Descubra o melhor da temporada de primavera/verão da Semana de Moda masculina de Milão

Abaixo um pouco do que aconteceu nos desfiles dessa temporada.

O primeiro desfile que acompanhamos, no dia 14, foi o da marca italiana Moschino que apostou no conceito de autenticidade, no qual cada look mergulhava em uma persona única. O humor e a aposta no design "camp" (exagerado e kitsch) seguem sendo uma característica forte da marca, cujo atual diretor criativo é o argentino Adrian Appiolaza.

Elementos do futebol, paixão forte tanto na Argentina, quanto na Itália, e frutas variadas, clássico do kitsch, apareceram na coleção do argentino que se disse inspirado pelo seu primeiro emprego.

A diversidade de idade e gênero foi destaque positivo no casting de modelos. Destaque, também, para as jaquetas cheias de bolso, perfeita para a sobrevivência do trabalhador de escritório fashionista – com espaços para canetas, bloco de notas, cartões de crédito, crachá de identificação e cabos de carregamento.

No dia 14, ainda visitamos a apresentação da Brunello Cucinelli e jantamos com o astro brasileiro Gabriel Leone que nos acompanharia, no dia seguinte, no desfile da Dolce&Gabbana.

No dia 13, a Dolce&Gabbana fez uma festa animada para divulgar sua cobiçada parceria com as Havaianas. No dia 15, sábado, ela desfilou uma das suas coleções "menos Dolce&Gabbana", mas muito elogiada e bem resolvida, com pouco exagero. O tema do desfile era "Beleza Italiana" e os acessórios incluíam boinas, óculos e bolsas de tamanhos variadíssimos.

Tecidos leves, tramas naturais e listras construíam o verão elegante da Dolce. A grife traduziu o tema ‘Italian Beauty’ em roupas despojadas e chiques ao mesmo tempo, apostando em shorts acima do joelho, camisas amplas, tricôs com uma pitada de sensualidade, além dos trabalhos manuais no couro, ráfia, tricô de ponto aberto e seda. Destaque especial para os sapatos.

Para complementar o clima de verão, o desfile foi apresentado com um mix de bossa nova e um perfume tropical tomou conta do ambiente.

Ainda no sábado (15), acompanhamos o desfile da Fendi, que está prestes a completar 100 anos. Foi um dos maiores "espetáculos" da temporada milanesa pensando no mise en scene que incluía sincronia de música e enormes "geladeiras metálicas" que dançavam em coreografia enquanto emitiam luzes festivas.

Na passarela, o universo office mas com pegada de verão misturando clássicos do guarda-roupa masculino, com um toque de assimetria nas golas e mangas. Uma coleção jovem de cores suaves, onde imperou o xadrez nas estampas. Nos pés uma pequena ousadia: uma preponderância de sapatilhas.

O frescor da natureza foi traduzido nas peças da coleção de verão 2025 da Empório Armani que fechou o segundo dia da Semana de Moda masculina de Milão. Prestes a completar 90 anos, em julho, Giorgio Armani se afastou das referências urbanas e apostou na tendência western, levando um cowboy refinado à passarela.

A fluidez das roupas – um dos destaques da linha – transmitiu a leveza do campo e os ventos do deserto. Tecidos como seda, linho e lãs finas ganharam contraste com a mistura de suede, denim e camurça, sem deixar o aspecto arejado de lado. Com foco nas cores claras e lavadas como o cinza, bege, verde e o off-white, o verão masculino deve ser clean, segundo a grife.

Nos pés, as botas (algumas até com referências de esporas) e os mocassins remetem ao cowboy core; o mesmo ocorre com os acessórios como chapéus, bolsas e cintos.

No final do desfile, os telões que antes mostravam cavalos cavalgando em direção ao público, passaram a transmitir imagens de lavanda e o cheiro da flor invadiu o recinto. Na passarela, casais entraram no lugar dos modelos masculinos, remetendo a uma fascinação de Armani pela figura de Bonnie e Clyde.

