Giovanna Pitel sobre exposição pós BBB 24: 'Ignoro porque só eu sei como é, as pessoas não sabem o que eu vivo'

Apesar da reação do público ser uma preocupação, Giovanna conta que a reação dos familiares quando viram a participação dela no BBB 24 também a deixou apreensiva. Isso porque, tirando o companheiro dela, Weslley Toledo, ninguém mais sabia que a maceioense seria participante do reality show.

“Minha mãe quase surtou. Eu brincava muito que eu iria para um reality show e ela dizia: ‘Deus me livre, vou buscar você com uma caixa de som’. Ela disse que se eu tivesse contado para ela antes, eu não teria ido. Ela é uma mãe leoa, que quer me defender do mundo. Ela vê as pessoas falando de mim na internet e liga preocupada. Mas no fim, ela disse que foi muito bom me acompanhar, apesar de ter sido difícil. A nossa família fica muito pressionada aqui fora, é uma loucura, mas eles reagiram bem depois, ficaram orgulhosos de mim e da minha trajetória.Isso que importa. O feedback foi positivo, apesar da bronca por não ter falado pra ninguém”, revela.

Preservar a família foi um dos principais desafios dentro do programa. A assistente social conta que evitou expor a vida pessoal, principalmente por medo de como isso afetaria as pessoas que ama fora da casa. “Eu sempre tentei preservar ao máximo eles, mas é inevitável falar da família e das experiências lá dentro. Nós somos a somatória de várias pessoas, a minha história se entrelaça com a da minha família, mas eles não escolheram a exposição. Eles não sabiam, só o meu companheiro sabia de todo o processo e ele é uma das pessoas mais reservada que eu conheço. Eu também não sabia o que meus familiares iam pensar da minha participação no reality, então, tentei preservá-los ao máximo. Até porque, para eu falar da história deles, eles teriam que me autorizar. Eles também precisavam contar a versão deles”, conta.

Se Giovanna pudesse definir a trajetória dela no BBB 24 em uma palavra, ela diria “leal”. “Sempre tentei ser coerente com o que eu estava sentido. Mesmo que eu soubesse que aquilo não seria tão bem visto pelo público. Claramente não escolheram o meu lado, mas eu sabia que mudá-lo não seria o certo a fazer”, reflete.

A maceioense construiu relações que repercutiram fora do reality, como a amizade com Rodriguinho e Fernanda. Ela conta que mesmo percebendo que as alianças talvez não fossem as favoritas dos espectadores, não cogitou em momento algum abrir mão do Quarto Gnomo.

“Nunca passou pela minha cabeça mudar de grupo, até por questão de identificação. Eu dizia isso sempre: se o Brasil escolher o outro lado, eu não vou mudar de grupo. Não sou essa pessoa. Até porque, eu sinto no meu coração que se eu fizesse isso, eu teria sido falsa comigo e com toda certeza do mundo com o Brasil”, revela.

A amizade de Pitel e Fernanda cativou o público do BBB 24. A aliança se destacou pelos momentos divertidos protagonizados pela dupla no reality, principalmente nos embates com os adversários. Giovanna, no entanto, diz que não imaginava que a união delas repercutiria tanto fora da casa. “Uma vez a Fernanda me disse que a gente se juntou pela dor. Fernanda é uma mãe atípica e eu sou assistente social, então, nossas histórias se entrelaçam. A gente se conecta na dor, nos reconhecemos nas lutas, nos desafios que travamos na nossa família e na nossa caminhada que não foi fácil, nem pra mim, nem pra ela”, conta a assistente social, que cai na risada ao lembrar que logo no primeiro dia de programa, já se sentia próxima da doceira. “Na primeira tarde já estávamos falando do jogo dos outros”, lembra.

