Sasha Meneghel é capa da Glamour de junho

O cargo recém-adicionado ao currículo é fruto de uma paixão pela moda que começou na infância, ela conta, e tornou-se objeto de estudo na faculdade, a prestigiada Parsons School of Design, em Nova York, onde se formou. Anos se passaram desde então, e ela enfim se sente pronta para lançar a empresa para qual estudou desde a história da moda até o mercado de fornecedores no Brasil. Segundo Sasha, o negócio já tem planos de desenvolvimento para os próximos dois, cinco, dez anos...

A badalação e o interesse do público fizeram parte da vida de Sasha desde muito cedo. Avessa aos flashes e à superexposição, ela escolheu a dedo o momento em que passaria a compartilhar mais de quem é e de sua intimidade. "Estar à frente desse projeto de vida realmente mudou a forma que me enxergo", enfatiza, com uma dose extra de autoconfiança que veio em boa hora. "Trabalhar com o que a gente ama é um privilégio muito grande e sei disso. Me sinto extremamente grata e realizada."

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A carioca, que vive em São Paulo com o marido, o cantor João Figueiredo, e a cachorrinha Bela, parece se fortalecer em trivialidades da vida, que nem sempre foram normais para ela. O passeio no parque já não é atravessado por pensamentos intrusivos, como na época em que era seguida por paparazzi no shopping, do mesmo jeito que comentários ofensivos nas redes sociais não impactam tanto essa versão mais calejada da estrela. Em sua segunda capa para a Glamour, a estilista une as pontas dessas searas da vida para se reapresentar ao público. Prazer, Sasha!

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Vivo uma mistura de emoções e sentimentos diários. Fico até emocionada pela oportunidade de viver esse sonho com essas pessoas. Trabalhar com o que a gente ama é um privilégio enorme e tenho essa noção. Claro que tem dias que a gente se frustra, mas o sentimento que predomina é de gratidão por descobrir algo novo e criar 100% de forma livre.

Levei esses dois anos e pouquinho desenvolvendo esse sonho para conseguir, de fato, chegar onde eu estou hoje. Para mim, foi realmente necessário estudar bastante, desde a história da moda até o mercado de fornecedores no Brasil, antes de começar a desenvolver a marca, que tem pilares sustentáveis e planos para dois anos, cinco anos, dez anos.

Há um caminho longo a ser percorrido, por isso não defino totalmente como sustentável, mas conseguimos inovações de matérias-primas de origem natural, encontramos parceiros com os mesmos valores que os nossos e algumas peças vão ser produzidas em ateliês menores. Na coleção, também restringimos o uso de poliéster a duas peças com porcentagem baixa desse componente, além de criar modelagens ajustáveis, como uma calça que serve mais de um tamanho e um casaco dupla-face.

Ouvia falar que essa indústria tem muita competição, um querendo derrubar o outro, mas não vejo isso. Por exemplo, tenho um relacionamento sensacional com o Airon Martin, da Misci, um irmão para mim. Ele tem sido um companheiro, me ajudando com fornecedores e preço de matéria-prima. Quando eu ainda era adolescente, a Lenny Niemeyer abriu as portas do ateliê dela e também foi muito importante, principalmente por ser uma mulher referência para a moda nacional. Vejo um cenário muito positivo de designers buscando a valorização do Brasil, é uma potência dentro da indústria.

Alfaiataria é uma paixão antiga, então é algo que se pode esperar sempre da marca. Inclusive já estamos pensando em como levá-la para a coleção de verão. Além disso, apostamos nas silhuetas clássicas, já que a ideia é que as peças sejam aquelas que você pega no guarda-roupa da sua mãe e são atemporais. Como gosto de mesclar itens clássicos com o streetwear, também flertamos com esse estilo. O design é pensado para vários momentos do dia, do evento importante a um brunch.

Olho bastante para a história da moda para entender como posso atualizar essas referências. Cresci tendo uma inspiração muito grande dentro de casa. Minha mãe sempre gostou muito de ombreira, por exemplo, e as trouxemos para a coleção. Além dela, me inspiro também em ícones como Grace Jones e a princesa Diana.

Sabe o que é engraçado? Mudou completamente a forma que me enxergo depois dessa experiência. Amo fotografar e desfilar e isso continuará presente na minha vida, mas é uma dinâmica que me arrumo como pessoa pública, digamos assim. Agora, chego no meu trabalho com aquela cara que parece que não durmo há três dias (risos), porque sei que isso não importa. É interessante poder viver essas duas vidas, sabe? A autoestima mudou.

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Direção de conteúdo: Renata Garcia
Foto: Pedro Napolinário
Styling: Caroline Costa
Beleza: Rodrigo Costa
Edição de arte: Victoria Polak
Set design: Felipe Figueiredo
Cenografia: Galpão 8
Unhas: Stephani Mauricio
Direção executiva: Octavio Duarte
Produção executiva: Clara Raimondo e Patrick Ferreira
Produtoras de moda: Gabriela Rézio e Melina Passaglia
Assistente de produção de moda: Lina Soares
Assistente de beleza: Leandro Avelar
Assistente de foto: Flavio Lucas e Gianfranco Vacani
Tratamento de imagem: Marcos Nascimento