Fitness

Por Leonardo Ávila


Waldyr Maciel, educador físico e coordenador técnico da Les Cinq Gym: "Com a chegada dos treinos com movimentos de animais, nos anos 2000, o pilates e a ioga, foi preciso mostrar maior destreza. Cada modalidade teve um papel." — Foto: Caio Guatelli

Para quem assiste a atletas de ponta em ação, as posições incomuns que seus corpos conseguem assumir chamam atenção: o jogador de futebol cuja perna atravessa a largura do quadril para um chute cruzado, o nadador cujos ombros quase escondem a cabeça na tentativa de se manter como uma flecha na água, o ginasta que estica pernas e braços de maneira impressionante em saltos sobre o cavalo. Fora das competições especializadas, a mesma vontade de realizar movimentos expandidos vem surgindo em academias, na forma dos intitulados treinos de mobilidade.

Enquanto os profissionais veem aumentar seu rendimento com essa prática, os meros mortais se beneficiam dela para se livrar de possíveis dores e ganhar mais liberdade corporal. Esses exercícios devolvem a amplitude dos gestos e combinam com objetivos diversos, de praticantes de musculação a pessoas comuns que viram as articulações endurecer durante o distanciamento social em casa.

A dinâmica dessas aulas conta com pranchas, agachamentos profundos, posições do tipo "vaca-gato" (em que se curvam as costas para baixo e para cima, de quatro), torções do tronco e outras atividades que "não diferem muito de um alongamento", segundo a personal trainer Cíntia Pereira, que, desde 2020, trabalha a modalidade em classes remotas para empresas e em sessões. Depois dos dois anos mais parados de nossas vidas, os treinos de mobilidade se tornaram o exercício da vez para quem precisa destravar o corpo e quer evitar dores nas juntas na rede de academias Bluefit, em São Paulo. Entretanto, se o alongamento foca a flexibilidade dos músculos, a série de mobilidade mira as articulações entre os ossos.

O contato da professora com a área surgiu logo no início da pandemia, em grande parte pela demanda dos próprios alunos. “Houve procura de clientes que estavam trabalhando em home office e se sentiam muito parados ou com dores nas articulações, por se movimentarem pouco”, conta.

A dinâmica dessas aulas conta com pranchas, agachamentos profundos, posições do tipo "vaca-gato" (em que se curvam as costas para baixo e para cima, de quatro), torções do tronco e outras atividades — Foto: Caio Guatelli

Para Waldyr Maciel, educador físico e coordenador técnico da Les Cinq Gym, que implementou a prática na agenda da academia paulistana nos Jardins, não existiu um único momento de virada para a adoção da filosofia por aqui. “Com a chegada dos treinos com movimentos de animais, nos anos 2000, o pilates e a ioga, foi preciso mostrar maior destreza. Cada modalidade teve um papel."

Pedro Henrique Silva, jogador de futebol brasileiro que atua no time semiprofissional do Siġġiewi (da segunda divisão de Malta) e cofundador do canal do YouTube Geração de Atletas, que ajuda jovens a se qualificarem no esporte, fez seu primeiro contato com o "mobility training" em 2016. “Entre os 15 e os 17 anos, eu não joguei, fiquei parado. Foi um período de muita dor”, lembra. Uma tendinite no quadril levou a desconfortos nas pernas e lesões musculares. “Não conseguia dar um trote na rua”, conta. Fisioterapia e hidroterapia pouco ajudaram.

Depois dos dois anos mais parados de nossas vidas, os treinos de mobilidade se tornaram o exercício da vez para quem precisa destravar o corpo e quer evitar dores nas juntas — Foto: Caio Guatelli

Foi quando ouviu de um amigo sobre a prática de mobilidade — na época popularizada entre atletas por Ido Portal, treinador do lutador irlandês Conor McGregor — que o cenário mudou. “Em dois meses, eu já estava jogando futebol sem dor nenhuma", relata. A tendinite é uma inflamação no tendão: "Quando você se machuca, seu músculo se contrai. No caso do tendão, é a mesma coisa; ele perde elasticidade. Para voltar a tê-la, é importante aplicar o treino de mobilidade”, explica Maciel.

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