A amizade com Rodriguinho também divertiu o público do reality show. Dentro da casa, a relação entre Pitel e o cantor era quase como pai e filha. “Ele continua chato e rabugento do mesmo jeito. Ele é muito ranzinza, mas adoro ele. Ele foi incrível comigo no pós, me ajudou, me acolheu. Eu achei engraçado, porque ele chegou no BBB como um artista. Então, chegar no programa e ver um cara que a sua mãe acompanhava e de repente você estar chamando ele de ‘velho babaca’, do nada. Lá dentro ele só era Rodrigo. Eu tratei ele como trato as pessoas. A filha dele me conheceu e disse: ‘meu Deus, ela é do mesmo jeito’. Ele é um cara incrível, não imaginei também que a nossa amizade fosse tomar essa proporção”, complementa.

Apesar de não levar os conflitos que viveu no BBB para fora do reality, Giovanna acredita que não vai manter relações com os adversários do Quarto Fadas. “Aqui fora, tem muitas relações que não vão existir de jeito nenhum. Mas eu sempre disse lá na casa que quando eu saio, eu não disputo mais três milhões de reais com ninguém, acabou. Quanto ao grupo Fadas, eu não vou ter relações como eu tive com o Gnomo. Foi o menor quarto, mas também o que mais passou gente. Todo mundo de lá saía e a gente nem cogitava colar do outro lado, continuava lá”, revela.

Fora do Big Brother, Giovanna Pitel conta que ainda está se adaptando à vida de pessoa pública. Oficialmente ex-BBB, ela conta que teve dificuldades de lidar com as pessoas comentando sobre a sua vida pessoal, como o fato dela viver uma relação aberta com o marido, Weslley.

“Eu escolhi abrir a minha vida e sabia que isso daria o que falar”, conta Giovanna, que lembra que nem a própria família sabia da dinâmica do relacionamento dela antes dela expor no programa.

“Eu sou muito do ‘vai viver, gente’. Existem coisas que não cabem opinião, e relacionamento é uma delas. Você se relaciona do jeito que você quiser, é um acordo. Se todas as partes estão tranquilas com isso, está tudo bem. Não cabe a mim dizer qual é o jeito certo de amar, de viver. É uma escolha pessoal, não cabe a outras pessoas. Acho uma loucura as pessoas falarem disso, a gente expõe isso porque faz parte do processo. O Wesley me falou que o povo caiu matando em cima de mim por causa disso. Gente, vão se libertar, vão viver. Tento sempre ignorar porque é o que funciona hoje para mim. Pode ser que depois eu queira colocar uma aliança no meu dedo, casar e acabou. Eu acho que as pessoas, por me verem exposta, acham que têm liberdade de opinar. Eu ignoro porque só eu sei como é, eu que vivo. Elas não sabem o que eu vivo”, confessa.

A assistente social também reflete sobre a polêmica envolvendo a relação dela com Lucas Henrique (Buda) dentro do programa. A ex-mulher do professor, Camila Moura, anunciou o fim do casamento após uma interação do carioca com Pitel.

“Eu acho que as pessoas pesaram muito para o meu lado e só não cabia a mim. A minha relação com ele foi de muita admiração. Acho ele inteligentíssimo, que traz pautas muito importantes, que tem um trabalho muito foda. Tenho admiração,amizade e carinho. Quando eu saí e vi que as pessoas transformaram isso em uma relação, eu fiquei assustada. Não é isso que a gente sente lá dentro. As pessoas compraram uma verdade e não é isso, pelo menos em relação a mim”, diz Giovanna.

“Para mim, foi sempre amizade, admiração e uma relação de muito carinho e de cuidado. Ser amigo é ser cuidadoso, carinhoso, e essa sou eu quando sou amiga. Essa fui eu quando apoiei Fernanda, Rodrigo. Eu dou para as pessoas o que eu acho que elas precisam. Se precisam de palavras, eu dou, se precisam de carinho, eu dou. Puxões de orelha também, se eu achar que me cabe. Quando eu vi que tomou essa proporção gigantesca e que eu não sentia nada disso lá dentro, eu fiquei um pouco mal, mas entendi que só posso responder por mim. E para mim, só foi amizade e admiração. Qualquer coisa que passe disso, as pessoas terão que perguntar para ele. Já não me cabe”, complementa ela, que disse que apesar da situação, torce para que ele e a ex-companheira se resolvam da melhor forma.

