Leidy Elin sobre vida após BBB 24: 'Quero ajudar as pessoas, principalmente as meninas da periferia'

Fora do programa, a agora ex-BBB fala das diferenças de ver as situações de outro ângulo. “A minha trajetória no BBB foi louca demais. Quando a gente sai, nós ficamos sabendo de coisas que não tínhamos nem ideia lá dentro. No reality show tem coisas que você pensa que são verdade e não são. A gente confia totalmente nas pessoas da casa. E não só isso: como é um confinamento, a gente pega amor pelas pessoas muito rápido”, revela Leidy, que também relembra um dos motivos que contribuíram para a eliminação: os embates com o favorito para vencer a edição, Davi.

“Todo mundo acha que eu perguntei para a direção se eu poderia jogar as roupas do Davi na piscina, mas não foi isso que conversei no confessionário. Assim que fiz aquilo, eu comecei a chorar. Depois da bronca, fiquei pior ainda”, diz a ex-sister, que hoje confessa que teria feito diferente.

“Eu sou muito impulsiva. Eu sabia das coisas e já ia discutir. Acho que se eu pudesse mudar algo, eu teria procurado saber dos lados de todo mundo para ser menos reativa e tentar resolver da melhor forma. No fim, sinto que quem mais se prejudicou nesta edição fui eu”, complementa.

A amizade de Leidy Elin com Yasmin Brunet foi um dos assuntos que mais repercutiram durante a passagem da trancista no reality show. A gonçalense, no entanto, reforça que apesar do carinho que sente pela modelo, existiram outras alianças antes da loira durante a passagem dela pelo BBB.

“Eu me aproximei mais da Yasmin no final do jogo, mas eu era muito mais próxima do Marcus e do Buda, por exemplo, do que dela. Acho que ficaram muito em cima da minha amizade com ela porque ela já era famosa. A Raquelle também era uma pessoa que eu era muito próxima dentro da casa e hoje é uma das participantes que eu mais converso e vejo. As pessoas se apegam a coisas e esquecem de outras. Eu e a Yasmin nos falamos, mas as duas estão trabalhando muito. As pessoas ficam me cobrando sobre isso. É uma menina que eu gosto e admiro muito”, revela.

Ela conta, inclusive, que chegou a ligar para Lucas Henrique (Buda) após a saída do brother do programa. Isso porque o professor foi eliminado sem saber da polêmica envolvendo o fim do casamento dele com Camila Moura.

“Quando ele saiu, eu fiquei muito preocupada, liguei para ele. Quanto ao fim do casamento, eu realmente não percebi e nem desconfiei de nada dentro da casa. Só tenho dois olhos, não 150 câmeras. Mas quando conversei com ele, achei que a reação seria pior. Não foi tão ruim quanto eu imaginei. Estou muito feliz por ele, que já está quase batendo um milhão de seguidores. Se ele errou ou não, isso é um problema que ele tem que resolver com a ex-mulher dele, a Camila. Eu estarei aqui para apoiá-lo como amiga”, conta Leidy. “Eu gostava muito de ficar do lado do Lucas porque ele dizia muitas coisas que eu não sabia e eu queria absorver as coisas boas que ele tinha para falar”, completa.

A relação entre Leidy, Beatriz e Alane também ficou estremecida durante o reality. As três chegaram a ser aliadas dentro do jogo, mas se afastaram depois de alguns embates no programa. “Eu gostava muito das meninas, ainda gosto. Eu, inclusive, falei para a Bia que ela iria fazer os três milhões fora da casa, porque a garota é do caramba. Mas foram muitas coisas que me decepcionaram. Por exemplo, quando a Alane disse que se pegasse o Líder, me colocaria no Paredão. Eu não esperava. A Bia revelando o meu voto…”, completa.

O quase romance com Juninho também ficou para trás. Durante o programa, os dois chegaram a trocar alguns flertes dentro da casa, mas a trancista garante que nada passou de uma “carência de jogo”. “Não falei com ele depois que eu saí, foi só o que rolou dentro da casa mesmo, aquela confusão. Foram oitenta dias dentro daquela casa, depois disso você quer beijar até a parede”, brinca.

