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Por Nívia Passos (@niviapassos)


Todo começo de ano é momento de rever planos e estabelecer metas para o próximo ciclo de 365 dias. Se alimentar melhor, fazer atividade física e tirar aquele tão sonhado projeto do papel são alguns deles - assim como organizar a rotina para ler mais também costuma marcar presença em várias listas de objetivos.

#MulherBacanaLê: 1 livro por mês para ler em 2023 — Foto: Pexels
#MulherBacanaLê: 1 livro por mês para ler em 2023 — Foto: Pexels

Pensando nisso, e como janeiro é o mês oficial de dar o start, vamos preparar uma indicação por mês de livros que você não vai se arrepender de tirar um tempinho para ler. Vamos começar?

Janeiro: 'Primeiro Eu Tive Que Morrer' - Lorena Portela

"Primeiro Eu Tive Que Morrer", de Lorena Portela — Foto: Divulgação
"Primeiro Eu Tive Que Morrer", de Lorena Portela — Foto: Divulgação

A primeira indicação do ano vai para um livro que já marcou presença em outras indicações aqui da Glamour: o nacional "Primeiro Eu Tive Que Morrer", da escritora cearense Lorena Portela. Em 140 páginas, o livro nos transporta para o cenário paradísiaco de Jericoacoara, vila no Ceará, e para a jornada profunda de autoconhecimento da protagonista. Com linguagem simples e poética ao mesmo tempo, a autora entrega uma narração em 1ª pessoa que prende o leitor em uma espécie de conversa com a personagem e consigo mesmo - tanto que, depois da leitura, não se espante se você ainda passar horas (ou dias) refletindo sobre tudo o que absorveu do livro.

A trama é sobre uma jovem publicitária que se vê obrigada a dar uma pausa no trabalho e na rotina após quase entrar em colapso com os excessos e as pressões das várias áreas de sua vida. Para isso, ela se refugia na vila paradisíaca de Jericoacoara - onde passa por um profundo renascimento entre mergulhos, as maravilhas do lugar e a conexão com outras mulheres. Ali, ela se percebe como alguém que não está acostumada a ser feliz - e que, no fundo, talvez nem ache que mereça - e entende como sempre negligenciou suas próprias vontades para caber em espaços que não a pertenciam, seja em relações de trabalho ou amorosas.

No entanto, é enquanto lida com seu próprio "inverno da alma" que ela se redescobre e nos leva junto nesse mergulho e submersão, como é dito em um dos trechos mais bonitos do livro:

"O banho como abismo, como correnteza, violência, que cai para desaguar e se juntar ao grande. O mergulho como execução do que já não serve. O mergulho como passagem, entrar pequena, sair generosa. O afundamento como reinício".

Leitura indispensável, principalmente para quem já passou dos 30 anos e se vê perdido entre o que gostaria de ser e quem, de fato, se é. Para quem já se perdeu de si mesma em meio a excessos de trabalhos e relações não-favoráveis. E, principalmente, para quem quer se lembrar, através de palavras tão bem escritas em um papel, que sempre é possível reorganizar a rota e recomeçar. A melhor pedida possível para a sensação de reinício que acompanha o primeiro mês do ano...

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