“Torço para que ele resolva o relacionamento dele da melhor forma. Todas as vezes que ele falou dela, foi com muito amor e carinho. Falou do orgulho que sente da sogra por ela ter se formado na faculdade. Todas as conversas que eu tive sobre o casamento dele, foi com muito amor e afeto. A gente vai conversar, eu acho, só não sei em que momento. Quero dar esse espaço para todo mundo depois do programa”, revela.

Atualmente com quase um milhão e meio de seguidores, Giovanna Pitel reflete sobre o momento completamente diferente que está vivendo. A maceioense, que escolheu não expor a história de vida no programa, se emociona ao falar os motivos pelos quais escolheu deixar algumas experiências fora do Big Brother.

“Falar disso me deixa sensível. Eu não sou o meu passado. Não posso mudar uma linha dele. Não posso voltar para lá, alterar o que eu passei. Muita gente olha para o passado e pensa: ‘eu sou essa pessoa por causa disso’. No meu caso, não. Eu penso que sou essa pessoa apesar do que aconteceu comigo, da vulnerabilidade, fome, miséria, essas coisas. Quero ser uma pessoa melhor apesar do que eu vivi lá atrás, porque não posso realmente fazer nada sobre o passado”, conta ela, que diz que pretende unir as redes sociais à carreira como assistente social.

“Queria fazer com que os dois caminhassem juntos. Eu falo com muito amor da minha faculdade, mas acho que ainda tenho muito a aprender. Antes de eu entrar no BBB, eu só tinha experiência nos estágios. Eu tinha planos em me especializar no começo do ano em educação, que foi onde eu me encontrei. Quero falar com certeza das coisas que eu acredito e fazem bem para o outro. Quero que o meu trabalho com a internet e com a comunicação dêem certo. Pode ser que eu seja uma comunicadora social, que eu traga o melhor dos dois mundos para que eu possa ajudar as pessoas. Mas quero me especializar, o conhecimento nunca acaba, é sempre muito bom. Quero ajudar as pessoas da melhor forma, apesar de não saber os rumos profissionais que a minha vida vai tomar”, revela.

Os comentários positivos sobre o seu cabelo também foram uma surpresa para Giovanna. A assistente social conta que demorou muito tempo para aceitar o cabelo natural e que ficou feliz com os comentários positivos sobre os fios.

“Eu amo o meu cabelo, foi um momento de muita aceitação. Quando eu decidi assumir os cachos, eu raspei a cabeça, porque desde muito novinha eu alisava o cabelo, chegava a usar produtos químicos a cada 15 dias. Só vivia de chapinha, alisamento. Até que um dia eu quis ver como era o meu cabelo de verdade e decidi raspar. As pessoas não apoiaram no começo, porque meu cabelo era muito grande. Minha mãe também não aceitou, disse que ia ficar feio. Eu fiquei quatro meses fazendo transição e só andava de trança embutida, que as minhas amigas faziam, ou de coque. Não aguentava mais e acabei cortando tudo, deixei pequenininho”, relembra.

“No dia em que eu fui cortar, mandei um áudio para minha mãe: ‘Mãe, tô indo cortar o cabelo. Beijo, te amo’ e desliguei a internet. Ela disse que ia me botar para fora de casa. Só liguei o telefone quando eu cheguei em casa e já tinha cortado”, conta

A aceitação do cabelo natural refletiu em diversos aspectos da sua vida, principalmente na autoconfiança. “Depois que você aprende a cuidar, vira outro cabelo. Você se empodera dele, é meu cabelo, minha identidade. Se você olhar para mim, você vai lembrar de mim. Foi nesse processo de aceitação que eu aprendi a amar ele e a me identificar com ele. Mas no começo foi difícil, as pessoas diziam que ele era bagunçado”, lembra ela, que não contém a alegria ao falar do carinho que recebeu do público.

“Muitas vezes você se sente invisível no programa.Mexe muito com os seus sentimentos e emoções, então você fica com a autoestima baixa, não vê beleza e nem graça em nada, achando que o Brasil também não deve estar te enxergando. Só que quando você sai e vê que estava sendo vista, você fica impressionada”, finaliza.

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