No entanto, independentemente dos conflitos dentro do reality show, Leidy reforça que leva a sério a regra de que “o que acontece no BBB 24, fica no BBB 24”.

“O que acontece no jogo, fica no jogo. Fora da casa, acabou. Aqui, eu quero que todo mundo ganhe dinheiro, seja feliz, faça muita publi e seja reconhecido. Não podemos tirar o mérito de ninguém que saiu e nem do campeão do programa. Sempre falei isso lá dentro, somos todos merecedores de estar lá. E o que acontece lá, fica lá. Aqui fora vou beijar todo mundo, irritar todo mundo”.

Operadora de caixa, trancista e vendedora de copos nos dias de jogos do Flamengo no Maracanã, Leidy também encontrou nas redes sociais uma nova oportunidade de trabalhar. “Eu quero continuar o meu trabalho de trancista. Não posso deixar de fazer uma coisa que eu amo, que é trançar, mas acho que agora farei de uma forma diferente. Quero ensinar outras pessoas o que eu aprendi durante a minha vida, ajudá-las a fazer uma renda extra, principalmente para as meninas que vem da periferia, porque isso foi muito importante pra mim. No ano passado eu tinha três empregos e ainda ia para a faculdade. Sei que renda extra pra gente sempre é bem-vinda, por isso, quero fazer com que elas sejam bem acessíveis para todo mundo”, revela.

"Eu disse isso no meu vídeo de inscrição: ‘gente, quero estabilidade financeira. Ser famoso no BBB é consequência positiva’. Eu nem mexia no Instagram, não tinha nem mil seguidores".

Postar conteúdos que expliquem o que tem por trás das tranças e os seus significados também é um dos objetivos da ex-sister. “Trança é resistência e traz uma história surreal do povo preto. Agora que eu sou uma pessoa pública, acho que é ainda mais importante falar desse assunto com responsabilidade. Dizem que eu troco de cabelo toda hora e eu brinco: na maioria das vezes, vão me ver trançada. Porque traz uma resistência para gente, para o nosso povo. A nagô, trança que estou usando, traz uma história linda, de fuga dos escravos. Quero trazer isso de forma leve para todo mundo, explicar a trança, falar do nosso cabelo, do black power. Porque a gente não pode deixar de falar, de cuidar, de se aceitar”, explica.

No entanto, apesar das possibilidades, as redes sociais também trouxeram desafios. Durante a passagem pelo BBB, Leidy teve o seu perfil derrubado por internautas e sofreu diversos ataques racistas nas redes sociais. “A minha mãe ficou muito mal. Eu não tenho muita noção de como as coisas estavam quando eu ainda estava dentro da casa. Hoje eu ainda recebo ataques racistas, me chamam de macaca, mucama. Mas isso acontece desde antes e era ainda pior. As pessoas que cometem esse crime serão penalizadas. Tem gente que acha que racismo não é crime e não leva a sério”, conta.

“A mulher preta, desde lá atrás, sempre teve muitas responsabilidades. Atualmente, as pessoas ainda vêem as mulheres pretas dessa forma. Foi isso que aconteceu comigo lá dentro e que refletiu aqui fora. As pessoas colocaram muitas expectativas em mim. Eram oito pessoas pretas e a que mais sofreu ataque racista foi eu”.

Mesmo assim, Leidy reforça que o carinho do público fora do Big Brother Brasil a fortaleceu. “Eu brinco que hate só tem na internet. As pessoas me veem pessoalmente e querem gravar vídeo, tirar foto. Eu amo, gosto muito do carinho das pessoas. Sou muito grata por quem me acolheu lá dentro e também quem acolheu a minha família. Eu não quero nem ver comentários negativos. Se eu vejo algo, eu logo bloqueio ou tiro print e mando para a minha advogada”, finalizou.

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