reforçada pelo poder expedicionário”, explica o documento do CSIS.

Um dos grupos mais antigos, poderosos e bem armados é a organização islâmica libanesa Hezbollah. Esse movimento foi fundado com o apoio do Irã em 1982 em resposta à ocupação israelense do Líbano, mas desde 2006 também tem um braço político e vem alcançando um papel importante na política daquele país.

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