A versão gângster de Cillian Murphy em ‘Peaky Blinders’ explora a alfaiataria e os acessórios

A renomada produção da Netflix criou um dos personagens mais memoráveis do ator Cillian Murphy, que tem ganhado vários prêmios por sua atuação em Oppenheimer. Com o artista no papel do protagonista Thomas Shelby, o seriado se consolidou como uma fonte de inspiração para a moda masculina e segue sendo uma referência para os amantes do estilo retrô.

A figurinista Stephanie Collie mergulhou nos arquivos da Inglaterra de 1920 — época em que se passa o drama britânico — para que as roupas da gangue fizessem sentido. Como Thomas Shelby (e sua família) é um criminoso disposto a subir na vida a qualquer preço, o figurino tem tudo a ver com sofisticação e poder.

Os irmãos Shelby usavam a moda para manter seu status na comunidade e o principal representante disso era o terno. Thommy usava paletó, calça e colete, sempre em tons sóbrios, como preto, cinza e azul-marinho.

Para enfrentar o frio da Inglaterra, os tecidos tinham de ser mais pesados e o tweed cinza e a lã azul apareciam com frequência e davam textura às peças. O contraste ficava por conta da camisa, geralmente branca, com gola redonda, e algum ponto de cor em gravatas e lenços.

Devido ao clima, os sobretudos e casacos também são protagonistas do figurino de Thomas, que usava peças amplas de tecidos grossos combinando com a paleta de cor do terno.

Apesar dos ternos serem a estrela do guarda-roupa de Thomas Shelby, eles não seriam os mesmos sem os acessórios. As joias desempenharam um papel essencial para transmitir a ideia de domínio da gangue; isso incluía os relógios de bolso, comuns nos anos 1920, as abotoaduras, que substituíam os botões das camisas e demonstravam riqueza, e o anel de sinete, usado no dedo mindinho, também símbolo de poder.

Outro destaque do personagem de Cillian Murphy e dos Blinders são as boinas de lã que, além de reafirmar o estilo, escondiam um truque contra os inimigos: as lâminas eram costuradas nas abas dos chapéus e usadas como armas.

Também comum à época, as botas de couro em complemento com o terno caíram em desuso ao longo do tempo e deram lugar aos sapatos. Mas as botas são um dos itens mais característicos dos gângsters, que optavam por peças com cano alto, cadarço e mantinham os tons escuros.

Os calçados tinham um design elegante, com bico alongado e sola mais fina, diferentemente dos itens usados por trabalhadores comuns, que costumavam ser mais grossas, pesadas e arredondadas.