No domingo (16), começamos o dia com uma visita ao showroom da Montblanc que estava adiantando seus lançamentos para 2025 na Semana de Moda de Milão no Salone dei Tessuti.

A escrivaninha Montblanc, projetada por Marco Tomasetta, esteve presente em todo o espaço do showroom, destacando as raízes da Montblanc na cultura da escrita e apresentando a primeira incursão da Maison no design de móveis.

A elegância do design italiano também foi celebrada através de um espaço especial dedicado à parceria contínua da Montblanc com a Ferrari, que apresentava um carro Ferrari 275 GTB/4 amarelo e uma prévia do próximo capítulo da colaboração, que será lançada em 2025. Na sequência, seguimos para o desfile da Prada.

Um verão megacolorido com detalhes sofisticados – mas sutis – é a aposta da nova coleção masculina da Prada. Nela, Miuccia Prada e Raf Simons combinam proporções variadas, como blusas e cardigãs justos e curtos, e casacos alongados.

Focados em trabalhar com a realidade, mas sem deixar o imaginário de lado, algumas peças foram estampadas com as obras do pintor francês Bernard Buffet.

“Queríamos criar roupas que já tivessem vivido, que estivessem vivas em si mesmas. Há uma sensação de espontaneidade e otimismo nessas peças – elas refletem instintivamente escolhas livres e deliberadas”, disseram os diretores criativos da grife.

Não à toa, a linha remete às modelagens de décadas passadas, deixando um pouco de lado o oversized – que tomou conta da moda nos últimos anos. Nos sapatos, as solas retas ganharam espaço, mudando o aspecto mais pesado que vinha sendo apresentado pela Prada.

A Giorgio Armani apresentou uma coleção de verão luxuosa na manhã desta segunda-feira (17) na Semana de Moda de Milão. A grife focou em uma alfaiataria impecável e leve – como pede a estação mais quente do ano.

Brilharam na passarela os tecidos acetinados e suaves e as maxi bags, acessório cada vez mais presente no guarda-roupas masculino. As bolsas, inclusive, foram um destaque da coleção.

Os coletes de seda e os blazers de linho também se destacaram, e a paleta de cores neutras e claras transmitiu a delicadeza das peças.

Inspirado pela ideia de fundir a cultura da praia com a da cidade, Sabato de Sarno surpreendeu ao apresentar o verão masculino da Gucci.

Depois de uma linha sóbria e minimalista, o estilista arriscou em peças citricamente coloridas e estampadas, perfeitas para um dia ensolarado. Camisas com modelagens soltas, micro shorts e tricôs deixam a pele à mostra em um ambiente praiano, enquanto casacos longos, ternos e jaquetas dão o toque metropolitano à coleção.

Nos acessórios, o Horsebit (um dos ícones da Casa) se destacou nos sapatos e nos cintos. Já as bolsas, também ganharam cores vibrantes e variam do tamanho mini ao maxi.

Cheio de celebridades, como Paul Mescal e as irmãs Serena e Venus Williams, o desfile rolou no prédio da "Trienalle de Milano", um museu de arte e design construído na década de 1930. Com trilha sonora animada, o show se encerrou com David Bowie cantando Modern Love.

O desfile de primavera-verão 2025 da Zegna foi uma experiência visual impecável. O Diretor Artístico Alessandro Sartori apresentou uma coleção madura, contemporânea e com códigos sólidos.

Protagonista, o linho surgiu em uma variedade de tecidos, dos mais flexíveis aos mais robustos. O trabalho manual dos tricôs e o couro complementaram a série de silhuetas leves e fáceis. Os mocassins, os modelos da temporada este ano, se destacaram nos pés dos modelos de diferentes idades, gêneros e raças.

O encerramento do desfile foi um dos destaques e teve como modelo o ator Mads Mikkelsen, da série Hannibal e dos filmes Druk e 007 - Cassino Royale.

Na manhã desta terça-feira (18) nossa equipe seguiu para acompanhar a Semana de Moda de Paris, que inicia-se com o aguardado desfile da Louis Vuitton, liderada por Pharrell Williams.