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Por Por Paula Jacob; Fotos Netflix/Divulgação


Falar de sexo é um tabu, sabemos. Mas também sabemos que isso não é nada saudável para o nosso desenvolvimento pessoal e social. Por isso, séries (livros, filmes, podcasts…) como Sex Education, que trata o assunto de forma saudável, serão sempre bem-vindos. A produção original da Netflix ganhou ainda mais o público internacional com o lançamento da sua segunda temporada. O que já era bom nos primeiros oito episódios, ficou ainda melhor - sério! Criada por Laurie Nunn, ela acompanha a vida de Otis Milburn (Asa Butterfield), jovem que precisa lidar com todos os conflitos da adolescência e o quanto ela afeta as pessoas ao seu redor na escola. Tinha tudo para vir cheia de clichês e estereótipos, né? A parte maravilhosa dessa história é que não, a série passa longe de tudo isso e mostra porque é uma das coisas mais relevantes de se assistir hoje. Abaixo, você entende os motivos que tornam Sex Education uma série perfeita:

Sex Education é uma série perfeita e nós te damos os motivos (Foto: Netflix/Divulgação) — Foto: Glamour
Sex Education é uma série perfeita e nós te damos os motivos (Foto: Netflix/Divulgação) — Foto: Glamour

Fala de sexo sem tabus

Uma das melhores coisas que existem é a gente poder falar abertamente sobre os nossos gostos, anseios, inseguranças, sonhos, desejos… E com sexo não seria diferente. Para mostrar que tocar nesse assunto não precisa ser um grande drama, Sex Education traz histórias muito palpáveis para fazer o espectador se identificar com pelo menos uma delas. Falta de libido, descoberta da orientação sexual, masturbação (feminina e masculina), orgasmos, virgindade, pílula do dia seguinte… you name it! Assuntos não faltam para o roteiro, que aborda tudo isso e muito mais de uma forma simples, despretensiosa e bem educativa. Afinal, sex education.

Diversidade (de verdade)

Sex Education é uma série perfeita e nós te damos os motivos (Foto: Netflix/Divulgação) — Foto: Glamour
Sex Education é uma série perfeita e nós te damos os motivos (Foto: Netflix/Divulgação) — Foto: Glamour

Se pararmos para analisar todas as séries e filmes que fizeram sucesso nos anos 1990 e 2000 com o recorte “adolescência” e “ensino médio”, vamos perceber que o padrão branco-loiro-hétero era o que predominava em tudo. Felizmente, isso mudou e a representatividade ganhou espaço nas produções cinematográficas mais recentes. E Sex Education dá uma aula (também) nesse quesito. Pense: o atleta estrela é um menino negro; o protagonista e o coadjuvante tem orientações sexuais diferentes, e ainda assim são melhores amigos; o crush coletivo é um francês com ascendência palestina; a jovem de cabelos rosas é abertamente feminista; as amigas descobrem que se gostam; o vizinho é cadeirante; a colega do teatro é assexuada… Raça, gênero, classe ganham outro teor nas mãos dos roteiristas da série. É como a vida deve ser. Independentemente do que você seja, o outro não precisa ser igual a você - e tudo bem. Não é por isso que você não pode conviver, respeitar e ter empatia pelo próximo.

Passa longe dos estereótipos

Os personagens são complexos, profundos e bem trabalhados. Nada é o que parece à primeira vista. Olhe Adam, por exemplo. No começo da primeira temporada, ele é apenas o cara que faz bullying na escola, tira notas baixas e não está nem aí para nada. Filho do diretor, ele sofre com a falta de afeto dentro de casa e, por consequência, tem dificuldades de demonstrar seus sentimentos. O final que ele ganha na segunda temporada não era previsível e mostra uma real evolução do personagem, afastando seu comportamento de um possível estereótipo. O mesmo funciona com Maeve, Otis, Eric e todos os outros personagens que surgem na tela, dos herdados da primeira temporada até os novos da segunda.

Ensina lições de vida valiosas

Sex Education é uma série perfeita e nós te damos os motivos (Foto: Netflix/Divulgação) — Foto: Glamour
Sex Education é uma série perfeita e nós te damos os motivos (Foto: Netflix/Divulgação) — Foto: Glamour

Jean, mãe de Otis, é uma musa dos conselhos. Difícil mesmo não guardar algum ensinamento que ela dá ao filho, aos pacientes e aos alunos da escola. Mas além dela, como terapeuta sexual, presenciamos conversas entre amigos, familiares e professores que servem de lições para nós. De entender a sororidade feminina até captar que falar o que se sente é melhor do que ficar guardando tudo dentro de você. Assista atentíssima!

Perfeita para mulheres terem imagens positivas de si

Sex Education é uma série perfeita e nós te damos os motivos (Foto: Netflix/Divulgação) — Foto: Glamour
Sex Education é uma série perfeita e nós te damos os motivos (Foto: Netflix/Divulgação) — Foto: Glamour

A segunda temporada é um presente, principalmente para as mulheres. A trama desenha o relacionamento de Maeve com a mãe, desenvolve a amizade feminina sem competição entre ela, Amy e as outras colegas da escola, aborda dramas sexuais comuns entre as jovens mulheres e por aí vai. A mensagem que fica é a da união feminina em prol dos direitos das próprias mulheres. Aquela velha coisa de “se uma sobe, todas sobem juntas”. Não é sobre competir, comparar ou se diminuir.

Ambientação impecável

Impossível não pensar “Quero morar nesse lugar” ao ver a casa do Otis ou “Quero estudar nessa escola” ao ver as salas, banheiros e corredores da Moordale High School. Além do conteúdo da série, Sex Education carrega consigo uma perfeição estética que faz a gente ficar encantado em todos os episódios. A direção de fotografia de Jamie Cairney aliada ao design de produção de Samantha Harley criam cenários tão lindos que se tornam aliados dessa aventura pela adolescência. Esse pano de fundo colorido, divertido, irreverente, cheio de personalidade nos prende aos personagens e aos respectivos arcos dramáticos. Em suma, a ambientação da série é extremamente relevante para conhecermos melhor os personagens e suas particularidades. E, de quebra, ainda dá para tirar uma dicas de decoração e paleta de cores.

Mulheres no cinema? Sim!

É, as coisas estão mudando no cinema. A urgência de termos uma pluralidade de pessoas na equipe técnica de filmes e séries reflete, justamente, no conteúdo final. Sex Education é prova disso. Criada por Laurie Nunn, a produção possui uma rotatividade de diretores, sendo três mulheres (Kate Herron, Sophie Goodhart e Alice Seabright) e um homem (Ben Taylor); além dos nove roteiristas (Laurie Nunn, Sophie Goodhart, Bisha K. Ali, Laura Hunter, Laura Neal, Freddy Syborn, Richard Gadd, Rosie Jones e Mawaan Rizwan) de ascendências, corpos e raças diferentes.

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