Um dos navios que participaram do ataque dos EUA contra instalações militares dos rebeldes houthis no Iêmen, na manhã deste sábado, foi o destróier USS Carney, da Marinha americana. A operação deu continuidade ao bombardeio da madrugada de sexta-feira, por forças britânicas e americanas, com apoio logístico de mais quarto países.
A operação teve como alvo um centro de radares, destruído por um míssil Tomahawk disparado do destróier. Segundo o Comando Central dos EUA (Centcom), o objetivo do ataque deste sábado foi "degradar a capacidade houthi de atacar embarcações marítimas, incluindo embarcações comerciais".
Os houthis vêm atacando embarcações comerciais no Mar Vermelho desde a eclosão da guerra em Gaza, em 7 de outubro, iniciada com um ataque terrorista do grupo fundamentalista islâmico palestino Hamas a Israel, que deixou cerca de 1.200 mortos e aproximadamente 240 reféns. Em resposta, Israel começou bombardeios incessantes de Gaza, empreendendo ainda uma invasão terrestre, deixando mais de 23 mil mortos, segundo as autoridades palestinas do enclave, controlada pelo Hamas. O grupo xiita iemenita aliado do Irã diz ter como alvo embarcações ligadas a Israel, em operações de solidariedade aos palestinos.
8 mísseis e mais um Tomahawk
Com 153 metros de comprimento e 20m de largura, o USS Carney foi lançado em 1994 e está na ativa desde 1997, tendo sido deslocado inicialmente para o contingente americano no Mar Mediterrâneo, no grupo de batalha do porta-aviões USS George Washington. Sua tripulação é de 210 marinheiros e 71 oficiais, e ele leva um helicóptero SH-60 Sea Hawk. Seu armamento inclui 8 mísseis e mais 1 Tomahawk, além de 4 metralhadoras.
Em 2002, o navio participou, a partir do Golfo Pérsico, da Operação Liberdade Duradoura, lançada em resposta aos ataques do 11 de Setembro nos EUA, desencadeados pela al-Qaeda, de Osama bin Laden. Retornou ao Oriente Médio em 2007, como parte do grupo de batalha do porta-aviões USS Harry S. Truman.
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EUA e Reino Unido bombardeiam o Iêmen após semanas de ataques no Mar Vermelho
Após passar por uma atualização de seus sistemas em 2009, o destróier foi designado para a Operação Escudo Oceânico, no Golfo de Áden, na entrada do Mar Vermelho, área de forte atuação de piratas, que sequestravam embarcações mercantes e exigiam resgates milionários das companhias, pondo em perigo a vital rota marítima por onde passam 12% do comércio mundial. Em operação na área, o USS Carney frustrou quatro tentativas de pirataria, prendendo cerca de 30 piratas.
Em 2016, o destróier participou da Operação Odisséia-Relâmpago contra o Estado Islâmico na Líbia, e no ano passado, foi designado para proteger navios de ataques dos houthis no Mar Vermelho.