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Por Isabella Marinelli (@isabellamarinelli)

"Eu estou muito ansiosa e eu já tive questões alimentares, então estou depositando absolutamente tudo na comida. Achei que seria assim, mas não tão intenso como está sendo. Quem tem questões assim vai entender", afirmou a modelo Yasmin Brunet em um desabado no confessionário da casa do BBB 24. Conforme tem mostrado a edição, ela passa por momentos difíceis, em que relata descontrole em relação aos alimentos, justificado pelo estresse do confinamento e pelo abandono do uso do cigarro eletrônico. O assunto virou pauta nas redes sociais e, para entendê-lo melhor, convocamos uma psicóloga e uma endocrinologista. Elas respondem as principais dúvidas sobre o tema a seguir.

"Fome emocional" x compulsão alimentar

"A fome é uma sensação fisiológica que faz o organismo procurar e ingerir alimento para satisfazer as necessidades diárias de nutrientes. Mas isso também pode ser ‘embaralhado’ pela saúde emocional, quando temos outros estímulos além de nutrir e dar energia ao organismo. O apetite emocional pode ser uma resposta ao estresse, acontecendo em situações específicas ou de forma crônica, quando o paciente sempre lida com questões emocionais adversas ingerindo mais alimentos. O problema pode causar compulsão alimentar e doenças metabólicas", explica Deborah Beranger, endocrinologista em obesidade e transtornos alimentares.

A fome emocional, segundo a médica, também tem relação com sentimento de vazio, ansiedade, tédio, depressão, oferta ou restrição de alimentos e até comemorações, situações presentes no reality show e que podem despertar o gatilho emocional da fome.

Ok, mas o que é a compulsão alimentar?

A compulsão alimentar é um transtorno alimentar em que a pessoa apresenta episódios repetidos de ingestão alimentar em grande quantidade, num curto período de tempo recorrente, mesmo sem estar com fome. "Ele tem raiz psicológica. É um transtorno psiquiátrico em que a pessoa tem perda de controle. Ela sente vergonha, sente nojo, sente angústia e, muitas vezes, se culpa pelo comportamento", explica a especialista.

Quais são os sintomas?

O principal sintoma é a ingestão de grande quantidade de alimentos num curto período de tempo. "Existem outros sinais também, como o comer muito rápido, a perda do controle da quantidade, a falta da sensação de saciedade, além de isolamento para que as pessoas não vigiem o quanto você está comendo. Também são comuns os sentimentos de vergonha, de nojo, de angústia, de culpa. Pode estar acompanhando ainda de quadros de depressão, estresse, ansiedade, irritabilidade, baixa autoestima e distúrbio de imagem corporal", afirma a médica.

Existem fatores que podem desencadeá-la?

Os gatilhos são vários, desde dietas rígidas até mudanças emocionais, como términos de relacionamentos. "Muitas vezes, as pessoas que estão passando por algum estresse emocional podem usar a compulsão como uma válvula de escape, como se fosse solucionar o problema", expõe a médica. Conforme mencionado anteriormente, também pode ser a manifestação de traumas anteriores não tratados, caso de pessoas que já sofreram abuso sexual ou foram negligenciadas de alguma maneira.

Quais são os prejuízos físicos e emocionais dela?

"A comida toma um espaço demasiadamente grande na vida e permeia as relações daquela pessoa com o mundo. E isso traz muito sofrimento emocional e físico", introduz a psicóloga clínica Gabriela Malzyner. De forma objetiva, culpa, infelicidade e angústia são sensações recorrentes. Para além das implicações psicológicas, também pode haver impacto físico, como aumento de peso ou obesidade, hipertensão e alterações de colesterol, por exemplo.

Há tratamento? Se sim, quais são eles?

"O tratamento não é só possível, como recomendado. Indicamos um trabalho multidisciplinar com nutricionista especializado em transtornos alimentares, psicólogo e psiquiatra", argumenta Gabriela. "O apoio dos amigos e dos familiares também é importante", pontua Deborah. A partir de um diagnóstico, é possível ainda envolver medicações.

Existe cura?

"Muitos pacientes se curam ao longo do tempo, mas não existe um prazo estimado. Existem pessoas que convivem com isso a vida inteira, com momentos melhores e momentos piores", diz a endocrinologista. Para ela, o fundamental é que essa pessoa siga com acompanhamento médico e psicológico, sempre acolhida e amparada em suas dificuldades.

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