Celebridades

Por Leonardo Ávila Teixeira


Luis Lobianco será o produtor Vitinho em Vai na Fé, nova novela da Globo  — Foto: Pedro Dimitrow
Luis Lobianco será o produtor Vitinho em Vai na Fé, nova novela da Globo — Foto: Pedro Dimitrow

O ator e humorista carioca Luis Lobianco, 40, tem ao menos duas constantes na vida este ano. A primeira é o cabelo platinado que cultiva desde outubro, uma ideia da equipe de caracterização antes de começarem as gravações de Vai na fé, próxima novela das sete da Globo que estreia no próximo dia 16. Lobianco descreve o estilo do ex-funkeiro Vitinho, seu personagem na trama, como seu novo 'pet'. "Tem que levar pra lavar, cortar, passar não sei o quê. Mas eu estava numa sequência de trabalhos em que eu estava muito parecido sempre, estava querendo dar uma mudada", brinca.

A outra é seu relacionamento com o marido, Lúcio Zandonadi, casamento que faz 11 anos em maio. Falar da relação longeva, que faz pouca questão de esconder de seguidores e fãs das redes sociais, ocorre sem receio. “Eu acho que já faço parte de uma geração que não pede permissão para os outros, para o mercado, para pai e para mãe, para o público, para existir", diz. "Sou ator, e sendo um ator, sou uma folha em branco. O que eu faço, o que eu deixo de fazer, com quem eu estou, com quem eu deito, isso não deve fazer diferença”, conclui.

E quando olha para os últimos dez anos, destaca Lulu Santos, que falou sobre sua sexualidade em 2018 aos 65 anos, como uma inspiração pessoal. "Era um cara de uma carreira imensa e de uma imagem já muito sólida na cabeça das pessoas: o cara do rock, da praia. O Lulu era universal. Isso facilita o entendimento [do público]”, conta.

“Fico muito feliz que isso possa ser dito sem que essas carreiras sejam prejudicadas", diz.

Já quando o assunto é profissional, a vida de Lobianco é menos perene que cabelo e amor. Desde outubro até metade do ano, está investido na gravação de Vai na fé em estúdios e cidade cenográfica no Rio. Dedicado a um personagem que, passada uma carreira promissora em um trio de funk carioca, se enxerga sem um norte, trabalhando para um roqueiro decadente (Lui, vivido por José Loreto) e para Wilma (Renata Sorrah) sua mãe e empresária.

“A vida de cada um foi para outros lugares sem que planejassem. A Sol [ex-colega de funk, vivida por Sheron Mennezes] engravida, vira uma mulher evangélica. A Bruna [outra integrante do trio, personagem de Carla Cristina] também tem uma filha, vai trabalhar vendendo quentinha", diz.

Sobre o desafio da produção, o de contar uma história que vai da fé evangélica à cultura de rua carioca, Lobianco concorda sentir um frio na barriga. Afinal, a novela escrita por Rosane Svartman propõe conversar com um público que não necessariamente se enxerga em folhetins globais.

"Sou inclusive meio viciado nesse frio na barriga", confessa. "Venho de projetos, pelo menos os mais lembrado ou representativos, que acho terem gerado sempre novas discussões. Quando Porta dos Fundos começou, era isso: quem estava fazendo humor na internet daquela maneira, falando também de crenças e de política ao mesmo tempo? E tinha o Buraco da Lacraia, que era uma residência que aconteceu aqui no Rio e tinha esse caráter de um novo cabaré, falando de coisas atuais.”

Luis Lobianco: "Sou ator, e sendo um ator, sou uma folha em branco" — Foto: Pedro Dimitrow
Luis Lobianco: "Sou ator, e sendo um ator, sou uma folha em branco" — Foto: Pedro Dimitrow

“E acho que essa novela é isso: a gente precisa conversar com o brasileiro. E quem é o brasileiro hoje?", diz. "A gente tem essa dado real, que é a presença dos evangélicos, que inclusive decidem voto. Como a gente dialoga, como a gente entende esse público que não é homogêneo de forma alguma. Acho muito saudável essa discussão”, conclui.

Além da novela, para a qual grava em média 40 cenas por semana, Lobianco participará da próxima temporada do humorístico Vai que cola, deve viver Guilherme Araújo, produtor de Gal Costa, em uma biografia cinematográfica da cantora (Meu nome é Gal, previsto para o primeiro semestre) e reestreia a versão brasileira da peça catalã O Método Grönholm (edição dirigida por Lázaro Ramos e Tatiana Tibúrcio, em cartaz no Copacabana Palace após temporada em SP). Lá, interpreta o competitivo Fernando, que o humorista descreve como um "predador do mercado financeiro". "Os valores pessoais dele são números, são conquistas, diplomas", conta. ”E fala coisas tão pesadas, muito naturalmente, como se tivesse pedindo para alguém passar o sal".

Através da chamada de vídeo, Lobianco exemplifica uma das falas de Felipe: "Quando chega em uma empresa tem que fazer igual palhaço de circo, colocar uma maquiagem de simpáticão, de filho da p..., e fazer seu trabalho. Quem não sabe fazer isso, não serve!”

Em meio aos projetos, o humorista tem ainda um desafio mais mundano: descolar um apartamento novo após se mudar na pandemia do Leme para um sítio em Secretário, na região serrana do Rio. “A proprietária vai vir morar aqui em março", comenta o ator. “Vou ter que mudar, ainda não sei pra onde. Tenho três meses, mas vai rolar.” E até o fim do ano, planeja um certo ineditismo na vida do casal: tirar umas férias. "Pensar em nada, voltar novinho em folha", resume o plano.

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